Aproveitamento da casca de laranja Pêra como adsorvente no tratamento de efluentes têxteis

RESUMO

O lançamento de águas residuárias industriais em corpos aquáticos, sem o devido tratamento, pode causar danos severos ao meio ambiente e à saúde humana. O objetivo deste estudo foi realizar a secagem da casca de laranja cultivar Pêra (Citrus sinensis L. Osbeck) e avaliar a viabilidade do seu uso como biossorvente para remoção de um corante direto. A secagem foi realizada em estufa com circulação de ar nas temperaturas de 60 e 80 ºC. Os dados de umidade em função do tempo foram ajustados aos modelos matemáticos de Page, Henderson e Pabis, Logarítmico, Midilli e exponencial de dois termos. A caracterização do material foi realizada a partir da microscopia eletrônica de varredura, do ponto de carga zero, e da espectroscopia na região do infravermelho. No estudo da adsorção realizou-se um planejamento fatorial 2⁴ completo, analisando-se a influência da massa, concentração inicial, pH da solução e tempo de contato, na quantidade adsorvida (qt) e no percentual de remoção do corante (R%). Na secagem, o modelo exponencial de dois termos apresentou melhor ajuste aos dados experimentais. A caracterização do material apontou que o adsorvente apresenta ponto de carga zero de 3,5 e estrutura porosa, e as análises de infravermelho indicaram a presença de grupos carboxílicos e hidroxilas. Na adsorção, a quantidade adsorvida do corante aumentou em condições de menor pH e massa de biossorvente, maior concentração inicial e tempo de contato. O percentual de remoção do corante aumenta com maior massa de biossorvente. O biossorvente utilizado é um resíduo promissor para a adsorção do corante bordô-16.

Palavras-chave:
corantes; planejamento experimental; rejeito