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Revista Brasileira de Estudos de População, Volume: 26, Número: 2, Publicado: 2009
  • Editorial Editorial

    Baeninger, Rosana
  • Vulnerabilidade do lugar vs. vulnerabilidade sociodemográfica: implicações metodológicas de uma velha questão Artigos

    Marandola Jr., Eduardo; Hogan, Daniel Joseph

    Resumo em Português:

    A pergunta "vulnerabilidade a que?" é primária nos estudos sobre riscos e perigos. Nos estudos populacionais, essa pergunta se direciona a grupos demográficos que estão sujeitos a determinados perigos, que podem estar relacionados às características da dinâmica demográfica ou à sua situação socioeconômica, ligadas ao ciclo vital, à estrutura familiar ou às características migratórias do grupo. O campo de população e ambiente acrescentou a dimensão espacial à problemática, considerando a posição e a situação (relacionais e relativas) componentes dos elementos que produzem perigos ou que fornecem condições de enfrentá-los. Notam-se, de um lado, a influência de uma abordagem ecológica, que entende o meio como um conjunto físico-social que influencia e é influenciado pela população, e, de outro, a presença de postulados materialistas, que concebe a relação sociedade-natureza como um devir histórico-social que se pauta pela produção contraditória e desigual do espaço e da sociedade. Em ambientes fortemente modificados pelo homem, como as grandes cidades, a matriz causal de riscos e de elementos que podem interferir na vulnerabilidade é consideravelmente maior, tornando difícil apreender relações de causalidade entre determinados perigos e certas características do grupo demográfico. Em vista disso, olhar para os perigos e para a vulnerabilidade do lugar é uma estratégia que permite, em microescala, captar os elementos que interferem na produção, aceitação e mitigação dos riscos. A dimensão ecológica é re-significada ao incorporar a dimensão existencial e fenomênica do lugar, entendendo os grupos demográficos em sua relação de envolvimento e pertencimento ao seu espaço vivido. A partir de uma série de trabalhos empíricos desenvolvidos nos últimos anos, este artigo reflete sobre as possibilidades dessa perspectiva teórico-metodológica, que utiliza uma prática qualitativa de campo e uma orientação geográfica na construção de um diálogo mais estreito entre Geografia e os estudos populacionais, a partir do campo População e Ambiente.

    Resumo em Espanhol:

    La pregunta "¿vulnerabilidad a qué?" es primaria en los estudios sobre riesgos y peligros. En los estudios poblacionales, esta pregunta se dirige a grupos demográficos que están sujetos a determinados peligros, que pueden estar relacionados a las características de la dinámica demográfica o a su situación socioeconómica, ligadas al ciclo vital, a la estructura familiar o a las características migratorias del grupo. El campo de población y ambiente aumentó la dimensión espacial a la problemática, considerando la posición y la situación (relacionales y relativas) componentes de los elementos que generan peligros o que suministran condiciones para enfrentarlos. Se advierten, por un lado, la influencia de un abordaje ecológico, que entiende al medio como un conjunto físico-social que influencia y es influenciado por la población, y por otro, la presencia de postulados materialistas, que concibe la relación sociedad-naturaleza como un devenir histórico-social que está pautado por la producción contradictoria y desigual del espacio y de la sociedad. En ambientes fuertemente modificados por lo hombre, como las grandes ciudades, la matriz causal de riesgos y de elementos que pueden interferir en la vulnerabilidad es considerablemente mayor, tornando difícil aprehender relaciones de causalidad entre determinados peligros y ciertas características del grupo demográfico. En vista de ello, mirar hacia los peligros y hacia la vulnerabilidad del lugar es una estrategia que permite, en micro-escala, captar los elementos que interfieren en la producción, aceptación y mitigación de los riesgos. La dimensión ecológica es re-significada al incorporar la dimensión existencial y fenoménica del lugar, entendiendo los grupos demográficos en su relación de involucramiento y pertenencia a su espacio vivido. A partir de una serie de trabajos empíricos desarrollados en los últimos años, este artículo reflexiona sobre las posibilidades de esa perspectiva teórico-metodológica, que utiliza una práctica cualitativa de campo y una orientación geográfica en la construcción de un diálogo más estrecho entre Geografía y los estudios poblacionales, a partir del campo Población y Ambiente.

