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Empregadas domésticas e cuidadoras profissionais: compartilhando as fronteiras da precariedade* * As autoras agradecem os comentários das coordenadoras e participantes do GT 13 – Dinâmicas Demográficas e Trabalho do XV Encontro Nacional da Abet, seminário no qual versão preliminar deste trabalho foi apresentada, bem como as sugestões e comentários de dois/duas pareceristas anônimos(as) da Rebep.

Domestic and professional care workers: sharing the borders of precariousness

Empleadas domésticas y cuidadoras profesionales: compartiendo las fronteras de la precariedad

Resumo

Há considerável fluidez na fronteira entre a atuação das empregadas domésticas e as atribuições exercidas pelas cuidadoras profissionais. Mas o quão distintas são estas categorias ocupacionais em relação ao seu perfil socioeconômico? Ao longo deste artigo, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), buscamos responder se, durante o período 2002-2015, esses dois grupos apresentaram maiores aproximações ou inflexões em suas características. A partir de cinco dimensões analíticas – características individuais, condições de trabalho, grau de proteção trabalhista e social, situação domiciliar e isolamento/pertencimento –, as estatísticas apresentadas neste trabalho sugerem uma aproximação ao longo dos anos entre o perfil das trabalhadoras domésticas e o das profissionais de cuidado. Essa afirmação é válida para praticamente todos os indicadores analisados. Ambas as ocupações são marcadas pela precariedade no trabalho: combinam baixo nível de remuneração e de proteção social com alta carga horária de trabalho remunerado, somada a extensas jornadas não remuneradas. Ademais, ambas atividades são majoritariamente exercidas por mulheres pretas e pardas. Singularmente, a escolaridade é a única característica socioeconômica que de fato diferencia os dois grupos, consideravelmente mais alta para as cuidadoras.

Palavras-chave
Emprego doméstico; Cuidado; Cuidadoras; Mercado de trabalho

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