Open-access Estudos de Caráter Colaborativo Relacionados Ao Uso de Recursos Pedagógicos e Estratégias de Ensino para Inclusão do Estudante Público da Educação Especial

Collaborative Studies Related to the Use of Pedagogical Resources and Teaching Strategies for the Inclusion of Students in Special Education

RESUMO:

Este estudo apresenta uma revisão sistemática de literatura (RSL) com dados extraídos das bases Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus, Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Periódicos CAPES), Library, Lnformation Science & Technology Abstracts (LISTA), Google Scholar, Education Resources Lnformation Center (ERIC) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), no período de 2008 a 2020. O objetivo foi identificar, sistematizar e analisar na literatura nacional e internacional os estudos de cunho colaborativo em que os pesquisadores utilizaram recursos pedagógicos e estratégias de ensino para a inclusão dos estudantes do público da Educação Especial. Essa RSL foi delineada em três etapas: planejamento, condução e sistematização, totalizando 31 produções. Foi utilizada a análise de conteúdo do tipo categorias temáticas. Identificaram-se quatro grandes temas: 1) Relevância das práticas colaborativas no ensino/aprendizagem entre professores; 2) Obstáculos/entraves na efetivação do trabalho colaborativo; 3) Práticas formativas para a efetivação do trabalho colaborativo; 4) Estratégias voltadas aos estudantes do público da Educação Especial. As evidências literárias demonstraram que as práticas de colaboração e formação entre professores, para o uso de estratégias de ensino e de recursos pedagógicos, são essenciais à inclusão desses estudantes.

PALAVRAS-CHAVE:
Educação Especial; Trabalho colaborativo; Estratégias de ensino; Recursos pedagógicos; Revisão sistemática

ABSTRACT:

This study presents a systematic literature review (SLR) with data extracted from the Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus, the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel Journals Portal (CAPES Journals), Library, Information Science & Technology Abstracts (LISTA), Google Scholar, Education Resources Information Center (ERIC), and Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS) databases, covering the period from 2008 to 2020. The objective was to identify, systematize, and analyze national and international literature on collaborative studies in which researchers employed pedagogical resources and teaching strategies to include students in Special Education. This SLR was structured into three stages: planning, execution, and systematization, resulting in a total of 31 studies. Content analysis was performed using thematic categories. Four major themes were identified: 1) The relevance of collaborative practices in teaching and learning among teachers; 2) Obstacles/hindrances in the effectiveness of collaborative work; 3) Training practices for the effective implementation of collaborative work; 4) Strategies targeting students in Special Education. The literature evidence highlighted that collaboration and training practices among teachers, focusing on the use of teaching strategies and pedagogical resources, are essential for the inclusion of these students.

KEYWORDS:
Special Education; Collaborative work; Teaching strategies; Pedagogical resources; Systematic review

1 Introdução

E crescente o número de matrículas de estudantes do público da Educação Especial nas escolas regulares, de acordo com o último Censo Escolar da Educação Básica (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira [Inep], 2022). Em 2022, foram 1.292.466 matriculados. Essa permanência e participação são asseguradas a esses estudantes no ensino regular (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996). A matrícula, por si só, não garante a inclusão, tornando necessárias as adequações de estratégias de ensino e recursos pedagógicos de todos os professores para o ensino e a aprendizagem.

Não obstante, os professores das salas regulares e os professores de Educação Especial necessitam trabalhar em conjunto, estabelecendo parcerias colaborativas para melhor desenvolver suas práticas e seus planejamentos. Pesquisadores como Capellini e Zerbato (2019), Damiani (2008), Mendes et al. (2014) e Santos et al. (2015), em suas investigações, avaliam como o trabalho colaborativo é positivo entre os professores na medida em que favorece a aprendizagem. Ambos assumem responsabilidades, trocam conhecimentos, não há hierarquia; juntos, buscam soluções dos problemas, mudam a maneira de agir, de pensar, planejam e avaliam para proporcionar um melhor desenvolvimento do estudante. De acordo com Santos e Costa (2020):

O Ensino Colaborativo surge como um trabalho de parceria entre o professor de ensino comum e o professor de Educação Especial, dividindo a responsabilidade do ensino, considerando as especificidades, os ritmos e os estilos de aprendizado, para favorecer o acesso e a aprendizagem de todos, inclusive dos alunos Público-Alvo da Educação Especial (PAEE). (p. 779)

A Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009, instituiu as atribuições do professor especializado, dentre as quais cita, em seu art. 13, que o trabalho colaborativo com a sala de aula comum deve

V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;

[...]

VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares, (p. 3)

Nesse sentido, este estudo teve como objetivo identificar, sistematizar e analisar na literatura nacional e internacional os estudos de cunho colaborativo em que os pesquisadores utilizaram recursos e estratégias de ensino para inclusão dos estudantes do público da Educação Especial na escola.

2 Método

O presente estudo envolveu uma revisão sistemática de literatura (RSL). O delineamento ocorreu a partir de três processos: 1) Planejamento: definição do problema de pesquisa, definição do objetivo, das fontes de pesquisa, da estratégia para extração de informações e do protocolo de revisão; 2) Condução: análise preliminar do material coletado, a partir dos critérios de inclusão e exclusão dos estudos, extração e sistematização dos dados; 3) Sistematização e pré-análise dos dados.

As produções foram consultadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus, Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Periódicos CAPES), Library, Information Science & Technology Abstracts (LISTA), Google Scholar, Education Resources Information Center (ERIC) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).

As palavras-chave/descritores utilizados nesta revisão foram submetidos à consulta do Thesaurus Brasileiro de Educação (BRASED), da Base de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e do Thesaurus do ERIC. Os termos foram: Coensino, Co-ensino, Trabalho colaborativo, Ensino Colaborativo, Colaboração, Atividade Motora Adaptada, Inclusão, Atendimento Educacional Especializado, Co-teaching, Collaboration, Collaborative Work, Adapted Motor Activity, Inclusion, Specialized Education Assistance, Disability, Collaborative Teaching, vinculados com o operador booleano AND.

Nesta revisão, foram priorizados os artigos completos/Journal Articles em conferências ou periódicos, dissertações e teses, publicados em português e inglês de 2008 a 2020. Optou-se por esse recorte temporal em virtude da disposição da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), que estabeleceu, em 2008, o atendimento aos estudantes do público da Educação Especial, na rede regular de ensino (Ministério da Educação, 2008).

Os estudos foram selecionados a partir destes critérios de inclusão: 1) Estudos sobre a colaboração/parceria entre professores para a inclusão dos estudantes do público da Educação Especial na escola; e 2) Estudos sobre a intervenção, de modo colaborativo, por professores de sala comum, para a inclusão dos estudantes do público da Educação Especial na escola. Por conseguinte, foram excluídos estudos publicados como: 1) Estudos que não foram publicados como artigo completo/Journal Article, dissertações e teses; 2) Estudos que não descreveram o trabalho colaborativo; 3) Estudos que descreveram e/ou definiram o trabalho colaborativo sem a participação dos estudantes do público da Educação Especial; 4) Estudos que descreveram e/ ou definiram o trabalho colaborativo sem a participação de professores; e 5) Revisões literárias.

No processo de condução da RSL, foram adotadas, como critério de qualidade dos estudos, as recomendações de Narciso et al. (2012). Dessa forma, foram descartados os estudos que não totalizaram o mínimo de 5,0 pontos no protocolo de critérios de qualidade, garantindo a confiabilidade. Foram selecionados os estudos em que o título estivesse de acordo com a proposta do trabalho, tendo o resumo apresentado os seguintes elementos: temática, objetivo, fontes de dados, participantes e intervenções, métodos, resultados e conclusões – com o problema e o objetivo apresentados de forma clara, seus métodos bem descritos e apresentados e se os resultados e a discussão atendiam ao objetivo do estudo. Na etapa de condução e sistematização, aplicou-se o protocolo descrito anteriormente, resultando no Flow Diagram, proposto por Moher et al. (2015), conforme Figura 1.

