RESUMO
Neste artigo, objetiva-se compreender as trajetórias construídas por pessoas com deficiência (PcD) no desenvolvimento de cursos de graduação, analisando barreiras à acessibilidade, estratégias de acesso e avaliação das ações institucionais para inclusão. Apresentam-se resultados de pesquisa descritiva qualitativa, realizada por meio de entrevista narrativa com oito estudantes de duas universidades da região leste do estado de Minas Gerais. As narrativas elaboradas pelos participantes mostram que, apesar de as duas universidades possuírem núcleos de inclusão e implementarem ações no sentido da acessibilidade, persistem barreiras arquitetônicas, pedagógicas e atitudinais que dificultam a implementação de políticas de inclusão efetivas. A pesquisa revela, também, que os estudantes com deficiência, nesse contexto, frequentemente assumem a responsabilidade por informar suas necessidades e propor soluções para as situações nas quais há barreiras à acessibilidade, e que os docentes não estão devidamente preparados para a docência com PcD. O estudo foi realizado a partir de uma abordagem interdisciplinar, pelo diálogo entre a educação inclusiva e os estudos territoriais, e os processos vivenciados pelos estudantes foram analisados na perspectiva da construção de territorialidades. A partir desse referencial, conclui-se que a condição de PcD no Ensino Superior corresponde à de territorialidades estrangeiras, que avançam no enfrentamento de barreiras e conduzem ao cruzamento de fronteiras.
PALAVRAS-CHAVE:
Educação Especial; Pessoa com deficiência; Ensino Superior.