Acessibilidade / Reportar erro

Um estudo sobre a filiação religiosa no Brasil entre 1980 e 2010: efeitos de idade, período e coorte

Houve uma marcante redução no número relativo de católicos no Brasil nas últimas décadas, fato que é associado, principalmente, ao crescimento das igrejas pentecostais e neopentecostais, bem como ao aumento no número de pessoas sem filiação religiosa. Foram analisados os efeitos de idade, período e coorte associados à filiação religiosa no Brasil entre 1980 e 2010, com o uso do modelo idade-período-coorte hierárquico e modelos de efeitos randômicos com classificação-cruzada. Observaram-se efeitos de idade significativos, mas de pequena magnitude para católicos e pentecostais, e efeitos substanciais para aqueles sem filiação religiosa, sendo essa com uma relação negativa. Para as duas primeiras afiliações, os efeitos de período eram de maior magnitude e com tendências claras: negativa para católicos e positiva para pentecostais. Os efeitos de coorte foram significativos para as três afiliações, mas as magnitudes foram menores do que para dos dois outros efeitos. Também verificou-se que a propensão em ser pentecostal diminui com o nível de educação, sendo que o contrário ocorre para pessoas sem religião. Entretanto, esses efeitos são menos marcantes para coortes mais jovens, possivelmente por causa da natureza menos seletiva da educação superior atualmente no Brasil e do aumento generalizado dos níveis de educação.

Afiliação religiosa; Idade-período-coorte; Modelos de efeitos randômicos com classificação-cruzada; Brasil


Associação Brasileira de Estudos Populacionais Rua André Cavalcanti, 106, sala 502., CEP 20231-050, Fone: 55 31 3409 7166 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: editor@rebep.org.br