RESUMO:
Introdução:
Má higiene bucal, uso regular de enxaguante bucal e ausência de visitas ao dentista podem corresponder a potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço.
Objetivo:
Determinar se a higiene bucal está associada à ocorrência de câncer em cavidade oral e cabeça e pescoço em uma amostra brasileira.
Método:
O estudo caso controle analisou variáveis de higiene bucal, como frequência de escovação, perda dentária, necessidade e uso de prótese e visita regular ao dentista em pacientes de cinco hospitais do estado de São Paulo, pareados por sexo e idade, provenientes do projeto multicêntrico Genoma do Câncer de Cabeça e Pescoço (GENCAPO).
Resultados:
As neoplasias mais frequentes nos 899 pacientes incluídos foram: bordo de língua (11,41%) e base de língua (10,92%). A análise estatística múltipla encontrou os seguintes valores de odds ratio: escovar uma vez 0,33 (IC95% 0,25 - 0,44); escovar duas vezes 0,42 (IC95% 0,35 - 0,52); uso de fio dental sempre 0,19 (IC95% 0,13 - 0,27); uso de fio dental às vezes 0,19 (IC95% 0,15 - 0,24); sangramento 2,40 (IC95% 1,40 - 4,09); prótese 1,99 (IC95% 1,54 - 2,56), visita ao dentista 0,29 (IC95% 0,22 - 0,37); boa higiene 0,21 (IC95% 0,17 - 0,27); higiene regular 0,20 (IC95% 0,15 - 0,25); e número de dentes ausentes (6 ou mais) 3,30 (IC95% 2,67 - 4,08).
Conclusões:
Esses dados mostraram que, na população estudada, indicadores de boa higiene, como escovar os dentes e uso do fio dental, foram fatores de proteção para o câncer de boca e cabeça e pescoço, enquanto sangramento e muitos dentes ausentes foram fatores de risco.
Palavras-chave:
Higiene bucal; Estudos de casos e controles; Neoplasias bucais; Neoplasias de cabeça e pescoço; Brasil