Acessibilidade / Reportar erro

Atividade antimicrobiana "in vitro" e determinação da concentração inibitória mínina (CIM) de fitoconstituintes e produtos sintéticos sobre bactérias e fungos leveduriformes

In vitro antimicrobial activity and determination of the minimum inhibitory concentration (MIC) of natural and synthetic compounds against bacteria and leveduriform fungi

Resumos

Diante da problemática da resistência microbiana as pesquisas apontam para o uso de novos antibióticos que sejam eficazes ante os patógenos emergentes. Este trabalho objetiva testar frente a bactérias gram-positivas (Staphylococcus aureus), bactérias gram-negativas (Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa) e fungos leveduriformes (Candida albicans), a atividade antimicrobiana e a concentração inibitória mínima (CIM) de fitoconstituintes de Ocotea duckei Vattimo, do lapachol, seus derivados semi-sintéticos, alfa-lapachona, beta-nor-lapachona, beta-lapachona, alfa-nor-lapachona, beta-3-iodo-lapachona e alfa-3-iodo-lapachona, assim como 07 derivados nitrogenados obtidos a partir do lapachol por semi-síntese e de imidas cíclicas similares ao alcalóide filantimida. Os resultados obtidos estimulam o aprofundamento dos estudos para algumas dessas substâncias a exemplo do lapachol e seus análogos que demonstraram atividade antimicrobiana, de modo que os produtos que se apresentaram ativos para S. aureus, foram lapachol e o extrato etanólico de Ocotea duckei, para E. coli foi a iangambina e para a Candida albicans foram as imidas. As demais substâncias não apresentaram atividade antimicrobiana para as cepas testadas.

Atividade antimicrobiana; fitoconstituintes; produtos de síntese; iangambina; lapachol; bactérias; leveduras


Regarding the problem of microbial resistance, the researches point to the use of new antibiotic which can be active against the emergent pathogens. This work aims to test the activity against Gram-positive bacteria (Staphylococcus aureus), Gram-negative bacteria (Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa) and leveduriform fungi (Candida albicans), and also the Minimum Inhibitory Concentration (MIC) of the constituent of Ocotea duckei Vattimo, lapachol and its synthetic derivatives alpha-lapachone, beta-nor-lapachone, beta-lapachone, alpha-nor-lapachone, beta-3-iodin-lapachone and alpha-3-iodin-lapachone, as well as seven nitrogenated derivatives of lapachol obtained through semi synthesis. The achieved results stimulate the deepening of the studies for some of theses substances such as lapachol and its analogous which demonstrated antimicrobial activity. The substances which were active against S. aureus, were lapachol and the ethanolic extract of Ocotea duckei Vattimo, against Escherichia coli iangambin and against C. albicans the imides. The other substances did not show any activity against the tested bacteria.

Antimicrobial activity; phytoconstituents; synthetic substances; yangambin; lapachol; bacteria; yeast


ARTIGO

Atividade antimicrobiana "in vitro" e determinação da concentração inibitória mínina (CIM) de fitoconstituintes e produtos sintéticos sobre bactérias e fungos leveduriformes

In vitro antimicrobial activity and determination of the minimum inhibitory concentration (MIC) of natural and synthetic compounds against bacteria and leveduriform fungi

Rossana M. Pessoa AntunesI; Edeltrudes O. LimaII,* * E-mail: edelolima@yahoo.com.br, Tel. + 55-83-32167026 ; Maria S.V. PereiraIII; Celso A. CamaraIV; Thúlio A. ArrudaI; Raissa M. Ramalho CatãoI; Ticiano P. BarbosaV; Xirley P. NunesV; Celidarque S. DiasV; Tânia M. Sarmento SilvaVI

IDepartamento de Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba, Campus Universitário, 58100-000, Campina Grande, Paraíba, Brasil

IIDepartamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário, 58051-970, João Pessoa, Paraíba, Brasil

IIILaboratório de Genética, Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário, 58051-970, João Pessoa, Paraíba, Brasil

IVDepartamento de Química, Universidade Rural de Pernambuco, Dois Irmãos, 52171-900, Recife, Pernambuco, Brasil

