Resumo
O presente estudo tem como objetivo identificar os efeitos da diferença educacional e ocupacional entre pai e mãe sobre a dinâmica intergeracional (educacional e ocupacional) e a probabilidade de o indivíduo pertencer ao estrato inferior de educação e/ou ocupação. O estudo tem como base as informações da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) de 2014. O artigo se valeu de instrumentos de tratamento de dados paramétricos e não paramétricos. Do lado não paramétrico, foram construídas matrizes de transição markovianas com o intuito de obter indicadores de mobilidade e medidas de persistência por faixa de renda e escolaridade. Do lado paramétrico, foi estimado um modelo probit bivariado com o objetivo de obter informações a respeito dos determinantes da mobilidade condicionada a características dos pais, considerando o nível educacional e ocupacional. Os resultados sugerem que o fato de a mãe pertencer a um estrato superior ao do pai promove uma maior mobilidade, seja para educação, seja para ocupação. Observou-se que quanto maior for a escolaridade da mãe em relação à do pai, não só mais escolarizado será o filho, mas menor será a probabilidade de o filho pertencer ao estrato inferior de educação e/ou de ocupação.
Palavras-chave:
Mobilidade intergeracional; Educação; Ocupação; Processos de Markov; Probit bivariado