Em Belo Horizonte, a cobertura vacinal contra a hepatite B para menores de um ano foi aquém do preconizado pelo Programa Nacional de Imunização-PNI, de acordo com o Inquérito de Cobertura Vacinal realizado em 2007. A referida vacina foi então utilizada como fio condutor para esta pesquisa, que procurou avaliar o envolvimento dos profissionais de saúde no processo de vacinação, em duas unidades básicas de saúde (UBS) do município. O presente estudo é qualitativo e utiliza as noções da Teoria das Representações Sociais (TRS) e o método de Análise Estrutural de Narração para realizar a interpretação das entrevistas. Os resultados indicam que há falhas no que se refere ao controle e à utilização do cartão espelho, à orientação dos pais/responsáveis, e também no monitoramento da cobertura vacinal (CV) e utilização dos dados de CV como subsídio para o planejamento das ações em saúde. Verificou-se que o processo de trabalho nas UBS está concentrado na rotina do serviço, com baixa criatividade dos profissionais, o que inclui representações que mantêm forte tendência à valorização de atividades voltadas à saúde individual em detrimento de atividades abrangentes de saúde coletiva. Conclui-se que a defasagem apresentada no processo de vacinação pode ser superada com uma maior valorização das ações cotidianas, com o uso mais adequado das informações geradas sobre a vacinação, e com o planejamento e incremento das atividades de saúde coletiva em nível local da atenção básica.
Vacinação; Avaliação em saúde; Pesquisa qualitativa; Hepatite B; Cobertura vacinal