Figura 1
Flow Diagram de coleta dos estudos primários

2.1 Análise e tratamento dos dados

Encerrada a coleta dos dados dos estudos primários, foi iniciada a pré-análise, ou seja, a organização dos conteúdos dos estudos selecionados. Após todas as análises e a sintetização do planejamento da RSL, os resultados sumarizados foram avaliados por um “juiz externo”, que conferiu os resultados de busca nas bases de dados. Para cada uma dessas bases, foi construída uma planilha em Excel, preenchida com as seguintes informações: datas de buscas, referências, filtros utilizados e nomes das bases de onde foram extraídos os dados.

Na sequência, foram realizados os mapeamentos por base de dados, e esses artigos, teses e dissertações foram organizados e sintetizados em uma planilha Excel contendo: 1. Autor; 2. Título do trabalho; 3. Ano da publicação; 4. Objeto ou problema de estudo; 5. Objetivo do estudo; 6. Tipo do estudo; 7. Procedimentos metodológicos; 8. Resultados obtidos; 9. Referências utilizadas; e 10. Controle, onde foi possível descrever anotações pessoais que indicavam características importantes do trabalho. Esse processo visou colaborar com a busca e sua usabilidade, a fim de facilitar a recuperação e a organização dos documentos.

3 Resultados e discussão

De acordo com os dados extraídos das bases pesquisadas, as produções que envolviam o tema totalizaram 1.454 estudos. Após a leitura dos títulos, foram pré-selecionados 118 estudos para análise e seleção na revisão sistemática. Destes, 55 estudos foram descartados por serem duplicados, um foi descartado por não ser gratuito, três por não terem contemplado a temática, 22 foram excluídos por não atenderem aos critérios e seis por não atingirem os critérios de qualidade. Assim, após avaliações criteriosas, restaram 31 estudos para a revisão sistemática de literatura.

Os Quadros 1, 2, 3 e 4, a seguir, apresentam os itens representativos dos estudos analisados, organizados por cada base de dados. Em síntese, na base de dados ERIC (Quadro 1), um dos estudos versa, em seu objetivo, sobre a necessidade de examinar o conhecimento e as percepções dos professores sobre a temática do coensino, indicando que os professores não têm experiências na execução de coplanejamento colaborativo, coinstrução e coavaliação para a implementação efetiva do coensino.

Quadro 1
Itens representativos dos estudos analisados referentes à base de dados ERIC
Quadro 2
Itens representativos dos estudos analisados referentes à base de dados Scopus
Quadro 3
Itens representativos dos estudos analisados referentes à base de dados Google Scholar
Quadro 4
Itens representativos dos estudos analisados referentes à base de dados Periódicos CAPES

Outro estudo traz a investigação sobre a Educação Inclusiva de alunos com necessidades educacionais especiais na Noruega, em escolas primárias e secundárias, com base nas experiências dos líderes e professores. Os resultados mostram que, nas escolas participantes, em sua maioria, os professores trabalham de forma individual.

Na base de dados Scopus (Quadro 2), pôde-se verificar, em um dos estudos, que o tempo disponível para o desenvolvimento do coensino é limitado e mal distribuído, o que faz com que o trabalho colaborativo seja realizado em espaços informais. Outro estudo mostrou que a formação colaborativa mudou a maneira como os professores veem seus alunos, de modo que passaram a refletir sobre suas práticas com as crianças com deficiência. Em outro estudo, foi apontado que o coensino, como um método instrucional, é eficiente para apoiar o aluno com deficiência e para alcançar o sucesso acadêmico de todos.

Na base de dados Google Scholar (Quadro 3), dentre os 24 estudos, foram encontrados seis que pesquisaram a importância da formação continuada, seis que descreveram os entraves (como o tempo disponível dos professores para o trabalho colaborativo), um que apresentou o desconhecimento dos professores sobre o conceito de trabalho colaborativo, seis que demonstraram como o trabalho colaborativo favorece o desenvolvimento acadêmico dos estudantes e seis que apresentaram o coensino como proposta de inclusão.

