RESUMO
Este ensaio teórico aborda a inclusão, do ponto de vista das filosofias da diferença, e indaga se sua presença no debate atual sobre o assunto caracterizaria a emergência de outro paradigma para a educação. Ao circunscrever as discussões a esse propósito geral, situa as filosofias da diferença no debate epistêmico sobre a inclusão e, especificamente, analisa os deslocamentos que produzem e o papel específico que desempenham nesse contexto. Na análise elaborada a partir do método genealógico, é focalizado um dos problemas de que se ocupa essa perspectiva filosófica, ao se assinalarem os limites atuais dos saberes especializados e poderes, para então propor um ensaio reflexivo sobre a presença dos corpos deficientes e, principalmente, a inquietude que provocam quando, aliados a outros corpos dissidentes, se insurgem contra a sequestração operada por certas instituições, como a escola. Conclui-se que a potencialidade da presença desses corpos e os encontros com as diferenças propiciados pela escola, na atualidade, graças à educação inclusiva - e apesar dela - convidam essa instituição e os cursos de formação (inicial e/ou continuada) de professores a se reverem profundamente, em face da problematização apresentada pelas filosofias da diferença.
PALAVRAS-CHAVE:
Inclusão; Filosofias da diferença; Paradigma; Corpos dissidentes; Educação inclusiva.