    Resumo em Inglês:

    The question of "vulnerability to what?" is standard in studies on risks and dangers. In demographic studies the issue comes up in regard to demographic groups that are subject to dangers that can be related to the characteristics of the demographic dynamics or to the groups' socioeconomic situation, which have to do with their life course, family structure or migratory characteristics. The field of population and environment added the spatial dimension to the issue, considering position and situation, which are components of the elements that produce dangers or that provide the conditions to face them. On the one hand, one can note the influence of an ecological approach, which sees the environment as a physical-social set that influences and is influenced by the population and, on the other, the presence of materialistic postulates, which conceive the relationships between society and nature as a social and historical factor regulated by the contradictory and unequal production of space and society. The causal matrix of risks and elements that can interfere in vulnerability is considerably higher in environments strongly modified by human beings, such as large cities. This fact makes it difficult to grasp the causal relationships between certain dangers and certain characteristics of the demographic group. In view of this, observing dangers and the vulnerability of places is a strategy that, on a micro scale, enables one to detect the factors that interfere in the production, acceptance and mitigation of risks. The ecological dimension is re-signified when it incorporates the existential and phenomenic dimensions of places and considers demographic groups in their relationships of involvement and belonging to the surrounding space. On the basis of a number of empirical texts published in recent years, this article reflects on the possibilities of this theoretical and methodological perspective, which uses qualitative field practice and a geographic orientation in constructing a closer dialogue between geography and demographic studies, based on the field of population and environment.
  • Como tratar os dados da amostra do Censo Demográfico 2000 na obtenção de estimativas para os "indígenas"? Um estudo a partir das Terras Indígenas Xavante, Mato Grosso Artigos

    Pereira, Nilza de Oliveira Martins; Brito, José André Moura de; Albieri, Sonia; Dias, Antonio José Ribeiro; Santos, Ricardo Ventura

    Resumo em Português:

    A demografia dos povos indígenas no Brasil é ainda muito pouco conhecida nos seus mais diversos aspectos. Nos últimos anos, vem acontecendo uma ampliação de interesse pelo tema, com a publicação de diversos estudos sobre demografia dos "indígenas" com base nos dados censitários. Uma dificuldade metodológica importante diz respeito à expansão da amostra dos censos, já que as terras indígenas não foram definidas originalmente como áreas de ponderação. Este trabalho apresenta estimativas para as variáveis do questionário da "amostra", considerando um conjunto de setores censitários pertencentes a terras indígenas e utilizando como estudo de caso as Terras Xavante localizadas no leste de Mato Grosso, constituídas por seis áreas não-contíguas. Trata-se de um exercício metodológico que visa comparar e avaliar as estimativas produzidas segundo os pesos gerados na época de divulgação do Censo 2000 e os novos pesos calculados a partir de metodologia aqui apresentada. Do ponto de vista metodológico, esse procedimento é inovador, pois pode ser útil para estimar, com base nos dados da amostra do Censo 2000, características de áreas não-contíguas e diferentes daquelas definidas para a expansão da amostra como originalmente realizada e divulgada pelo IBGE.

    Resumo em Espanhol:

    La demografía de los pueblos indígenas en Brasil es aún muy poco conocida en sus más diversos aspectos. En los últimos años, se viene dando una ampliación de interés por el tema, con la publicación de diversos estudios sobre demografía de los "indígenas" con base en los dados censales. Una dificultad metodológica importante habla respecto de la expansión de la muestra de los censos, ya que las tierras indígenas no fueron definidas originalmente como áreas de ponderación. Este trabajo presenta estimativas para las variables del cuestionario de la "muestra", considerando un conjunto de sectores censales pertenecientes a tierras indígenas y utilizando como estudio de caso las Tierras Xavante localizadas en el este de Mato Grosso, constituidas por seis áreas no-contiguas. Se trata de un ejercicio metodológico que tiene como objetivo comparar y evaluar las estimativas producidas según los pesos generados en la época de divulgación del Censo 2000 y los nuevos pesos calculados a partir de la metodología aquí presentada. Desde el punto de vista metodológico, este procedimiento es innovador, pues puede ser útil para estimar, con base en los datos de la muestra del Censo 2000, características de áreas no-contiguas y diferentes de aquéllas definidas para la expansión de la muestra como fue originalmente realizada y divulgada por el IBGE.

