Resumo
Introdução:
Dentre as modalidades não farmacológicas de intervenção para idosos, o treino cognitivo apresenta-se como uma alternativa promissora para atenuar ou retardar os efeitos do envelhecimento sobre a cognição.
Objetivo:
Apresentar os procedimentos de desenvolvimento de um protocolo de treino cognitivo para idosos saudáveis em um contexto brasileiro.
Método:
Foram elaboradas tarefas cognitivas com foco na estimulação e ensino de estratégias voltadas para atenção, velocidade de processamento, memória episódica e memória de trabalho. As tarefas foram distribuídas em 12 sessões de treino individual, com frequência semanal e duração dos encontros de 90 minutos cada. Como medidas cognitivas para avaliar os efeitos do treino, foram utilizados cinco subtestes da Escala Wechsler de Inteligência para Adultos (WAIS-III). O protocolo foi testado em um grupo de 15 idosas: o grupo experimental (GE, n=7), com idade entre 70 e 82 anos (M=73,57, DP=4,11) e média de escolarização de 5,8 anos (DP=1,02); e o grupo controle (GC, n=8), com idade entre 69 a 77 anos (M=74,00, DP=4,58) e média de escolarização de 2,88 anos (DP=2,58).
Resultados:
O teste ANOVA revelou efeito de treino para três subtestes: Códigos: [F(1)=5,40, p=0,03, η2 G=0,09], Aritmética [F(1)=9,03; p=0,01, η2 G=0,004] e Completar Figuras [F(1)=8,01; p=0,01, η2 G=0,19]. Não foram observados efeitos de ganho para Raciocínio Matricial [F(1)=1,43, p=0,25] e Dígitos [F(1)=10,04, p<0,001].
Conclusão:
Os resultados deste estudo piloto apontam para a importância de testar o impacto do programa desenvolvido em um ensaio clínico randomizado para verificar seus efeitos no desempenho mental de idosos. Conclui-se sobre a importância de uma maior divulgação, na literatura, dos procedimentos de construção das tarefas dos programas de treino cognitivo, bem como da formulação das estratégias de intervenção.
Palavras-chave:
Idosos; Cognição; Treino Cognitivo.