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A Associação Brasileira de Educação Médica – ABEM, hoje.

The Brazilian Association of Medical Education – ABEM, today.

RESUMO

A Abem tem tentado, nesses últimos anos, ser a protagonista nacional na área de educação médica, e algumas mudanças e iniciativas recentes foram importantes e precisam avançar. Nesses quase quatro anos conseguimos realizar um equilíbrio geográfico da nossa sede, fato mais significativo do que possa parecer, pois promove uma redistribuição de forças das regionais, que foram bastante assimétricas nos últimos anos.

Da mesma forma, operamos de forma equilibrada junto a um governo central, que, transitório, não seria capaz de ditar linhas estruturantes para a educação nacional, e assim, junto com o CFM, reassumimos um protagonismo que havíamos perdido pelo confronto com o governo anterior.

Fomos capazes de desenvolver projetos estruturantes na área da educação, como o curso de capacitação de preceptores11. COMPETÊNCIAS EM DOCÊNCIA CLÍNICA E PRECEPTORIA. Disponível em: < http://abem-educmed.org.br/educabem/curso-competencias-em-docencia-clinica-e-preceptoria/>.
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e o sistema de acreditação de escolas médicas (Saeme)22. SISTEMA DE ACREDITAÇÃO DE ESCOLAS MÉDICAS-SAEME. Disponível em: < http://saeme.org.br/>.
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, que são realidade e se desenvolvem de forma bastante satisfatória. Sem falar de ações articuladas na direção da qualidade de vida dos estudantes e da prevenção de suicídio dos mesmos mediante o Projeto Forsa33. FÓRUM NACIONAL DE SERVIÇO DE APOIO AO ESTUDANTE DE MEDICINA-FORSA. Disponível em: < http://abem-educmed.org.br/forsa-abem-forum-nacional-de-servicos-de-apoio-ao-estudante-de-medicina/>.
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Equacionadas essas etapas, ainda em desenvolvimento, outros desafios se colocam: reinserir professores e diretores de escolas médicas nos debates. Uma grande responsabilidade para todos nós.

Os estudantes e futuros médicos continuam a ser objeto primário de nossas ações, mas nossos congressos necessitam encontrar um equilíbrio entre a participação estudantil, o debate político e a produção científica em educação médica.

Considerando o atual cenário de mais de 324 escolas44. ESCOLAS MÉDICAS DO BRASIL. Disponível em: <https://www.escolasmedicas.com.br/escolas-medicas-todas.php>.
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e a presença de grandes corporações internacionais nesse cenário, faz-se necessário discutir as políticas possíveis para se garantir qualidade aos egressos e RH adequado ao SUS. Essas e outras demandas de igual magnitude estarão sempre a nos desafiar.

A formação docente passa a ter, cada vez mais, papel de grande importância no cenário atual. Vivemos um momento, frente às novas e velhas escolas, em que a necessidade premente é de formação docente para novas tecnologias educacionais já postas. Diversificar modelos de formação docente envolve cursos de curta duração, aperfeiçoamento e pós-graduação lato e stricto sensu, nas modalidade presencial, semipresencial e EaD.

O projeto Abem Mestrado e Doutorado em Educação Médica, brilhantemente construído com os maiores experts do País e considerado adequado pelos técnicos, aguardando possibilidade de financiamento das agências CNPq e Capes, deverá ser retomado e renegociado, uma vez que seria também fundamental para essas mudanças necessárias.

Não podemos esquecer a recente perda de sustentação, financiamento e espaço político recentemente sofrida pela Faimer e a eventual necessidade de se incorporar essa massa crítica às discussões, já que essa Fundação tem saberes e discussão aprimorada nesses temas de relevância para a educação médica.

A Abem deverá estar centrada, em primeiro lugar, em assegurar o melhor cuidado de pacientes e suas comunidades por meio da melhor educação médica. Isto representa, em termos práticos, assegurar o SUS, a inserção desta neste Sistema e a defesa do financiamento da pesquisa, dos recursos de assistência em todos os níveis, pela qualidade do cuidado dos pacientes mais vulneráveis em ambientes adequados para a formação da atual e das próximas gerações de médicos. Isto tem que estar muito claro no seu plano de ação. A partir daqui se desenvolvem as linhas de ação, que incluem, a meu ver, a defesa da segurança do paciente, a qualidade da formação dos profissionais de saúde (por meio da avaliação da qualidade dos processos de ensino e das escolas), a aliança às causas sociais que se interessam pela defesa do SUS e a garantia da produção científica em educação para as profissões da saúde como eixo articulador dos programas de formação de professores, incluindo mestrados em áreas de especialidades.

Há necessidade de cada vez mais ampliarmos a articulação, como a atual diretoria já o faz, com o CFM, com organizações médicas e também com organizações de gestores universitários, entidades da sociedade civil, públicas e privadas, comitês parlamentares e um aperfeiçoamento de nossa interlocução com professores, estudantes e, por que não, com a própria sociedade, por meio de uma modernização de nossa comunicação institucional.

Buscamos nesses anos ocupar todos os espaços político-institucionais pela Abem. Nesta fase da política nacional que estamos testemunhando, é fundamental que criemos estratégias que permitam ter representação da nossa Associação em todos os espaços, pois políticas públicas para a adequada formação de recursos humanos em saúde dependem de nossa discussão, uma vez que nós é que somos capazes de executá-las.

O importante é que a nossa Associação, hoje com a maturidade de seus 56 anos, possa dar conta de ser cada vez mais inclusiva, já que profundamente plural; que seja capaz de discussões colegiadas e que possa ser abrangente nos conceitos e necessidades de suas regionais – papel difícil em um país continental. Que continue crescendo em sua missão de formar o profissional que o País necessita.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2018

Histórico

  • Recebido
    10 Set 2018
  • Aceito
    15 Set 2018
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