    Resumo em Inglês:

    The demography of the Brazilian native peoples is still uncharted territory in its numerous and diversified aspects. There has been growing interest in the topic in recent years, with the publication of a number of studies on the demography of native peoples, on the basis of census data. One major methodological difficulty is the problem of expanding the census samples, since the lands of the native peoples were not originally defined as weighted areas. This article presents estimates for the variables on the questionnaire for the "sample," considering one set of census sectors belonging to the lands of native peoples, using as a case study the lands of the Xavante Indians, consisting of six non-contiguous areas located in the eastern part of the Brazilian State of Mato Grosso. This methodological exercise is designed to compare and evaluate the estimates produced according to the weights generated at the time of disclosure of the Census 2000 results and the new weights calculated on the basis of the methodology presented here. From the methodological point of view, this procedure is innovative as it might be useful for estimating, on the basis of the data from the sample on the 2000 Census, characteristics of areas that are non-contiguous and different from those defined for expanding the sample as originally conceived and published by the Brazilian Census Office.
  • População, grupos étnico-raciais e economia cafeeira: São Carlos, 1907 Artigos

    Truzzi, Oswaldo Mário Serra; Bassanezi, Maria Silvia Beozzo

    Resumo em Português:

    Em São Carlos, a formação de uma população estabelecida iniciou-se ainda na primeira metade do século XIX, com as primeiras fazendas mantidas a braço escravo. Em 1884, com a chegada da ferrovia, o município inseriu-se definitivamente na vigorosa economia cafeeira paulista. São Carlos acompanhou assim a transição de uma economia tocada por trabalho escravo para outra em que predominavam colonos livres, de origem europeia, sobretudo italiana. Menos de duas décadas após a abolição do cativeiro, a composição racial da população alterou-se significativamente, graças ao grande afluxo de imigrantes e, provavelmente também, ainda que em menor grau, à saída de ex-escravos do município. Esse aporte diversificado traduziu-se no levantamento censitário realizado no município em 1907, que abrangeu a compilação de informações variadas referentes a 38.642 indivíduos que então o habitavam. Este trabalho busca analisar e discutir as características demográficas e a inserção social de diferentes grupos étnico-raciais presentes na população de São Carlos nessa época. Sua relevância deriva também da ausência de levantamentos populacionais no período em questão, dadas as conhecidas deficiências do censo de 1890 e 1900 e o longo período de 34 anos de intermitência entre o levantamento populacional da província de São Paulo de 1886 e o censo nacional de 1920, este mais confiável, porém omisso quanto à cor dos indivíduos.

    Resumo em Espanhol:

    En São Carlos, la formación de una población establecida se inició aún en la primera mitad del siglo XIX, con las primeras haciendas mantenidas por el trabajo esclavo. En 1884, con la llegada de la ferrovía, el municipio se insertó definitivamente en la vigorosa economía cafetera paulista. São Carlos acompañó así la transición de una economía tocada por el trabajo esclavo a otra en la que predominaban los colonos libres de origen europeo, sobre todo italiano. Menos de dos décadas después de la abolición de la esclavitud, la composición racial de la población se modificó significativamente, gracias a la gran afluencia de inmigrantes y, probablemente también, aunque en menor grado, a la salida de ex-esclavos del municipio. Este aporte diversificado se evidenció en el relevamiento censal realizado en el municipio en 1907, que abarcó la compilación de informaciones variadas referentes a 38.642 individuos que entonces lo habitaban. Este trabajo busca analizar y discutir las características demográficas y la inserción social de diferentes grupos étnico-raciales presentes en la población de São Carlos en esa época. Su relevancia deriva también de la ausencia de relevamientos poblacionales en el período en cuestión, dadas las conocidas deficiencias del censo de 1890 y 1900 y el largo período de 34 años de intermitencia entre el relevamiento poblacional de la provincia de San Pablo de 1886 y el censo nacional de 1920, éste más confiable, sin embargo omiso en cuanto al color de los individuos.

    Resumo em Inglês:

    The formation of the population of the city of São Carlos, in the south-central region of the Brazilian State of São Paulo, began in the first half of the 19th century with the first plantations operated by slave labor. In 1884, with the arrival of the railroad, the municipality became solidly and permanently integrated into the overall economy of the state. São Carlos thus kept up with the state's transition from an economy based on slave labor to one where free immigrant settlers of European origin, especially Italian, became the rule. Less than two decades after the abolition of slavery in Brazil, the racial composition of the population had changed significantly due to the great influx of immigrants and, probably, in addition, to the departure from the municipality of many former black slaves. This rapid change can be seen in the data from the federal census carried out in 1907, which compiled the diversified information referring to 38,642 individuals who then inhabited São Carlos. This present analysis discusses the demographic characteristics and social inclusion of different ethnic groups in the city's population during that period. Its importance also results from the absence of demographic data from the period in question, related to the recognized shortcomings of the censuses of 1890 and 1900 and the long period of 34 years between the demographic measurement in what was then the Province of São Paulo, in 1886, and the national census of 1920. The 1920 Census is much more reliable, but nevertheless negligent in terms of the color of individuals.
  • Aborto e Parlamento: um estudo sobre Brasil, Uruguai e Argentina

