RESUMO:
Objetivo:
Analisar a associação da depressão com comportamentos de saúde e verificar se as associações diferem segundo sexo e renda.
Métodos:
Estudo transversal com dados de 65.803 adultos brasileiros (18–59 anos) da Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019. A presença de depressão foi avaliada com o uso do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). As prevalências de tabagismo, consumo de álcool, atividade física, sedentarismo e indicadores de alimentação foram estimadas segundo a presença de depressão. Foram desenvolvidas análises estratificadas por sexo e renda e estimadas as razões de prevalência com a regressão de Poisson.
Resultados:
Verificou-se associação significativa da depressão com todos os indicadores estudados, exceto com o consumo eventual de álcool. Apenas nas mulheres a depressão se mostrou associada com heavy episodic drinking e com o consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras. Nos homens, as razões de prevalência das associações de depressão com sedentarismo e com ser ex-fumante foram mais elevadas de que nas mulheres e apenas nos homens o consumo eventual de álcool foi mais prevalente naqueles sem depressão. A análise estratificada segundo a renda mostrou que a associação da depressão com a inatividade física foi mais forte no segmento de renda superior e a associação com heavy episodic drinking só foi significativa no estrato de renda inferior.
Conclusão:
Os resultados apontam a necessidade de considerar a saúde mental nos programas que visam à redução de comportamentos nocivos à saúde e também de levar em conta as especificidades dessas associações nos diferentes estratos sociodemográficos.
Palavras-chave:
Depressão; Comportamentos relacionados com a saúde; Tabagismo; Consumo de bebidas alcoólicas; Consumo de alimentos; Comportamento sedentário