Esta pesquisa transversal objetivou estimar a prevalência do uso de genéricos na população total e entre os usuários de medicamentos; verificar as classes medicamentosas mais consumidas entre os genéricos; avaliar o nível de conhecimento dos genéricos pela população; e identificar os fatores associados ao uso de genéricos entre adultos de 20 a 59 anos. A amostra foi composta por 374 indivíduos da área de abrangência de uma Unidade Saúde da Família de Ponta Grossa, PR. A coleta de dados foi feita por entrevistas domiciliares. Foram consideradas três categorias de variáveis: sociodemográficas, condição de saúde e uso de serviços de saúde. Para análise estatística foi utilizado o teste de qui-quadrado. A prevalência de consumo de genéricos foi de 9,9%. Dos entrevistados, 96,5% afirmaram conhecer os genéricos; 64,3% acreditam que estes têm a mesma qualidade e 88,9% relataram que são mais baratos. Os grupos mais utilizados foram os do sistema nervoso e do aparelho cardiovascular. A quase totalidade (96,2%) dos genéricos foi adquirida em farmácias comerciais. Após análise univariada, as variáveis estatisticamente significativas foram classificação econômica, situação de trabalho, plano de saúde, presença de doenças crônicas, consulta nos últimos 3 meses e internação nos últimos 12 meses. A baixa prevalência de utilização aponta para a necessidade do fortalecimento de políticas de disponibilização de genéricos na rede pública, em especial na Estratégia Saúde da Família, como principal forma de acesso a esses medicamentos à população como a estudada.
Medicamentos genéricos; Utilização de medicamentos; Farmacoepidemiologia; Estudos transversais; Adulto; Programa Saúde da Família