Resumo
Um desafio para estudos sobre os movimentos populacionais consiste na indisponibilidade de dados com tempestividade e que agreguem representatividade populacional. O Censo Demográfico, embora seja referência, tem periodicidade ampla, sendo mais adequado para análises históricas do que estudos que resultem em inferências para políticas públicas com maior brevidade. Como alternativa, o uso de bases administrativas tem surgido para minimizar esses desafios, assim como a pesquisa tipo survey, apesar do seu custo. O objetivo deste artigo é apresentar o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal como fonte para estudos sobre os movimentos populacionais, especificamente da população de baixa renda, destacando a tempestividade, a diversidade de informações pessoais, familiares e domiciliares e a dimensão longitudinal que permitem observar as mudanças. Outro potencial da base é o recorte geográfico, quesito para estudos sobre imigração, migração interna e movimentos intraurbanos. Apresentam-se uma tipologia de movimentos populacionais a partir do CadÚnico e a metodologia elaborada no tratamento dos dados. Aplicados para a população inscrita em Minas Gerais, entre 2012 e 2022, os resultados preliminares mostram a predominância de migração de uma etapa e alterações na tendência do fluxo urbano-rural em alguns períodos deste intervalo, inversamente à tendência histórica. Essa abordagem oferece novas perspectivas para análises demográficas e políticas públicas.
Palavras-chave:
Migração; Tipologia de mobilidade populacional; Cadastro Único
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Fonte: Elaboração dos autores.