    Rocha, Maria Isabel Baltar da; Rostagnol, Susana; Gutiérrez, María Alicia

    Resumo em Português:

    O presente trabalho é um estudo comparativo entre Brasil, Argentina e Uruguai em torno das legislações e ações de diversos atores em relação à descriminalização e/ou legalização do aborto. Este tema entrou na agenda pública dos três países a partir do processo de democratização, iniciado na década de 1980, e de diversas intervenções, tanto do movimento de mulheres, como da classe médica e outros atores sociais, ao longo da década de 1990 e dos primeiros anos do século XXI. Nesse sentido, foram estudadas as diversas intervenções no âmbito legislativo (tanto nos Senados como nas Câmaras de Deputados), bem como as estratégias das políticas públicas implementadas pelos Executivos, com monitoramento e acompanhamento do movimento de mulheres, visando enfrentar uma gravíssima situação de violação dos direitos humanos. O desrespeito aos direitos, consagrados nas Constituições, atinge as mulheres, em especial as mais vulneráveis, no tocante ao direito à saúde e à equidade. Além disso, foram analisados os avanços e retrocessos observados ao longo do período estudado, bem como a importância de se manter o tema na agenda pública e na mídia, que desempenhou um papel importante, tanto promovendo como deslegitimando o direito ao aborto.

    Resumo em Espanhol:

    El presente trabajo desarrolla un estudio comparativo entre Brasil, Argentina y Uruguay sobre las legislaciones y las acciones de diversos actores en relación a la despenalización y/o legalización del aborto. El tema se instala en la agenda pública en los tres países a partir del proceso de democratización iniciado en la década de los 80 produciéndose diversas intervenciones tanto del movimiento de mujeres, como de las corporaciones médicas y otros actores sociales en el transcurso de la década del 90 y los primeros años del Siglo XXI. En ese sentido se han trabajado las distintas intervenciones en el ámbito legislativo (tanto Cámara de Senadores como de Diputados), así como estrategias de políticas públicas implementadas desde los estados, con el monitoreo y seguimiento del movimiento de mujeres, para paliar una situación gravísima de violación de derechos humanos. El incumplimiento de los derechos, consagrados en los cuerpos constitucionales, afecta a las mujeres, especialmente las más vulnerables, en relación al derecho a la salud y la equidad. Se analizaron además los avances y retrocesos visualizados en el transcurso del período a estudiar, así como la importancia de mantener el tema en la agenda pública y en los medios masivos de comunicación que han cumplido un papel importante, tanto promoviendo, como deslegitimando el logro del derecho al aborto.

    Resumo em Inglês:

    This article consists of a comparative study among three countries, namely, Brazil, Argentina and Uruguay, concerning their legislations and the participation of many different actors regarding the decriminalization and/or legalization of abortion.This topic entered the public agenda of all three countries as part of their processes of democratization, which began in the 1980s. It also involved a number of other interventions, such as action by women's movements and positions taken by physicians' associations and other social actors during the 1990s and the first years of the 21st century. A number of interventions in the legislative sphere were studied (in the countries' senates and chambers of deputies), as well as strategies for public policies implemented by the executive branches, monitored by women's movements as they faced serious violations of human rights. The disrespect of such rights, consolidated in the constitutions of the three countries, especially affects women, who are the most vulnerable regarding rights to health and equality. In addition to inroads and setbacks during the period studied, the author also studied the importance of keeping the topic on the public agenda and in the media during the period mentioned above. The media played an important role both in promoting and de-legitimizing the right to abortion.
  • Impacto das mudanças demográficas nas demandas setoriais na América Latina

    Saad, Paulo Murad; Miller, Tim; Martínez, Ciro

    Resumo em Português:

    A América Latina está passando por um processo de transição demográfica que afeta profundamente a distribuição etária da população. Considerando que o comportamento econômico das pessoas varia conforme a etapa do ciclo da vida em que se encontram, as mudanças na estrutura etária podem vir a gerar um impacto relevante sobre o processo de desenvolvimento econômico. Com base nos padrões etários de consumo e renda, construídos a partir dos dados do projeto Cepal / IDRC sobre transferências intergeracionais, o artigo trata de examinar o impacto econômico das mudanças demográficas, em especial do bônus demográfico, sobre três setores diretamente relacionados com o bem-estar da população e o desenvolvimento econômico regional: educação, saúde e sistema de aposentadoria. As análises revelam que, na área da educação, está previsto um aumento substancial dos recursos disponíveis para a próxima década, o que permitiria sustentar economicamente os esforços de ampliação da cobertura nos diferentes níveis educativos. Na área da saúde, enquanto em alguns países se prevê um aumento dos recursos disponíveis por consumidor, nos mais avançados na transição demográfica, projeta-se uma desvantagem demográfica para o próximo decênio. Em grande contraste com a educação, a mudança demográfica gera maiores dificuldades para o financiamento dos sistemas de aposentadoria. Os efeitos do envelhecimento da população nestes sistemas estão patentes em quase todos os países da região

