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Atenção Primária à Saúde durante a pandemia de COVID-19 em Fortaleza, Brasil: fatores associados e padrão de uso por mães e crianças de até 18 meses de idade

RESUMO

Objetivo:

Analisar o retardo ou a não procura por atenção primária à saúde por parte do bionômio mãe-filho durante a pandemia de COVID-19, uma prática que apresenta elevado potencial de aumentar a morbimortalidade materno-infantil.

Métodos:

Dados de três levantamentos do estudo longitudinal Iracema-COVID, realizados aos seis, 12 e 18 meses após o parto, identificaram padrões de procura por consultas na Atenção Primária à Saúde (APS) por parte do binômio mãe-filho. A regressão multinomial bruta e adjustada com variância robusta foi utilizada para avaliar os fatores associados com a não procura.

Resultados:

Entre as 314 mães da coorte, 25% não realizaram nenhuma consulta na APS durante o período de 18 meses pós-parto, enquanto 30% das mães o fizeram nos três contatos do seguimento. Com relação à consulta da criança, 75% realizaram consultas de APS nos três momentos, ao passo que 4% não realizaram nenhuma consulta em seus primeiros 18 meses de vida. Ao fim da primeira onda de COVID-19, a proporção de consultas na APS de mães e crianças caiu 23 e 18%, respectivamente. Os principais fatores associados à não procura por APS foram mães com idade abaixo de 25 anos e mães com mais de um filho.

Conclusão:

Houve importante retardo ou não procura por APS pelo bionômio mãe-filho durante a pandemia de COVID-19. Essa prática, com elevado potencial de aumentar a morbimortalidade materno-infantil, foi mais frequente entre mães mais jovens e com mais de um filho.

Palavras-chave:
Atenção primária de saúde; Saúde materno-infantil; Estudos de coortes; Fatores epidemiológicos; COVID-19

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