RESUMO
Neste artigo, argumenta-se que Sans-titre, do coreógrafo Raimund Hoghe (2009), remete à ideia de que é por intermédio de um movimento de libertação das forças estáticas de representação cultural que o sujeito pode se aproximar dos outros enquanto humanos - ou seja, construir uma relação baseada na ética. A análise parte de uma interpretação subjetiva que se desenrola em função da sequência narrativa do espetáculo, procurando libertar-se do olhar neutro (e potencialmente redutor) normalmente associado aos regimes tradicionais de regulação académica - ao mesmo tempo em que dá a ver novas possibilidades críticas em torno da recepção estética.
Palavras-chave:
Corpo; Incorporação; Afetos; Representação Cultural; Recepção Estética