    Resumo em Espanhol:

    América Latina se encuentra actualmente en un proceso de transición demográfica que afecta profundamente la distribución por edades de la población. Dado que el comportamiento económico de las personas varía según la etapa del ciclo de vida en la que se encuentran, los cambios en la estructura por edades tienden a producir un impacto importante sobre el proceso de desarrollo económico. En base a patrones etarios de consumo e ingresos laborales construidos a partir de los datos del proyecto Cepal / IDRC sobre transferencias intergeneracionales, el artículo trata de examinar el impacto económico de los cambios demográficos, particularmente del bono demográfico, en tres sectores directamente relacionados con el bienestar de la población y el desarrollo económico de la región: la educación, la salud y el sistema de reparto de pensiones. El análisis revela que, en el ámbito educativo, se prevé un aumento sustancial de los recursos disponibles para el próximo decenio, lo cual permitiría sostener económicamente los esfuerzos encaminados a ampliar la cobertura en los distintos niveles educacionales. En el ámbito de la salud, mientras en algunos países se prevé un aumento de los recursos disponibles por consumidor, en aquellos más avanzados en la transición demográfica, se proyecta más bien una desventaja demográfica para el próximo decenio. En gran contraste con el caso de la educación, el cambio demográfico impone mayores dificultades para el financiamiento de los sistemas de reparto de pensiones. El efecto del envejecimiento de la población en estos sistemas es evidente en casi todos los países de la región.

    Resumo em Inglês:

    Latin America is undergoing a demographic transition that is transforming the age distribution of its population. Since economic behavior varies over one's life course, changes in age structures can generate significant impacts on processes of economic development. Using data on consumption patterns and income by age from the Cepal/IDRC Project on Intergenerational Transfers, this article examines the economic effect of demographic change, especially of demographic dividend, on three sectors directly related to the population's well-being and regional economic development: education, health and the retirement system. The analyses show that resources for education are likely to increase over the next decade, and this will probably sustain the current efforts at expanding the educational system at the various levels of schooling. In the area of health care, an increase in available resources per consumer can be expected in some countries, but, in countries where the demographic transition is farther advanced, a demographic change hinders expansion of health systems in the coming decades. Similarly, retirement systems will probably suffer strong negative impacts from changes in the demographic structure, since the effects of the aging of the population in these systems are evident in almost all the countries in the region.
  • Perfil demográfico e epidemiológico dos usuários de medicamentos de alto custo no Sistema Único de Saúde Artigos

    Acurcio, Francisco de Assis; Brandão, Cristina Mariano Ruas; Guerra Júnior, Augusto Afonso; Cherchiglia, Mariângela Leal; Andrade, Iola Gurgel; Almeida, Alessandra Maciel; Silva, Grazielle Dias da; Queiroz, Odilon Vanni de; Faleiros, Daniel Resende

    Resumo em Português:

    O Programa de Medicamentos Excepcionais, do Ministério da Saúde, provê, ao tratamento de doenças, medicamentos de alto valor unitário, ou que, em caso de uso crônico ou prolongado, configurem um tratamento de custo elevado. Com o objetivo de descrever o perfil demográfico e epidemiológico dos pacientes atendidos pelo programa, realizou-se um relacionamento probabilístico-determinístico de dados provenientes de registros do Datasus: Autorizações de Procedimentos de Alta Complexidade/Alto Custo (Apac/SIA) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). A coorte formada pelo pareamento das bases de dados identificou 611.419 indivíduos que iniciaram o tratamento no período de 2000-2004. As análises foram desagregadas por sexo, região de residência, diagnósticos e medicamentos mais utilizados. A construção desta coorte histórica propiciou a descrição das características demográficas, epidemiológicas e de utilização de medicamentos dos usuários do programa. Além disso, o banco de dados gerado viabiliza uma série de análises específicas por doenças, que podem contribuir para avaliações de efetividade e eficiência de alternativas terapêuticas constantes nos protocolos clínicos, com o objetivo de fornecer subsídios aos tomadores de decisão no que tange ao planejamento das ações e oferta de medicamentos de alto custo pelo SUS.