VLaboratório de Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário, 58051-970, João Pessoa, Paraíba, Brasil

VIInstituto Multidisciplinar de Saúde, Campus Avançado Anísio Teixeira, Universidade Federal da Bahia, 45055-090, Vitória da Conquista, Bahia, Brasil

RESUMO

Diante da problemática da resistência microbiana as pesquisas apontam para o uso de novos antibióticos que sejam eficazes ante os patógenos emergentes. Este trabalho objetiva testar frente a bactérias gram-positivas (Staphylococcus aureus), bactérias gram-negativas (Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa) e fungos leveduriformes (Candida albicans), a atividade antimicrobiana e a concentração inibitória mínima (CIM) de fitoconstituintes de Ocotea duckei Vattimo, do lapachol, seus derivados semi-sintéticos, a-lapachona, b-nor-lapachona, b-lapachona, a-nor-lapachona, b-3-iodo-lapachona e a-3-iodo–lapachona, assim como 07 derivados nitrogenados obtidos a partir do lapachol por semi-síntese e de imidas cíclicas similares ao alcalóide filantimida. Os resultados obtidos estimulam o aprofundamento dos estudos para algumas dessas substâncias a exemplo do lapachol e seus análogos que demonstraram atividade antimicrobiana, de modo que os produtos que se apresentaram ativos para S. aureus, foram lapachol e o extrato etanólico de Ocotea duckei, para E. coli foi a iangambina e para a Candida albicans foram as imidas. As demais substâncias não apresentaram atividade antimicrobiana para as cepas testadas.

Unitermos: Atividade antimicrobiana, fitoconstituintes, produtos de síntese, iangambina, lapachol, bactérias, leveduras.

ABSTRACT

Regarding the problem of microbial resistance, the researches point to the use of new antibiotic which can be active against the emergent pathogens. This work aims to test the activity against Gram-positive bacteria (Staphylococcus aureus), Gram-negative bacteria (Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa) and leveduriform fungi (Candida albicans), and also the Minimum Inhibitory Concentration (MIC) of the constituent of Ocotea duckei Vattimo, lapachol and its synthetic derivatives a-lapachone, b-nor-lapachone, b-lapachone, a-nor-lapachone, b-3-iodin-lapachone and a-3-iodin–lapachone, as well as seven nitrogenated derivatives of lapachol obtained through semi synthesis. The achieved results stimulate the deepening of the studies for some of theses substances such as lapachol and its analogous which demonstrated antimicrobial activity. The substances which were active against S. aureus, were lapachol and the ethanolic extract of Ocotea duckei Vattimo, against Escherichia coli iangambin and against C. albicans the imides. The other substances did not show any activity against the tested bacteria.

Keywords: Antimicrobial activity, phytoconstituents, synthetic substances, yangambin, lapachol, bacteria, yeast.

INTRODUÇÃO

O uso constante de antibióticos tem provocado uma série de problemas dentre os quais se destacam o desequilíbrio da ecologia humana e a resistência microbiana, fazendo com que se busquem novos antibióticos que sejam eficazes, abrindo caminhos para a evolução das pesquisas, pois o desenvolvimento de qualquer novo antimicrobiano vem acompanhado pela resistência dos microrganismos. A emergência de patógenos resistentes é uma ameaça a esses avanços (Moellering Jr 2000).

Esta vertente na pesquisa de novos compostos com ação antimicrobiana tem levado a comunidade científica a investigar a corrida medicamento x microrganismos, pois desde o início dos anos 80 o número de antimicrobianos em fase de desenvolvimento diminuiu consideravelmente enquanto que a resistência dos microrganismos aos mesmos tem crescido de forma imensurável, porque eles estão cada vez mais desenvolvendo uma série de novos mecanismos de resistência (File Jr 2000). O estudo da resistência bacteriana, geralmente é baseado em microrganismos de importância epidemiológica, tais como S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e fungos leveduriformes, responsáveis por diferentes processos etiológicos tanto em pacientes imunocompetentes quanto em pacientes imunodeprimidos (Michelin et al., 316; Oliveira et al., 2006; Lima et al., 2006a; Lima et al., 2006b).

