Sokal e Bricmont, em debates recentes conhecidos como as "guerras da cultura", criticaram o que chamaram de "fraude intelectual" promovida por cientistas sociais/filósofos/críticos literários que se referem a temas científicos para defender posições relativistas. Um exemplo paradigmático de "fraude intelectual" seria a afirmação de que o número p é uma construção social. A partir da discussão desse exemplo, defendo um ponto de vista alternativo, baseado no que chamo de versão moderada do relativismo. Essa versão repousa sobre a noção de que é sempre possível a tradução entre ontologias distintas, o que garante a intersubjetividade e, conseqüentemente, a objetividade. Finalmente, argumento contra o intento de Sokal e Bricmont de impor regras ao uso adequado de metáforas no discurso das ciências humanas.
Cultura; Relativismo; Ciências humanas; Sokal