    Resumo em Espanhol:

    El Programa de Medicamentos Excepcionales del Ministerio de Salud tiene como objetivo satisfacer la demanda de medicamentos de alto valor unitario, o de aquellos empleados en enfermedades crónicas que impliquen un tratamiento de costo elevado. Con el objetivo de describir el perfil demográfico y epidemiológico de los pacientes incluidos en el programa, se realizó una vinculación probabilística-determinística de datos provenientes de registros del DATASUS (Banco de Datos del Sistema Único de Salud): Autorizaciones de Procedimientos de Alta Complejidad/Alto Costo (Apac/SIA) y Sistema de Información sobre Mortalidad (SIM). La cohorte formada a partir de la vinculación de las bases de datos identificó a 611.419 individuos que comenzaron el tratamiento en el período 2000-2004. Los análisis se han separado por sexo, región de residencia, diagnóstico y medicamentos más utilizados. La construcción de esta cohorte histórica permitió la descripción de las características demográficas, epidemiológicas y de utilización de medicamentos de los usuarios del programa. Además, el banco de datos generado hace posible la realización de una serie de análisis específicos para determinación de enfermedades, que pueden contribuir a evaluaciones de eficacia y eficiencia de las alternativas terapéuticas incluidas en los protocolos clínicos, con el objetivo de proporcionar subsidios a quienes toman decisiones con respecto a la planificación de las acciones y la oferta de medicamentos de alto costo por parte del SUS.

    Resumo em Inglês:

    The Program for High-Cost Medicines of the Brazilian Health Ministry was set up to respond to the demand for high unit-cost medication or for medication used for chronic diseases that imply a high overall cost for treatment. To describe the epidemiological and demographic profiles of patients enrolled in the program, a probabilistic-deterministic connection was made between data in sections of the Health Ministry's databases (DATASUS), namely, the Outpatient Information System (APAC/SIA) and the Mortality Information System (SIM). The cohort formed by linking databases identified 611,419 individuals who began treatment between 2000 and 2004. The analyses were disaggregated by sex, region of residence, diagnoses and most widely used drugs.The construction of this historical cohort made possible a description of the epidemiological characteristics and drugs used by the program's users. The database generated can also provide analyses for specific diseases, with results that can contribute to evaluations of effectiveness and efficiency of clinical protocols, in order to better inform decision-makers regarding the planning and supplying of high-cost medication by the Brazilian Health Ministry.
  • Insegurança alimentar, condições socioeconômicas e indicadores antropométricos em crianças da Região Metropolitana do Rio de Janeiro/Brasi Artigos

    Pimentel, Patricia Gomes; Sichieri, Rosely; Salles-Costa, Rosana

    Resumo em Português:

    A utilização da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) em estudos populacionais no Brasil tem sido estimulada para avaliar a situação de insegurança alimentar (IA), bem como sua associação com indicadores sociais e nutricionais na nossa população. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a associação de IA e indicadores antropométricos de crianças menores de 30 meses em Campos Elíseos/Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Trata-se de estudo transversal de base populacional, com amostra de 1.085 domicílios, sendo 402 famílias com crianças. A coleta de dados foi realizada de maio a dezembro de 2005. Foram estudados indicadores socioeconômicos e utilizados indicadores antropométricos - peso-idade (P/I), estatura-idade (E/I), peso-estatura (P/E) - para avaliar o estado nutricional. A associação entre as variáveis independente e dependente foi estimada aplicando-se o teste qui-quadrado e o modelo de regressão logística multinomial univariado. A associação entre as medidas antropométricas e IA foi avaliada por meio de modelo de regressão linear univariada. Encontrou-se IA em 72% dos domicílios. Cerca de 80% das famílias apresentaram renda familiar mensal per capita inferior a dois terços do salário mínimo. Na análise por regressão logística multinomial, a ausência de saneamento básico e o baixo nível socioeconômico associaram-se a IA moderada e grave, enquanto a presença de aglomerado familiar relacionou-se com IA grave. Renda familiar mensal per capita e escolaridade da pessoa de referência da família associaram-se inversamente com todos os níveis de IA. A insegurança alimentar apresentou associação linear e negativa com escore-z para P/I (p=0,012) e P/E (p=0,05). Este estudo conclui que IA estimada pela Ebia associou-se tanto aos fatores socioeconômicos como à desnutrição infantil. Os resultados sugerem a importância da adoção de políticas públicas com o objetivo de minimizar as diferenças sociais, bem como a situação de IA e fome na população estudada.