Neste contexto, esta investigação objetiva submeter à análise da atividade antimicrobiana, adotando para realização do screening o método de difusão em placas de Mueller-Hinton (para bactérias) e de agar Sabouraud (para fungos), tomando-se como referencial, o método de difusão em agar, segundo Bauer et al. (1966), bem como sua concentração inibitória mínima (CIM).

Dentre as substâncias utilizadas estão o extrato etanólico bruto de Ocotea duckei Vattimo, seus lignóides totais e seu composto majoritário, a iangambina (Figura 1), uma lignana furofurânica com potencial atividades biológicas (Castro-Faria-Neto et al., 1995a,b; Morais et al., 1996; Ribeiro et al., 1996; Tibiriçá et al., 1996; Herbert et al., 1997; Serra et al., 1997; Morais et al., 1998a,b; Barbosa-Filho et al., 1999; Morais et al., 1999Araújo et al., 2001; Marques et al., 2003; Sousa et al., 2005). De O. duckei também foram isolados vários alcalóides com atividades biológicas (Morais et al., 1998b; Silva et al., 2002; Dias et al., 2003).


O lapachol é uma hidroxi-naftoquinona substituída, 2-hidroxi-3-(3-metil-2 butenil)-1,4-naftalenodiona, descoberto e estudado desde o século passado, e isolado pela primeira vez do lenho da árvore argentina "Lapacho" Tabebuia avellanedae , Lar. (Bignoniaceae). Posteriormente o lapachol também foi encontrado em várias outras espécies como, por exemplo, no pau-d’arco-roxo (Tabebuia sp) (Fonseca et al., 2003). Neste trabalho estudamos o lapachol e seus derivados semi-sintéticos: a-lapachona, b-nor-lapachona, b-lapachona, a-nor-lapachona (Barbosa, 2006), 3-iodo-b-lapachona, 3-iodo-a–lapachona (Barbosa-Filho et al, 2006), assim como os derivados nitrogenados obtidos por semi-síntese, 2-amino-1,4-naftalenodiona (L-01), 2-(2,2-dimetoxietilamino)-3-(3-metil-2-butenil)-1,4-naftalenodiona (L-02), 1-(2,2-dimetoxi-etil)-2,2-dimetil-1,2-diidro-benzo[g]quinolina-5,10-diona (L-03), 1-benzil-2,2-dimetil-1,2-diidro-benzo[g]quinolina-5,10-diona (L-04), 2-(2-hidroxietilamino)-3-(3-metil-2-butenil)-1,4-naftalenodiona (L-05), 4-(1-hidroxi-1-metil-etil)-4,5-diidro-1H-nafto[2,3-b]azepina-6,11-diona (L-06), N -[1,4-diidro-3-(3-metil-2-butenil)-1,4-dioxo-2-naftalenil]-glicina (L-07), 2-amino-3-(3-metil-2-butenil)-1,4-naftalenodiona (L-08) (Figura 2) (Camara et al., 2001; Camara et al., 2002; Barbosa et al., 2005; Silva et al., 2005), e as imidas cíclicas que são substâncias similares ao alcalóide filantimida obtido de Phylanthus sellowianus (Euphorbiaceae) com importante atividade biológica (Figura 3) (Lima et al., 1999).



MATERIAL E MÉTODOS

Material

Neste trabalho foi utilizado o extrato etanólico bruto obtido das cascas do caule e folhas de Ocotea duckei Vattimo, a fração de lignóides totais e o composto purificado iangambina (Figura 1), gentilmente cedidos pelo Prof. J.M. Barbosa Filho, obtidos de acordo com o procedimento descrito por Barbosa-Filho et al (1999). Uma exsicata da espécie encontra-se depositada no Herbário Lauro Pires Xavier - DSE/UFPB - sob nº: 4.309.

O lapachol e todos os seus derivados (Figura 2) foram gentilmente cedidos pelo Prof. Celso Amorim Camara conforme procedimentos descritos na literatura (Barbosa, 2006; Barbosa-Filho et al, 2006; Camara et al., 2001; Camara et al., 2002; Barbosa et al., 2005; Silva et al., 2005).

