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Efeito da quercetina sobre o extravasamento plasmático no sistema nervoso dura-mater de ratos

Estudos recentes têm demonstrado que os bioflavonóides afetam vários sistemas enzimáticos nos mamíferos. A dura-máter é um tecido que recebe inervação peptidérgica. No cérebro, a inflamação neurogênica envolve a liberação da substância P (SP) por terminais nervosos sensoriais e é modulada pela endopeptidase neutra (NEP) e pela enzima conversora da angiotensina (ECA). Neste estudo, avaliamos o efeito da quercetina, que representa mais de 50% dos bioflavonóides, sobre o extravasamento plasmático induzido pela SP em tecidos selecionados no sistema nervoso central de ratos e dura-máter. Também examinamos o efeito da inibição seletiva das enzimas metabolizadoras da SP (NEP e ECA). A administração de SP (10 nmol/kg e 30 nmol/kg, i.v.) aumentou o extravasamento plasmático de maneira dose dependente na duramáter, não apresentando nenhum efeito nos outros tecidos; este efeito foi potencializado por inibidores seletivos da NEP e da ECA. A quercetina (30 mg/kg v.o.) aumentou o extravasamento plasmático em relação ao controle em todos os tecidos. O prétratamento com quercetina potenciou significativamente o extravasamento plasmático induzido pela SP (10 nmol/kg) na dura-máter. Resultados obtidos com o pré-tratamento com antagonistas específicos para receptores da substância P e bradicinina (NK-1 e B2) sugerem que o aumento do extravasamento plasmático induzido pela quercetina e a potenciação da resposta à SP foram devidos ao acúmulo deste neuropeptídeo na dura-máter.


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