    Resumo em Espanhol:

    La utilización de la Escala Brasileña de Inseguridad Alimentaria (Ebia) en estudios poblacionales en Brasil, ha sido estimulada para evaluar la situación de inseguridad alimentaria (IA), así como su asociación con indicadores sociales y nutricionales en nuestra población. Este estudio fue realizado con el objetivo de evaluar la asociación de IA e indicadores antropométricos de niños menores de 30 meses en Campos Elíseos/Duque de Caxias, Río de Janeiro. Se trata de un estudio transversal de base poblacional, con una muestra de 1.085 hogares, siendo 402 las familias con niños. La recolección de datos fue realizada de mayo a diciembre de 2005. Fueron estudiados indicadores socioeconómicos y utilizados indicadores antropométricos - peso-edad (P/I), estatura-edad (E/I), peso-estatura (P/E) - para evaluar el estado nutricional. La asociación entre las variables independiente y dependiente fue estimada aplicándose el test chi-cuadrado y el modelo de regresión logística multinomial univariada. La asociación entre las medidas antropométricas e IA fue evaluada por medio del modelo de regresión lineal univariada. Se encontró IA en el 72% de los hogares. Cerca del 80% de las familias presentaron un ingreso familiar mensual per cápita inferior a los dos tercios del salario mínimo. En el análisis por regresión logística multinomial, la ausencia de saneamiento básico y el bajo nivel socioeconómico se asociaron a una IA moderada y grave, mientras que la presencia de aglomerado familiar se relacionó con una IA grave. El ingreso familiar mensual per cápita y la escolaridad de la persona de referencia de la familia se asociaron inversamente con todos los niveles de IA. La inseguridad alimentaria presentó una asociación lineal y negativa con escore-z para P/I (p=0,012) y P/E (p=0,05). Este estudio concluye que la IA estimada por la Ebia se asoció tanto a los factores socioeconómicos como a la desnutrición infantil. Los resultados sugieren la importancia de la adopción de políticas públicas con el objetivo de minimizar las diferencias sociales, así como la situación de IA y hambre en la población estudiada.

    Resumo em Inglês:

    The Brazilian Food Insecurity Scale has been valuable in demographic studies in Brazil for evaluating the situation of food insecurity and its association with social and nutritional indicators in the country's population. This present study was carried to evaluate the association of food insecurity with anthropometric indicators of children under 30 months of age in the Campos Eliseos neighborhood of the city of Duque de Caxias, in the greater Rio de Janeiro region. It was a demographically based cross-section study on a sample of 1,085 households, 402 of which consisted of families with children. The data was gathered between May and December of 2005. Socioeconomic indicators were studied and anthropometric indicators (age-weight and age-height) were used to appraise the subjects' nutritional state. The association between the independent and dependent variables was determined by applying the Q-square test and the multinomial-univariate logistics regression model. The association between the anthropometric data and food insecurity was determined by a linear univariate regression model. Food insecurity was found in 72% of the households, and approximately 80% of the families showed monthly family per capita income lower than two thirds of the already low minimum wage. In the analysis by multinomial logistics regression, the lack of basic water supply and sanitation and the low socioeconomic level were associated with moderate and serious food insecurity, whereas the presence of agglomerated families was related to serious food insecurity. Monthly per capita family income and the educational level of the reference person in the family were inversely associated with all levels of food insecurity. Food insecurity presented a linear and negative association with score-z for age-weight (p = 0.012) and for height-weight (p = 0.05). This study concludes that food insecurity as measured by the Ebia is associated with both socioeconomic factors and child malnutrition. The findings suggest the importance of establishing public policies aimed at minimizing social differences and the situation of food insecurity and hunger in the population studied.
  • Algumas considerações acerca do uso e aplicação de medidas de qualidade de vida associada à saúde, com ênfase em estudos sobre sobreviventes de câncer na infância e adolescência em países em desenvolvimento

    Pereira, Claudia Cristina de Aguiar

    Resumo em Português:

