Resumo
A literatura sobre juventude tem identificado uma diversificação nos modos de ser jovem e de realizar a transição para a vida adulta. No Brasil, as desigualdades estruturais desempenham um papel importante nesse processo. Este artigo analisa as mudanças nesse processo entre 1991 e 2010 no Nordeste, um território que permanece registrando maiores vulnerabilidades em relação às demais regiões do Brasil, em termos econômicos, educacionais e de inserção no mercado de trabalho. Avaliam-se o adiamento, o prolongamento e a diversificação de modalidades de transição, bem como as possíveis relações com desigualdades associadas a sexo, raça/cor, situação de domicílio e nível de renda. Utiliza-se a análise de entropia de coortes sintéticas, aplicada aos microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2010. Os resultados mostram que o incremento do tempo dedicado à escola torna as transições mais homogêneas nas idades iniciais, ao passo que nas idades jovens adultas se verifica a tendência de diversificação nos modos de inserção social. Essa despadronização afeta a duração do processo, mas com diferenciais em função da condição socioeconômica. Ademais, destacou-se a contribuição do status ocupacional para a heterogeneidade crescente, ressaltando o elemento da incerteza na construção biográfica dos jovens na região.
Palavras-chave:
Transição à vida adulta; Desigualdades; Trabalho; Educação; Nordeste
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Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2010. (1) Índice em termos percentuais relativamente à entropia máxima (Ex/Emax).
Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2010. (1) Índice em termos percentuais relativamente à entropia máxima (Ex/Emax).
Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2010. (1) Índice em termos percentuais relativamente à entropia máxima (Ex/Emax). As séries de valores foram suavizadas por média móvel de três pontos.
Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demográficos de 1991 e 2010.