RESUMO:
O presente artigo analisa as eleições presidenciais de 2018 no Brasil por meio da utilização da metodologia desenvolvida pelo Comparative Manifesto Project (CMP-Marpor), conciliando abordagens teóricas e empíricas sobre extremismo. O estudo indaga sobre quais conteúdos indicam que a eleição de 2018 foi polarizada e podem ser considerados marcadores de posicionamentos políticos extremistas. Na análise qualitativa dos programas de governo dos candidatos Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) que disputaram o segundo turno, adotamos a definição de polarização para verificar se: há dissenso entre os candidatos quanto à interpretação dos problemas brasileiros; as perspectivas dos candidatos são inconciliáveis; e se algum dos candidatos questiona o sistema político e as regras do jogo. Ao final, demonstramos que Bolsonaro foi um candidato de extrema-direita, enquanto Haddad foi um candidato de esquerda, porém não um extremista. Sendo assim, concluímos que a eleição de 2018 é um exemplo de extremismo, que em contexto de sucesso eleitoral, abre espaço para tendências que reforçam assimetrias na cena política nacional.
Palavras-chave:
Eleições; Extremismo; Ideologia; Polarização; Populismo de direita