RESUMO:
Introdução:
O perfil epidemiológico de cárie dentária dos povos indígenas é complexo e heterogêneo. A saúde bucal do povo Kaingang, terceira maior população indígena do Brasil, ainda não foi investigada.
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e severidade de cárie, além dos fatores associados à necessidade de extração dentária entre adultos Indígenas Kaingang.
Métodos:
Foi realizado um inquérito de saúde bucal entre adultos Kaingang com idade entre 35 e 44 anos residentes na Terra Indígena Guarita, Rio Grande do Sul. Exames clínicos foram realizados a fim de analisar as condições da coroas dentárias e as necessidades de tratamento, seguindo os critérios e diretrizes da Organização Mundial da Saúde e da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal SB Brasil 2010.
Resultados:
O total de 107 Indígenas Kaingang foi examinado. O índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD) médio observado foi de 14,45 (± 5,80). Dois terços do escore do indíce foram compostos do componente “perdidos”. A dentição inferior anterior apresentou as maiores taxas de dentes hígidos, enquanto os primeiros molares inferiores apresentaram as menores. Necessidade de extração dentária foi observada em 34,58%, sendo associada com a localização da aldeia, tempo da última consulta odontológica e maior número de dentes cariados.
Conclusão:
As altas frequências de cárie não tratada e dentes perdidos observados nessa população indicam a falta de assistência adequada. É necessário discutir modelos de atenção à saúde para combater iniquidades sociais e de saúde.
Palavras-chave:
Saúde bucal; População Indígena; Índios sul-americanos; Cárie dentária