Resumo
Objetivo
Investigar a presença de infecção cervical pelo papilomavírus humano (HPV, human papillomavirus) em mulheres idosas e fatores relacionados.
Método
Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo, com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por 106 mulheres com idade igual ou superior a 60 anos atendidas em serviços de saúde pública de uma cidade do Sul do Brasil, as quais realizaram coleta de material cervical para análise citológica e detecção molecular do DNA do HPV, bem como levantamento de dados clínicos e sociodemográficos por meio de um questionário padronizado e requisição do exame citopatológico.
Resultados
A idade das pacientes variou entre 60 e 82 anos, com média de 64,9 ± 5,1. O HPV foi detectado em 14 (13,2%) idosas avaliadas no estudo e 8 tipos virais foram identificados, a maioria (n=7; 87,5%) de alto risco oncogênico. Observou-se, por análise de qui-quadrado, que casos HPV positivos possuem associação com maior número de parceiros sexuais (p= 0,018). Na citologia, a maioria das mulheres (n=102; 96,2%) apresentou resultado negativo para lesão intraepitelial ou malignidade e duas (1,8%) apresentaram citologia alterada, mas destas, nenhuma apresentou infecção por HPV no teste molecular. Das 10 mulheres avaliadas em duas visitas, sete (70%) não apresentaram infecção pelo HPV em ambas as avaliações, duas (20%) eliminaram a infecção pelo HPV e uma (10%) apresentou conversão para positividade. Nenhuma delas apresentou infecção persistente.
Conclusão
Mulheres idosas estão suscetíveis à infecção por HPV e às lesões causadas por esse vírus, por isso devem manter o rastreamento citológico.
Palavras-Chave:
Rastreamento; Teste de Papanicolaou; Saúde da Mulher; Neoplasias do Colo do Útero