RESUMO:
Objetivo:
Avaliar o efeito da distância entre o local de residência e de tratamento especializado sobre o tempo de sobrevida de pessoas vivendo com HIV/Aids em Alagoas, Nordeste do Brasil.
Métodos:
Utilizaram-se dados dos sistemas de notificação e mortalidade relacionados a indivíduos com idade ≥ 13 anos diagnosticados com a infecção entre 2007 e 2013. Os casos foram observados por um tempo de seguimento até dezembro de 2017. Para as análises, foram adotados o teste χ22. Brasil. Ministério da Saúde. Epidemiological Bulletin: HIV Aids [Internet]. Brasil: Ministério da Saúde; 2019 [access on Oct. 17, 2020]. Available from: http://www.aids.gov.br/pt-br/tags/agravo/hivaids
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de Pearson, o método Kaplan Meier e a regressão de Cox, de acordo com o desfecho do caso, o local da moradia, a distância até a unidade de saúde, o tamanho populacional do município de residência, o sexo, a cor/etnia e a idade.
Resultados:
Dos 2.732 casos analisados, 760 evoluíram para óbito por causas relacionadas à Aids. A estimativa média do tempo de sobrevida dos indivíduos residentes na capital foi de 98,6 meses (intervalo de confiança de 95% — IC95% 96,1 – 101). Entre os residentes nos municípios do interior, a estimativa foi de 92,7 meses (IC95% 89,3 – 96,1). Houve diferença significativa nas curvas em todo o período. O grupo residente no interior e o daqueles que viajavam a uma distância > 70 km apresentaram razão de risco (RR) médio de óbito maior (RR = 1,21, IC95% 1,05 – 1,4; e RR = 1,18, IC95% 1,01 – 1,39, respectivamente).
Conclusão:
Residir na capital ou próximo dela diminui o risco relativo médio de óbito. A fim de aumentar o tempo de sobrevida dos pacientes com HIV/Aids em Alagoas, sugere-se descentralizar a assistência especializada, ou seja, criar centros regionais para atendimento dessas pessoas.
Palavras-chave
HIV; Síndrome da imunodeficiência adquirida; Análise de sobrevida; Mortalidade; Acesso aos serviços de saúde; Disparidades nos níveis de saúde