As imidas cíclicas foram gentilmente cedidas pelo Prof. Valdir Cechinel-Filho, obtidas de acordo com o procedimento descrito por Lima et al (1999).

Além das substâncias em teste também foram utilizadas o DMSO (dimetilsulfóxido), o Tween 80 e água destilada estéril. Os meios de cultura utilizados foram Agar Mueller-Hinton (Difco), Agar Sabouraud (Difco) e caldo BHI (Difco).

Os microrganismos utilizados foram: Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Candida albicans ATCC 76645, além de 14 cepas de E. coli , 11 cepas de S. aureus de origem humana e 07 cepas de fungos leveduriformes da coleção do Laboratório de Micologia da UFPB e 01 cepa de S. aureus resistent-meticilin (MRSA) do laboratório de genética do CCEN/UFPB.

Métodos

Método de difusão em placas com meio sólido Mueller-Hinton (para bactérias) e Agar Sabouraud (para fungos). Tomando-se como referencial, o método de difusão em agar, segundo Bauer et al. (1966) e as recomendações do National Committee for Clinical Laboratory Standart (NCCLS, 2002).

Concentração Inibitória Mínima (CIM) – Os testes foram realizados segundo as normas do NCCLS ( 2002).

Inóculo – Os microrganismos foram inoculados em caldo BHI e incubados a 37 ºC/24h, a fim de se obter uma turvação equivalente a 0,5 de McFarland.

Semeio – O inóculo microbiano foi semeado, na superfície das placas de Agar Mueller Hinton e/ou Agar Sabouraud, com auxílio de swabs estéreis. Em seguida foram realizadas perfurações de 6 mm de diâmetro

A avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada observando-se a formação de halos de inibição ao redor das cavidades padronizadas. O volume de distribuição do meio de cultura nas placas de Petri, 90 x 15 mm, corresponde a 20 mL. Foram depositados 50 µL do produto em teste em cada cavidade. A CIM representa a mais alta diluição da substância em teste que conseguiu inibir o crescimento dos microrganismos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta o comportamento das cepas de S. aureus testadas frente ao extrato etanólico bruto de Ocotea duckei Vattimo, seus lignóides totais e iangambina pura, em função do tamanho do halo de inibição de crescimento. Nesse estudo, foi considerado, produto ativo, aquele com atividade antimicrobiana, apenas pela presença de halo de inibição de crescimento, independentemente do seu tamanho. Todos os produtos foram testados na concentração de 200 µg/mL. De acordo com os resultados obtidos verificou-se que o extrato bruto de O. duckei foi o único produto que apresentou atividade sobre 6 (50%) das cepas de S. aureus ensaiadas apresentando halos de inibição de crescimento que variaram de 7 a 10 mm de diâmetro.

A Tabela 2 apresenta o comportamento desses mesmos produtos, frente a cepas de E. coli , observando-se que a iangambina foi o único produto do grupo estudado, que apresentou halo de inibição de crescimento para 15 (100%) das cepas testadas. Os lignóides totais, não apresentaram atividade antimicrobiana para nenhuma das cepas de S. aureus nem de E. coli testadas.

A Tabela 3 apresenta os resultados da avaliação da atividade antimicrobiana do lapachol e seus análogos. Esses produtos foram avaliados frente a Candida albicans ATCC 76645 e a 10 outras cepas de Candida provenientes de pacientes ambulatoriais (coleção do Laboratório de Micologia da UFPB). Esses produtos também foram testados frente às cepas Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, usadas rotineiramente como padrão em estudos de atividade antimicrobiana, de acordo com o NCCLS (2002).

Os resultados demonstraram que o lapachol e seus análogos foram mais ativos para S. aureus ATCC 25923 e P. aeruginosa ATCC 27853.

A maioria das substâncias derivadas do lapachol mostrou potencial antimicrobiano diante das cepas testadas, excetuando-se as leveduras.

