Resumo:
Introdução:
Com a prevalência de pacientes polimedicados, é essencial que estes sejam manejados com aliança terapêutica efetiva e tratamentos factíveis e seguros. A empatia com o paciente é indispensável, e a falta de experiência dos prescritores pode impedir esse vínculo. Objetivo: O presente estudo simula um regime polimedicamentoso com acadêmicos de Medicina, para promover reflexões sobre as dificuldades vivenciadas pelos pacientes.
Método:
É estudo prospectivo em grupo único e não cego. Participaram estudantes de Medicina dos semestres 5 a 7, internos e residentes da nossa instituição, que seguiram regime placebo por sete dias. Antes e depois do período, os voluntários responderam a questionários de percepções sobre aderência medicamentosa e concordância terapêutica.
Resultado:
Participaram 28 voluntários, dos quais 27 (96,4%) esqueceram-se de utilizar pelo menos uma medicação durante o período. Dos graduandos, 28,57% referiram interrupção do uso de pelo menos uma. Do grupo de internos e residentes, essa porcentagem foi de 71,43%. Houve mais perdas de dose do que o previsto pelos participantes. Seguindo posologias realistas, levotiroxina sódica, inibidor de enzima conversora da angiotensina e metformina foram os fármacos referidos como de maior dificuldade. Do total de participantes, 96% afirmaram com veemência que o tratamento acordado entre médico e paciente deve se correlacionar com a boa aderência terapêutica.
Conclusão:
A compreensão sobre os fatores que influenciam na aderência e em seus manejos é indispensável na capacitação do médico, bem como o bom vínculo entre médico e paciente. O ensino dessas habilidades é necessário. São necessários estudos adicionais, a fim de alcançar mais graduandos e ressaltar a relevância de simulações no ensino médico.
Palavras-chave:
Polimedicação; Cooperação e Adesão ao Tratamento; Simulação; Educação Médica