Na base de dados Periódicos CAPES (Quadro 4), dois estudos demonstraram como o trabalho colaborativo favorece a participação dos estudantes do público da Educação Especial nas aulas. Um dos estudos destacou as ações colaborativas entre a pesquisadora, a professora de sala regular e a professora do AEE, o que possibilitou o uso de um sistema gráfico na rotina das atividades. Essa abordagem resultou na leitura de palavras pelo estudante, além de promover a participação e o envolvimento do estudante com deficiência nas aulas. O trabalho colaborativo reforçou a necessidade de as escolas e dos profissionais envolvidos estarem atentos para inserir a Tecnologia Assistiva na rotina das atividades pedagógicas.

Outro estudo afirmou que o Plano Colaborativo de Atendimento Educacional, elaborado em parceria, pode ser um instrumento eficaz de avaliação sistemática da aprendizagem do estudante com deficiência no ensino comum. Além disso, destacou que o trabalho colaborativo entre os professores do ensino comum e da Educação Especial amplia as possibilidades de experiências de sucesso na educação.

3.1 Temas e subtemas que emergiram a partir dos conteúdos dos estudos analisados

Considerando a leitura dos 31 estudos selecionados, a pesquisa encontrou dados relevantes que discorrem sobre recursos pedagógicos e estratégias de ensino voltadas aos estudantes do público da Educação Especial, diante do trabalho colaborativo na escola, que ocorre entre os professores. Os estudos foram agrupados em temas segundo a análise de conteúdo proposta por Bardin (2016), a qual fornece, por condensação, uma representação simplificada dos dados brutos, permitindo a elaboração de quatro categorias temáticas: 1) Relevância das práticas colaborativas no ensino/aprendizagem entre professores; 2) Obstáculos/entraves na efetivação do trabalho colaborativo; 3) Práticas formativas para a efetivação do trabalho colaborativo; 4) Estratégias voltadas aos estudantes do público da Educação Especial para inclusão.

Esse processo foi validado por juízes especialistas na área de educação e inclusão e será apresentado nos Quadros 5, 6, 7 e 8, nos sub tópicos que seguem. Ressalta-se que alguns estudos abordam diversas temáticas em seus conteúdos ao longo do texto e aprofundam-se em vários assuntos, levando à sua inclusão em uma ou mais categorias, ocasionando, dessa forma, a repetição de autores em categorias distintas.

Quadro 5
Tema 1 — Relevância das práticas colaborativas no ensino/aprendizagem entre professores
Quadro 6
Tema 2 – Obstáculos!entraves na efetivação do trabalho colaborativo
Quadro 7
Tema 3 – Práticas formativas para a efetivação do trabalho colaborativo
Quadro 8
Tema 4 – Estratégias voltadas aos estudantes do público da Educação Especial para inclusão
3.1.1 Tema 1: Relevância das práticas colaborativas no ensino/aprendizagem entre professores

Este tema busca analisar a relevância das práticas colaborativas para a aprendizagem realizada entre professores, visando ao acesso, à permanência e à participação dos estudantes do público da Educação Especial na escola. As práticas colaborativas desenvolvidas na escola beneficiam não só os estudantes, mas também todos os envolvidos. Segundo Oliveira e Costa (2018), com a colaboração, os processos de ensino e aprendizagem tendem a ser realizados de forma mais satisfatória ao atingir os objetivos propostos pelo educador, uma vez que conta com o suporte do professor especializado, promovendo a melhora do desempenho acadêmico e comportamental (Dias & Henrique, 2018; Pereira, 2017).

Capellini (2004) aponta que o ensino colaborativo traz vantagens na aprendizagem dos estudantes e no crescimento profissional dos educadores. A autora compreende que esta é uma visão positiva do trabalho docente, articulado entre os professores do ensino regular e do AEE (Honnef, 2015). Por essa perspectiva, os professores trabalham mais motivados, uma vez que constroem mais conhecimentos, viabilizam partilhas entre si, contam com mais disponibilidade para auxiliar os estudantes do público da Educação Especial, colocam em prática o que aprendem, superam dificuldades e crescem profissionalmente (Silva, 2018). O Quadro 5 apresenta os subtemas e as especificações do Tema 1.