Para os derivados nitrogenados obtidos a partir do lapachol, observou-se halos de inibição de crescimento apenas para L-04 (12 mm) e para L-08 (15 mm), frente a S. aureus ATCC 25923. As demais substâncias desse grupo não apresentaram atividade antimicrobiana para nenhuma das cepas testadas.

Em relação às leveduras, apenas o b-norlapachona e o b-lapachona apresentaram halo de inibição de crescimento de 13 mm e 10 mm, respectivamente, evidenciando atividade antifúngica frente a uma cepa de Saccharomices cerevisae.

Nos testes com as imidas, observou-se que houve uma predominância na formação de halos de inibição de crescimento para os fungos leveduriformes exceto para as imidas 422, 424, 425, e 426. Não se observou o mesmo comportamento para as cepas bacterianas, levando a crer que essas substâncias têm ação antifúngica e não antibacteriana como mostra a Tabela 4.

Observa-se que houve uma predominância na formação de halos de inibição de crescimento para fungos leveduriformes. Não se observa o mesmo comportamento para as cepas bacterianas. Testes posteriores, com maior número de microrganismos podem confirmar esta tendência na atividade antimicrobiana das imidas.

Em relação à avaliação da concentração inibitória mínima (CIM), foram utilizadas apenas as substâncias mais ativas, que foram testadas frente a Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, cepas recomendadas pelo NCCLS (2002), quando se avalia o perfil de atividade de antibióticos. Incluiu-se também uma cepa de S. aureus multirresistente (S. aureus 171c MRSA) de origem humana, doada pelo Laboratório de Genética do CCEN/UFPB.

Em relação aos produtos derivados nitrogenados obtidos a partir do lapachol por semi-síntese, apenas o L-08 apresentou atividade antimicrobiana, sendo esta limitada aos S. aureus. A CIM deste produto foi de 50 µg/mL. A iangambina, apresentou discreto halo (7 mm) apenas na concentração de 200 µg/mL para a cepa de E. coli ATCC. Este resultado deve ser melhor investigado, incluindo-se outras cepas de E. coli (origem humana), além das cepas cujos testes não foram realizados. (Tabela 5).

Observou-se que as substâncias lapachol, a-lapachona, b-lapachona e a-I-lapachona tiveram CIM de 100 µg/mL para as cepas analizadas, excetuando a E. coli. A concentração de 50 µg/mL pode ser considerada como a CIM para os produtos b-lapachona, a-lapachona e b-I-lapachona, quando estudados apenas para S. aureus.

É importante ressaltar que o produto b-nor-lapachona apresentou a menor CIM (50 µg/mL) para todos os microrganismos testados, exceto a E. coli. Provavelmente esse produto derivado do lapachol pode ser o mais eficaz da série.

CONCLUSÃO

De acordo com estes resultados pode-se afirmar que existe a necessidade de se padronizar e aprofundar as técnicas de determinação de atividade antimicrobiana, de novas substâncias.

É importante lembrar que outras metodologias podem ser utilizadas, com o intuito de corroborar e assegurar estes resultados.

Pode-se dizer, no entanto, que o lapachol e seus derivados possuem atividade antibacteriana e as imidas possuem atividade antifúngica.

A b-nor-lapachona pode ser o produto de maior potencial antimicrobiano da série em teste neste trabalho.

Diante do aprofundamento deste estudo estas substâncias podem se apresentar como agentes antimicrobianos em potencial.

