Open-access Tendências das uniões inter-raciais no Brasil entre 2002 e 2022: o que há de novo?

Resumo

Usando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2002, 2007, 2012, 2017 e 2022, o estudo analisa o padrão geral das uniões inter-raciais no Brasil, considerando diferenças regionais e a distância educacional entre os parceiros. O objetivo é analisar se os padrões de uniões inter-raciais mudaram ou permaneceram os mesmos em um contexto de muitas mudanças nas relações raciais, como a valorização da cultura negra e as ações afirmativas. O resultado geral demonstra que houve um aumento nas taxas de uniões inter-raciais até 2002, sendo que após esse período as taxas se mantiveram estáveis. Existem diferenças importantes nas taxas quando se consideram combinações raciais específicas, como o aumento da homogamia de pardos e de pretos. As diferenças regionais indicam o efeito da distribuição racial local e das diferenças regionais com relação à classificação racial e à tolerância racial. Os dados também apresentam evidências que corroboram a hipótese de troca de status, na qual o parceiro de cor mais escura tende a ter um nível educacional mais alto. No entanto, ressalta-se que isso pode não indicar uma troca intencional, mas sim um resultado de como as preferências matrimoniais funcionam. Os resultados são preliminares e descritivos, podendo apenas levantar algumas hipóteses e reafirmar a necessidade de mais pesquisas sobre o tema.

Palavras-chave:
Uniões inter-raciais; Relações raciais; Brasil

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