3.1.2 Tema 2: Obstáculos/entraves na efetivação do trabalho colaborativo

Este tema analisou os obstáculos/entraves para a efetivação do trabalho colaborativo na escola. Para implementar e efetivar o trabalho colaborativo, é necessário o envolvimento de todos os membros da escola com um objetivo único, qual seja: conhecer a sistemática do trabalho colaborativo e as políticas públicas. O Quadro 6 apresenta os subtemas e as especificações do Tema 2.

3.1.3 Tema 3: práticas formativas para a efetivação do trabalho colaborativo

Este tema analisou as práticas formativas para a efetivação do trabalho colaborativo na escola. É de suma importância que os professores estejam em constante formação e acompanhem as mudanças do meio no qual estão inseridos e, assim, desenvolvam e melhorem suas práticas pedagógicas. A formação em serviço é uma das possibilidades para que o trabalho colaborativo aconteça na escola durante o horário de trabalho dos professores. A formação em serviço e a compreensão do processo de inclusão promovem a melhoria no ensino, beneficiando a todos os envolvidos, como os professores da sala regular e especialistas, a gestão pedagógica e, principalmente, todos os estudantes (Martineli, 2016; Martinelli & Vitaliano, 2018; Rosalen 2019). O Quadro 7 apresenta os sub temas e as especificações do Tema 3.

3.1.4 Tema 4: estratégias voltadas aos estudantes do público da Educação Especial para inclusão

Este tema analisou as estratégias desenvolvidas para o acesso, a permanência e a participação dos estudantes do público da Educação Especial nas aulas. Mendes et al. (2011), em seu estudo, destacaram algumas estratégias para a inclusão:

a recomendação de oferecer informações e quebrar mitos e preconceitos; garantir formação permanente para todos os profissionais envolvidos no processo; valorizar o professor, que é o responsável por importantes tarefas da escola; e estabelecer sistemas de colaboração e/ou de cooperação, criando e/ou fortalecimento uma rede de apoio. (p. 84)

O Quadro 8 apresenta os subtemas e as especificações do Tema 4.

4 Considerações finais

Este estudo apresentou dados de publicações do período de 2008 a 2020, no âmbito nacional e internacional, de acordo com os descritores usados nas buscas em diferentes bases de dados consultadas, no que concerne à temática da colaboração entre professores do AEE, os recursos pedagógicos e as estratégias de ensino envolvendo os estudantes do público da Educação Especial. A pesquisa verificou que, nos anos de 2008 a 2010, não havia estudos relacionados a esse tema. Os trabalhos encontrados iniciaram no ano de 2011, com maior concentração em 2018. Nas bases de dados LILACS, SciELO e LISTA, os descritores utilizados na busca não retornaram estudos relacionados à temática desta pesquisa.

A partir da análise das 31 produções, a pesquisa concluiu que os estudos sobre o trabalho colaborativo têm proposto práticas que apontam a necessidade de desenvolver trabalhos colaborativos que respeitem a individualidade, apliquem estratégias de ensino e utilizem recursos adaptados, permitindo que os estudantes participem de forma autónoma e significativa nos processos de aprendizagem. A literatura ressalta que, para a efetivação do trabalho colaborativo, são necessários a participação e o apoio da gestão escolar na organização do tempo, para que as formações ocorram no horário de serviço, beneficiando os envolvidos e, principalmente, os estudantes.

Quanto aos entraves para a efetivação do trabalho colaborativo, a literatura ressalta que há professores que ainda planejam as aulas de forma individual, desconhecem a temática do trabalho colaborativo e enfrentam a ausência de diálogo entre pares. Além disso, destaca-se que mudanças como essas demandam tempo para serem implementadas.

Quanto às estratégias voltadas aos estudantes do público da Educação Especial para inclusão foram identificados que o planejamento colaborativo, as trocas de experiências entre os professores e a flexibilização e adaptação na forma de ensinar permitem a participação e a aprendizagem desses estudantes.

É premente que outras investigações sejam realizadas a partir da colaboração entre profissionais de diferentes áreas de conhecimento da escola, no que tange ao uso de estratégias de ensino para a inclusão dos estudantes do público da Educação Especial e que estejam previstas no planejamento escolar.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Maio 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    03 Out 2023
  • Revisado
    14 Abr 2024
  • Aceito
    14 Abr 2024
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