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Rambuteira

EDITORIAL

Rambuteira

Renata Aparecida de Andrade

Eng. Agr., Professor Assistente Doutor Fruticultura. Departamento de Produção Vegetal, FCAV/UNESP, Campus de Jaboticabal. E-mail: reandrad@fcav.unesp.br

A rambuteira (Nephelium lappaceum L.) é uma frutífera exótica, originária da Malásia, muito cultivada na Ásia e ainda pouco conhecida no Brasil, porém que apresenta alto potencial de mercado e crescimento, assim como ocorreu com a lichieira, frutífera da mesma família (Sapindaceae).

No ano de 2010, a quantidade de frutos comercializada na CEAGESP foi em torno de 21,47 toneladas, sendo a Bahia o Estado com maior expressão, responsável pela grande maioria dos frutos colocados no mercado entre os meses de fevereiro e agosto. O Estado de São Paulo forneceu frutos de setembro a janeiro (meses em que não há frutos de outros locais, evidenciando seu potencial), com maior expressão em janeiro (1,19 tonelada).

O maior consumo desta frutífera é in natura, porém pode ser utilizada na fabricação de geléias e compotas e as sementes podem ser torradas, para consumo como castanha. O consumidor de fruta fresca procura por frutos de boa aparência, sendo o tamanho e a coloração fatores importantes. O arilo (porção comestível) deve constituir, portanto, alta proporção do peso total do fruto, separar facilmente da semente e ter bom aroma e textura.

Sob condições adequadas de cultivo e sem o uso da poda, as plantas atingem de 12 a 20 m de altura; o diâmetro do tronco varia de 40 a 60 cm; as folhas são pecioladas, alternas e pinadas, com 2 a 4 pares de folíolos dispostos alternadamente ou opostos na ráquis, de tamanho variando de 5-28 cm x 2-10,5 cm, sendo a ausência de folíolo terminal uma característica do gênero; as inflorescências são eretas, amplamente ramificadas e com muitas flores, produzidas principalmente na extremidade dos ramos, embora panículas pseudoterminais também possam ocorrer; as flores ou são masculinas (apenas com os estames bem desenvolvidos) ou hermafroditas (que podem ser basicamente flores femininas, com pequenos estames, ou então masculinas, com estigmas não desenvolvidos); os frutos são produzidos na porção terminal, em cachos, com 10 a 13 unidades.

O clima e o ambiente desempenham papel importante no florescimento, posterior frutificação e, portanto, na produção. Em seu ambiente natural, a emergência das panículas ocorre ao longo do ano, usualmente após um período de seca, além de estar também relacionada à baixa temperatura noturna. Em algumas regiões, ocorrem dois florescimentos por ano, enquanto em outras, apenas uma floração e produção.

Há considerável diversidade genética na rambuteira, o que favorece os trabalhos de seleção de variedades, sendo os materiais basicamente diferenciados pela coloração dos frutos, que varia de vermelho a amarelo, bem como pela densidade e qualidade do arilo.

As mudas podem ser obtidas por sementes, enxertia e alporquia, sendo a propagação por sementes a mais utilizada pelos produtores até o momento, porém as plantas entram em produção cerca de 8 a 10 anos após o plantio, além de apresentarem variabilidade, enquanto as plantas oriundas de propagação vegetativa produzem em 3 a 4 anos e formam pomares uniformes, característica altamente desejável nos cultivos comerciais.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Ago 2012
  • Data do Fascículo
    Jun 2012
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