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Uma conjuntura favorável à consolidação da área do envelhecimento humano

A expectativa de vida aumentou dramaticamente nas décadas passadas. Segundo os dados mais recentes do IBGE, relativos ao ano de 2006 e divulgados em dezembro de 2007, a expectativa média de vida dos brasileiros cresceu um pouco mais no ano passado e chegou a 72,3 anos. Um ano antes era de 71,9 anos. Na comparação com 1980, a taxa melhorou 15,7 por cento em relação à média de 62,52 anos registrada então. Infelizmente, as desigualdades e heterogeneidades são marcas do nosso país, e muitos brasileiros ainda não chegam à maturidade.

Por outro lado, podemos afirmar, sem chance de erros, que teremos muitas idosas, moradoras nos grandes centros urbanos, dentre aquelas com melhor nível educacional e boas condições socioeconômicas, atingindo a marca dos 100 anos de vida. Fato que até bem pouco era rara exceção. Embora seja definitivamente uma das maiores conquistas da humanidade, a extensão deste limite permanece controversa. Mais do que isso, ainda não são conhecidas as conseqüências de uma expectativa de vida ainda mais longa para a sociedade.

Trata-se de um tema multifacetado e complexo, motivo de grande interesse de novos estudos e pesquisas. O envelhecimento da sociedade tem acentuado as desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e as implicações sociais e em saúde se tornam desafios colossais para os atuais cenários políticos e sociais. Em agosto de 2007, por iniciativa da Associação Mundial de Demografia e da Universidade de St. Gallen, Suíça, um grupo de especialistas de todos os campos do conhecimento se reuniu em torno do tema “Envelhecimento Populacional Mundial e Gerações”. As conclusões deste encontro mostram não apenas a dimensão da Gerontologia como também a sua complexidade. Segundo os relatórios, já se configuram várias novas questões na área da previdência social e da saúde, na necessidade de inovação, na criação de um novo mercado de trabalho, no estilo de vida, entre outros temas. O que significa muito trabalho e muitas oportunidades de contribuição para o desenvolvimento de políticas públicas, para a área de Saúde Coletiva e para o bem-estar da população idosa brasileira.

Nesse último editorial do ano de 2007, a Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia se mostra atenta a estes fatos e aos desafios que se apresentam. Com a característica visão de futuro da UnATI/UERJ, instituição que hospeda esta Revista, este cenário nos incita a superar as dificuldades e a olhar de forma bastante positiva as perspectivas futuras.

Alguns fatos marcantes na política de saúde do país reforçam este otimismo. A Agência Nacional de Saúde Suplementar vem pouco a pouco se consolidando, seus quadros dirigentes mais qualificados foram mantidos nos seus postos e, neste ano, a ANS recebeu o reforço do Professor Hesio Cordeiro, um dos expoentes da Saúde Pública brasileira e pessoa muito atenta às transformações da área da saúde. O Professor Hesio ficará a frente da diretoria que cuida dos Projetos de Inovação e Pesquisa junto ao Setor Suplementar da Saúde. E o Ministério da Saúde, sob a administração do Ministro Temporão, aluno e discípulo de Hesio, está redirecionando as prioridades de saúde com foco na gestão qualificada e na utilização apropriada dos parcos recursos que o setor possui.

Desse modo, a conjuntura político científica é bastante favorável ao desenvolvimento da produção do conhecimento na área do envelhecimento humano. Portanto – neste ano em que a UnATI/UERJ vem desenvolvendo estudos com o apoio do Ministério e da Agência e em que a produção científica da área do envelhecimento humano, expressa nos textos publicados pela Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, amplia-se com foco nas questões apresentadas nas conclusões de St. Gallen e nas diretrizes contemporâneas dos dirigentes maiores do Brasil na área da saúde – temos muito a esperar para 2008. Além disso, a UnATI inicia também um novo momento, com o explícito apoio do Governo do Estado e da nova Reitoria da UERJ eleita para o próximo quadriênio, que participou, desde a inauguração, deste exitoso projeto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Sabemos de todos os desafios à frente e estamos confiantes e motivados, pois o cenário do ano que entra apresenta um ambiente de circunstâncias muito favoráveis e de perspectivas alvissareiras. Um feliz 2008 para todos.

Renato Veras
Diretor da UnATI/ UERJ e editor da RBGG

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Out 2019
  • Data do Fascículo
    Sep-Dec 2007
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