Resumo
Este artigo procura considerar a ideia do Atlântico Negro, popularizada por Paul Gilroy, como uma ferramenta metodológica em duas dimensões: enquanto unidade de análise e enquanto paradigma. Considero que, para além do debate teórico na obra do autor, existem elementos pouco sistematizados que podem ser mobilizados em análises da diáspora negra, com a finalidade de observar contextos e problemas diferentes daquele observado originalmente. Primeiramente, discuto o Atlântico Negro como unidade de análise, levando em consideração as críticas e reformulações relativas a duas lacunas na formulação original dessa unidade: a dimensão de gênero e o papel da África nos processos de formação da diáspora negra. Em segundo lugar, busco considerar o Atlântico Negro como um paradigma analítico capaz de incitar análises que levem em conta o papel da hegemonia e do imperialismo nessa unidade, e a importância de observar a dimensão política, assim como estética, nos processos que ocorrem na diáspora.
Palavras-chave:
Atlântico Negro; Metodologia; Gênero; Raça; Diáspora