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Raios cósmicos: trazendo mensagens do céu para a superfície da Terra

Toda a evolução do conhecimento cientifico sobre os Raios-Cósmicos ocorrida no século XX nos levou a seguinte constatação: raios cósmicos constituem um fluxo variável no tempo e no espaço de partículas atômicas e sub- atômicas energéticas totalmente ionizadas (com energias e abundâncias características) que permeia continuamente o sistema solar produzindo ionização e reações nucleares na atmosfera terrestre. Por serem eletricamente carregadas, o espectro de energia dessas partículas varia quando o fluxo atravessa irregularidades magnéticas e/ou turbulências. Medidas (diretas ou indiretas) deste fluxo feitas na superfície da Terra permitem o estudo dos processos físicos que ocorreram durante a jornada dos raios-cósmicos desde sua origem até o momento de sua medida, incluindo aqueles envolvidos em seu processo inicial de aceleração e em seu processo de transporte pela Heliosfera, magnetosfera e atmosfera terrestre. Desta forma, podemos considerar uma partícula de raio-cósmico como um mensageiro celeste. Por isso, muitos trabalhos têm usado as pegadas deixadas pelos raios-cósmicos na superfície da Terra (através de medidas de superfície dos traçadores cosmogênicos) como ferramenta para estudos da Física Espacial, Solar e Atmosférica. Este artigo discute como o conhecimento cientifico sobre os Raios-Cósmicos evoluiu e apresenta uma breve revisão sobre os conceitos físicos que envolvem esses mensageiros celestes.

Palabras clave:
Raios cósmicos; medidas de superfície; mensageiros celestes


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