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Efeitos do alumínio na excreção dos ácidos cítrico e málico nas raízes e calos de cultivares de arroz

A excreção dos ácidos málico e cítrico no meio de cultura, assim com a acumulação do ácido málico nas raízes e em calos derivados de embriões, foram estudadas como um possível mecanismo de resistência ao alumínio em arroz. Plântulas de 4 dias e calos derivados de embriões das cultivares resistentes ao alumínio (IRAT 112 e IR6023) e das cultivares sensíveis (Aiwu e IKP) foram tratadas com 0, 250 e 500µM de alumínio {Al2(S04)3.18H20 }. Em seguida, de 3 a 36 horas de estresse, as plântulas e os calos foram removidos dos frascos e as concentrações dos ácidos cítrico e málico, determinadas. A concentração do ácido málico foi também determinada nos ápices das raízes e nos calos. Após 17 horas de estresse, o crescimento radicular foi inibido, mostrando um efeito tipico do Al em arroz. Entretanto, a extensão da inibição depende da cultivar e da concentração em Al. Na presença de 500 µM de Al, ocorreu uma forte redução no alongamento radicular em todos as cultivares, ao passo que a 250 µM de Al, a cultivar IRAT não foi afetada. Na ausência de alumínio (solução-controle), todas as cultivares excretaram quantidades comparáveis de ácido cítrico e málico. Os diferentes tratamentos com alumínio não exerceram nenhum efeito na excreção do citrato nos dois grupos de cultivares (Al-resistentes e Al-sensiveis). Em todas as cultivares estudadas, e no intervalo de 3 a 24h, o Al estimulou ligeiramente a excreção do malato. As concentrações de ácido málico determinadas nos ápices das raízes, tanto em ausência como na presença de Al, não apresentaram nenhuma relação com a resistência ao alumínio, visto que nenhuma diferença foi detectada entre as cultivares. Nenhuma diferença foi detectada, tanto na excreção como nas concentrações internas de malato, entre calos tratados ou não com Al nas quatro cultivares estudadas. Portanto, conclui-se que, nas condições experimentais deste trabalho, diferenças com relação à resistência ao Al entre as cultivares de arroz estudadas não podem ser atribuídas aos ácidos málico e cítrico. Há necessidade de novos estudos, tanto para avaliar outros possíveis mecanismos de resistência do arroz ao alumínio, como, por exemplo, para participação de outros ácidos orgânicos.

ácido málico; ácido cítrico; mecanismos de resistência ao Al; detoxificação de Al; tolerância interna


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