Recebido em 05/04/06. Aceito em 08/09/06

  • Araújo CV, Barbosa-Filho JM, Cordeiro RS, Tibiriçá E 2001. Protective of yangambin on cardiovascular hyporeactivity to catecholamines in rats with endotoxin-induced shock. N-S Arch Pharmacol 363: 267-275.
  • Barbosa TP 2006. Derivados nitrogenados do norlapachol: síntese e atividade biológica, Dissertação de Mestrado, LTF-UFPB, 152 pp.
  • Barbosa TP, Câmara CA, Silva TMS, Martins RM, Vargas MD, Pinto AC 2005. New 1,2,3,4-tetrahydro-1-aza-anthraquinones and 2-aminoalkyl compounds from norlapachol with molluscicidal activity. Bioorg Med Chem 13: 6464-6469.
  • Barbosa-Filho JM, Vargas MRW, Silva IG, França LCSL, Morais EVL, Cunha MS, Silva MFV, Souza MCO, Almeida RN, Agra MF 1999. Ocotea duckei: exceptional source of yangambin and other furofuran lignans. An Acad Bras Cienc 71: 231-238.
  • Barbosa-Filho JM, Camara CA, Silva TMS, Giulietti AM, Botelho MP, Santos RR 2006. Processo de síntese da 3-iodo-alfa-lapachona e 3-iodo-beta-lapachona e usos como imunomodulador, antimicrobiano e antiinflamatório. Depósito de patente publicado na Revista da Propriedade Industrial 1843, de 02/05/06, referente ao PI 0403686-7.
  • Bauer AW, Kirby WMM, Sherris JC, Turck M 1966. Antibiotic susceptibility festing by a standartized single disc melhod. Am J Clin Patol 45: 493-96.
  • Camara CA, Pinto AC, Vargas MD, Zuckermann-Schpector J 2002. Azepines from the intramolecular prins cyclization of an aminoderivative of lapachol. Tetrahedron 58: 6135-6140.
  • Camara CA, Rosa MA, Pinto AC, Vargas, MD 2001. Secondary amines and unexpected 1-aza-anthraquinones from 2-methoxy-lapachol. Tetrahedron 57: 9569-9574.
  • Castro-Faria-Neto HC, Bozza PT, Cruz HN, Silva CLM, Violante FA, Barbosa-Filho JM, Thomas G, Martins MA, Tibiriçá EV, Noel F, Cordeiro RSB 1995a. Yangambin: a new naturally occuring platelet activating factor receptor antagonist: binding and in vitro functional studies. Planta Med 61: 101-105.
  • Castro-Faria-Neto HC, Araújo CV, Moreira S, Bozza PT, Thomas G, Barbosa-Filho, JM, Cordeiro RSB, Tibiriçá EV 1995b. Yangambin: a new naturally occuring platelet activating factor receptor antagonist: in vivo pharmacological studies. Planta Med 61: 106-112.
  • Dias CS, Silva IG, Cunha EVL, Silva MS, Barbosa-Filho JM 2003. Isolamento e identificação de novos alcalóides de Ocotea duckei Vattimo (Lauraceae). Rev Bras Farmacogn 13(Supl): 62-63.
  • File Jr TM 2000. Visão geral sobre resistência bacteriana nos anos 90. Ple Chest 2: 3-8.
  • Fonseca SGC, Braga RMC, Santana DP 2003. Lapachol, química, farmacologia e métodos de dosagens. Rev Bras Farm 84: 9-16.
  • Herbert JM, Castro-Faria-Neto HC, Barbosa-Filho JM, Cordeiro RSB, Tibiriçá E 1997. Pharmacologiacal evidence for the putative existence of two different subtypes factor PAF receptors on platelets and leukocytes studies with yangambin. J Lipid Mediators Cell Signal 17: 1-14.
  • Lima EO, Queiroz E, Andricopulo AD, Nunes RJ, Yunes RA, Corrêa R, Cechinel-Filho V 1999. Evaluation of antifungal activity of N-arylmaleimides and N-phenylalkyl-3,4-dichloromaleimides. Bol Soc Chil Quim 44: 185-189.
  • Lima, IO, Oliveira RAG, Lima EO, Farias NMP, Souza EL 2006a. Atividade antifúngica de óleos essenciais sobre espécies de Candida. Rev Bras Farmacogn 16: 197-201.
  • Lima MRF, Ximenes CPA, Luna JS, SantAna AEG 2006b. The antibiotic activity of some Brazilian medicinal plants. Rev Bras Farmacogn 16: 300-306.
