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Hábito alimentar de Culex nigripalpus Theobald (Diptera, Culicidae) no Parque Ecológico do Tietê, São Paulo, Brasil

O hábito alimentar da população de Cx. nigripalpus do Parque Ecológico do Tietê (PET) foi investigado usando um protocolo de ELISA indireto. Foram testadas 516 e 25 fêmeas ingurgitadas e capturadas, respectivamente, em áreas reflorestadas e abertas. Roedores e canídeos foram fontes alimentares mais freqüentes, em aproximadamente 65.3% dos repastos sangüíneos. De um total de 541 fêmeas ingurgitadas, foram detectadas freqüências de repastos sangüíneos em humanos (10.9%), canídeos (26.1%), galinídeos (2.4%) e roedores (39.2%). As fontes alimentares de 233 fêmeas ingurgitadas (43.1%) não foram identificadas, indicando que essas fêmeas se alimentaram possivelmente de outros hospedeiros não testados. Ainda, houve 106 indivíduos (34.4%) que fizeram múltiplos repastos sangüíneos. O valor do índice de repastos sangüíneos em humanos foi 0.14 e as razões alimentares foram roedor/humano = 2.70, humano/galinídeo = 1.51 e canídeo/roedor = 1.33. Os roedores são hospedeiros defensivos para esse inseto hematófago o qual não persiste nestes hospedeiros e procura outro para completar o repasto sangüíneo. Considerando que os roedores são reservatórios potenciais de arbovírus Mucambo e São Luís e que Cx. nigripalpus realiza repastos sanguíneos nesses mamíferos, propõe-se a hipótese de que a população deste moquito poderia participar do ciclo de transmissão desses arbovírus no PET. Adicionalmente, esta espécie poderá se envolver na transmissão de Dirofilaria immitis para canídeos neste parque.

Cadeia alimentar; insetos vetores; parasitas; reservatórios de doenças; zoonoses


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