RESUMO:
Objetivo:
Propor método para melhoria das estimativas de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, incluindo a redistribuição de causas garbage nos municípios brasileiros.
Métodos:
O Sistema de Informações sobre Mortalidade foi utilizado como fonte de dados para estimar as taxas padronizadas por idade, antes e depois da correção de dados, para as doenças crônicas não transmissíveis (cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e neoplasias). O tratamento para correção dos dados abordou dados faltantes, sub-registro e redistribuição de causas garbage. Foram utilizados os triênios 2010–2012 e 2015–2017 e o método bayesiano para estimar as taxas de mortalidade, diminuindo-se o efeito da flutuação provocada pelos pequenos números no nível municipal.
Resultados:
A etapa de redistribuição causas garbage mostrou maior peso nas correções: cerca de 40% em 2000 e aproximadamente 20% a partir de 2007, com estabilização neste ano. Ao longo da série histórica, a qualidade da informação sobre causas de morte melhorou no Brasil, sendo vistos resultados heterogêneos nos municípios. Observaram-se clusters com as maiores proporções de correção nas regiões Nordeste e Norte. O diabetes foi a causa com maior proporção de acréscimo (mais de 40%, em 2000).
Conclusão:
Estudos metodológicos que propõem correção e melhoria do Sistema de Informação sobre Mortalidade são essenciais para o monitoramento das taxas de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis em níveis regionais. A proposta metodológica aplicada, pela primeira vez em dados reais de municípios brasileiros, é desafiadora e merece aprimoramentos. Apesar da melhora nos dados, o método utilizado neste estudo para tratamento dos dados brutos mostrou grande impacto nas estimativas finais.
Palavras-chave:
Doenças não transmissíveis; Confiabilidade dos dados; Causas de morte; Análise de pequenas áreas