  • Marques RCP, Medeiros RB, Dias CS, Barbosa-Filho JM, Agnez-Lima LF 2003. Evaluation of mutagenic potential of yangambin and of the hydroalcoholic extract of Ocotea duckei by the Ames test. Mutat Res-Gen Tox En 536: 117-120.
  • Michelin DC, Moreschi PE, Lima AC, Nascimento GGF, Paganelli MO, Chaud MV 2005. Avaliação da atividade antimicrobiana de extratos vegetais. Rev Bras Farmacogn 15: 316-320.
  • Moellering Jr RC 2000. Novos desafios no campo das doenças infecciosas. In: Patógenos emergentes nas doenças infecciosas: Relatório Especial Hospital Práctice. Euromédice Ed. Médicas.
  • Morais ICSL, Pachú VI, Santos M, Barbosa-Filho JM 1996. New lignan from Ocotea duckei. Fitoterapia 67: 557.
  • Morais ICSL, Pachú VI, Santos JM, Athayde-Filho PF, Almeida RN, Barbosa-Filho JM 1998a. (+)-4-O-demethylepimagnolin A from Ocotea duckei. Fitoterapia 69: 91-92.
  • Morais LCSL, Barbosa-Filho JM, Almeida RN 1998b. Central depressant effects of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice. J Ethnopharmacol 62: 57-61.
  • Morais LCSL, Almeida RN, Cunha EVL, Silva MS, Barbosa-Filho JM, Gray AI 1999. Further lignanas from Ocotea duckei. Pharm Biol 37: 144-147.
  • National Comittee for Clinical Laboratory Standards, Performance Standards for Antimicrobial Suceptibility testing; Twelth informational suplement M100-512, vol. 22, nş 01., 2002. NCCLS.
  • Oliveira RAG, Lima EO, Vieira WL, Freire KRL, Trajano VN, Lima, IO, Souza EL, Toledo MS, Silva-Filho RN 2006. Estudo da interferência de óleos essenciais sobre a atividade de alguns antibióticos usados na clínica. Rev Bras Farmacogn 16: 77-82.
  • Ribeiro R, Carvalho FAS, Barbosa-Filho JM, Cordeiro RSB, Tibiriçá EV 1996. Protective of yangambin-a naturaly occuring pletelet activiting factor (PAF) receptor antagonist on anaphylatic shock in rats. Phytomedicine 3: 249-256.
  • Serra MF, Diaz BL, Barreto EO, Pereira APB, Lima MCR, Barbosa-Filho JM, Cordeiro RSB, Martins MA, Silva PMR 1997. Anti-allergic properties of natural PAF antagonist yangambin. Planta Med 63: 207-212.
  • Silva IGS, Barbosa-Filho JM, Silva MS, Lacerda CDG, Cunha EVL 2002. Coclaurine from Ocotea duckei. Biochem Syst Ecol 30: 881-883.
  • Silva TMS, Camara CA, Barbosa TP, Soares AZ, Cunha LC, Pinto AC, Vargas MD 2005. Molluscicidal activity of synthetic lapachol amino- and hydrogenated-derivatives. Bioorg Med Chem 13: 193-196.
  • Sousa FCF, Lima VTM, Lacerda CDG, Barbosa-Filho JM, Viana GS 2005. Central nervous system activity of yangambin from Ocotea duckei Vattimo (Lauraceae) in mice. Phytother Res 19: 282-286.
  • Tibiriçá EV, Mosquera K, Abreu M, Ribeiro R, Carvalho FAS, Barbosa-Filho JM, Cordeiro RSB 1996. Antagonistic effect of yangambin on platelet activing factor (PAF)-induced cardiovascular collapse. Phytomedicine 2: 235-242.
  • *
    E-mail:
    edelolima@yahoo.com.br, Tel. + 55-83-32167026
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Maio 2007
    • Data do Fascículo
      Dez 2006

    Histórico

    • Recebido
      05 Abr 2006
    • Aceito
      08 Set 2006
    Sociedade Brasileira de Farmacognosia Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Farmacognosia, Rua Pref. Lothario Meissner, 632 - Jd. Botânico, 80210-170, Curitiba, PR, Brasil, Tel/FAX (41) 3360-4062 - Curitiba - PR - Brazil
    E-mail: revista@sbfgnosia.org.br