Resumo:
Introdução:
Os transtornos mentais são responsáveis pela segregação de pacientes em diversas culturas e momentos históricos globalmente. A evolução das neurociências, tecnologias e avanços na esfera psicossocial não têm sido suficientes para mudar este paradigma. Muitas pessoas ainda temem ter relações sociais com alguém com transtorno psiquiátrico, apesar dos avanços científicos e dos esforços para reduzir o preconceito nas últimas décadas.
Objetivo:
Este estudo teve como objetivos avaliar a formação em saúde mental na graduação oferecida a médicos residentes de clínica médica e analisar os sentimentos, as percepções e os estigmas deles ante a assistência a pacientes com transtornos mentais.
Método:
Trata-se de um estudo com abordagens qualitativas e quantitativas, de natureza descritiva e transversal. Participaram 32 residentes de clínica médica, e, para comparação, os questionários foram respondidos por oito residentes de psiquiatria. Aplicaram-se dois instrumentos: um para a caracterização do perfil sociodemográfico dos participantes e o questionário de atribuição (AQ-26B). Os dados qualitativos foram obtidos por meio de grupo focal com 14 residentes, e empregou-se a análise de conteúdo para categorização. As categorias de maior frequência foram ilustradas com diagramas de Pareto.
Resultado:
Como os residentes de clínica demonstraram maiores índices de estigma em aspectos como medo e intolerância, intuiu-se que há lacunas na formação em saúde mental, baixa percepção de responsabilidade do cuidado, além de dificuldade em legitimar as queixas e exibir sentimentos negativos.
Conclusão:
Concluiu-se pela necessidade de intervenções educacionais que fomentem a diminuição do estigma e a busca de capacitação para o cuidado integral e empático de pessoas com transtornos mentais.
Palavras-chave:
Estigma Social; Saúde Mental; Educação Médica; Educação em Saúde; Conhecimentos; Atitudes e Prática em Saúde