    Instrumentos para medir a qualidade de vida associada à saúde vêm se tornando cada vez mais usados em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Essas medidas devem passar por processos de tradução, validação e adaptação cultural antes de serem usadas em países e/ou línguas, que não os de origem. A utilização de instrumentos desenvolvidos em outros contextos culturais apresenta vários desafios, tais como a propriedade da tradução, adequação da adaptação cultural, bem como satisfatório processo de validação. Preferências por estados de saúde baseadas na teoria da utilidade têm papel importante na avaliação econômica, principalmente em análises de custo-efetividade e custo-utilidade de intervenções relacionadas a diversas doenças e condições de saúde, como câncer infantil e sobrevivência. Alguns trabalhos desenvolvidos recentemente visam criar e aplicar medidas de qualidade de vida obtidas por meio da mensuração de preferências por estados de saúde, em grupos jovens, tais como crianças e adolescentes. A necessidade de utilização de respondentes substitutos é uma questão que permeia o uso dessas medidas nestes grupos, especialmente em crianças. Esta revisão apresenta uma avaliação crítica do uso de medidas de qualidade de vida associadas à saúde, obtidas por meio de preferências por estados de saúde, em países em desenvolvimento, com enfoque nas medidas denominadas Health Utilities Index, Mark 2 e Mark 3, comumente conhecidas como HUI2 e HUI3, e sua aplicação para sobreviventes de câncer na infância, na América Latina. Realiza-se uma discussão crítica do processo utilizado pelos pesquisadores quando empregam instrumentos já anteriormente traduzidos. A propriedade de outros instrumentos também é abordada, com ênfase nos atributos ou domínios abrangidos por cada medida analisada, para o câncer infantil. Espera-se que esta revisão beneficie futuros trabalhos na área de qualidade de vida associada à saúde, especialmente aqueles interessados no uso transcultural de medidas já existentes.

    Resumo em Espanhol:

    En los países en desarrollo, como Estados Unidos, Canadá y Reino Unido, es cada vez mayor el empleo de instrumentos para medir la calidad de vida asociada a la salud. Estas medidas deben pasar por procesos de traducción, validación y adaptación cultural antes de ser utilizadas en países y/o idiomas diferentes a los de su origen. La utilización de instrumentos desarrollados en otros contextos culturales presenta varios desafíos, tales como la propiedad de la traducción, la adecuación de la adaptación cultural, así como un proceso de validación satisfactorio. Las preferencias por estados de salud basadas en la teoría de la utilidad tienen un rol importante en la evaluación económica, principalmente en el análisis de costo-eficacia y costo-utilidad de intervenciones relacionadas con diversas enfermedades y condiciones de salud, como el cáncer en la infancia y la supervivencia. Algunos trabajos desarrollados recientemente tienen como objetivo crear y aplicar medidas de calidad de vida obtenidas a través de la medición de preferencias por estados de salud, en grupos jóvenes, tales como niños y adolescentes. La necesidad de utilización de informantes sustitutos es un tema que traspasa el uso de estas medidas en estos grupos, especialmente en niños. Esta revisión presenta una evaluación crítica del uso de medidas de calidad de vida asociadas a la salud, obtenidas a través de las preferencias por estados de salud en países en desarrollo, con foco en las medidas denominadas Health Utilities Index, Mark 2 y Mark 3, comúnmente conocidas como HU12 y HU13, y su aplicación para sobrevivientes de cáncer en la infancia en América Latina. Se realiza una discusión crítica del proceso utilizado por los investigadores cuando emplean instrumentos anteriormente traducidos. También se plantea la propiedad de otros instrumentos, con énfasis en los atributos o dominios comprendidos por cada medida analizada para el cáncer en la infancia. Se espera que esta revisión sea beneficiosa para los futuros trabajos en el área de calidad de vida asociada a la salud, especialmente para los interesados en el uso transcultural de medidas ya existentes

    Resumo em Inglês:

    Measures of health-related quality of life (HRQoL) have become widely available in developed countries such as the United States, Canada and the United Kingdom. Such measures, instruments or questionnaires need to undergo translation processes, validation and cultural adaptation in order to be used in other countries and in other languages. The utilization of measures developed in settings other than the originating ones poses several challenges, including the appropriateness of the translation and of the cross-cultural adaptation and adequate validation process. Preference-based or preference-weighted utilities for health states have an important role in measurement and in economic evaluation regarding a wide range of conditions, such as childhood cancer and survivorship. Some attempts have been made to create and apply preference-based HRQoL indexes to young populations, such as children, adolescents and young adults. Use of proxy respondents is an issue for studying HRQoL in these groups, especially children. This review aims at providing a critical evaluation of the use of preference-based HRQoL measures in developing countries, focusing on the Health Utilities Index, Mark 2 and Mark 3, commonly called HUI2 and HUI3, and their application to survivors of childhood cancer in Latin America. The process researchers undertake, especially in regards to the use of already translated instruments is discussed. The appropriateness of the instruments is also assessed and focus is on the attributes of the instrument and the population, the cultural aspects and the use of proxy respondents. Finally, the adequateness of other commonly used preference-based instruments for childhood cancer is discussed. This critical assessment could benefit future work in the area of health-related quality of life, especially guiding those interested in the trans-cultural use of existing generic preference-based HRQoL instruments.
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