A trajetória social do republicano francês Victor Frond (1821-1881), seu trabalho como fotógrafo no Brasil e editor de livros ilustrados de luxo, revelam sensos particulares da relação entre biografia e retrato nos oitocentos. Seu enredo autobiográfico, para se fazer reconhecer junto às autoridades parisienses da Terceira República, sugere um retrato que se desenha na história como um gesto suspenso na construção narrativa. Já nos álbuns de biografia que projeta, instâncias de consagração, a notabilidade dos escolhidos transcende o contexto da pose fotográfica. O retrato paira sobre os acontecimentos, eternizando a pessoa, configurando a ordem apologética do texto.
Biografia; Memória social; Fotografia; Victor Frond; Século XIX