OBJETIVO:
Analisar o perfil alimentar de usuários de dois serviços de promoção da saúde localizados em áreas de elevada vulnerabilidade social de uma metrópole brasileira.
MÉTODOS:
Estudo transversal realizado com todos os usuários (n = 370) com 20 anos ou mais de idade que ingressaram em duas Academias da Cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais para prática regular de exercícios físicos e ações de educação nutricional, no período de 2009 a 2010. Avaliou-se condições sociodemográficas, econômicas, perfil nutricional e de saúde.
RESULTADOS:
Usuários do serviço com maior vulnerabilidade social apresentaram maior frequência de consumo inadequado de hortaliças (54,6 versus 43,6%; p = 0,038), doces (33,5 versus 23,2%; p = 0,030), refrigerantes (28,5 versus 11,9%; p < 0,001), sucos artificiais (34,7 versus 22,6%; p = 0,011) e embutidos (48,8 versus 32,7%; p = 0,002). Contudo, no outro serviço, com menor vulnerabilidade social, observou-se maior prevalência de obesidade abdominal (60,7 versus 43,0%; p = 0,004) e consumo de carnes gordurosas (53,0 versus 36,5%; p = 0,002).
CONCLUSÃO:
Os usuários de ambos os serviços apresentaram perfil alimentar inadequado e compatível com o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, mas distintos entre si. Este fato sugere que ações de promoção da alimentação saudável devem contemplar o território e sua interface com a saúde das pessoas.
Alimentação; Promoção da saúde; Serviços de saúde; Vulnerabilidade social; Nutrição em saúde pública; Nível de saúde