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Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Volume: 25, Número: 2, Publicado: 2022
  • Saúde, cidadania e a pessoa idosa no contexto do velhismo Editorial

    Vilar, Rosana Lúcia Alves de; Lima, Rafael Rodolfo Tomaz de; Melo, Ricardo Henrique Vieira de
  • Preditores clínicos de fragilidade em usuários de serviço de Atenção Secundária em Geriatria e Gerontologia Artigos Originais

    Cintra, Marco Túlio Gualberto; Bento, Bruna Martins Alves; Branco, Bruno Vinicius Castello; Sousa, Antônio Davi de Marinho; Moraes, Edgar Nunes de; Bicalho, Maria Aparecida Camargos

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Analisar os preditores de saúde associados à fragilidade na população idosa atendida em um serviço de Atenção Secundária em Geriatria e Gerontologia, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Métodos Estudo observacional transversal, envolvendo amostra de 4.323 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, submetidos a avaliação clínico-funcional. Selecionou-se variáveis sociodemográficas e clínico-funcionais que foram analisadas em comparação à variável dependente do estudo: estrato clínico-funcional por meio da Escala Visual de Fragilidade de forma dicotomizada em frágil e não frágil. Foram realizadas regressões logísticas univariadas. As variáveis com valor p<0,2 foram submetidas à regressão multivariada por meio dos métodos de stepwise e forward de seleção de variáveis na equação. Resultados O valor potencial de explicação do modelo foi de 70,4%. Sete variáveis relacionaram-se à fragilidade: idade (OR 1,016; IC 95%: 1,00–1,028; p<0,001), demência (OR 5,179; IC 95%: 3,839–5,961; p<0,001), sintomatologia depressiva (OR 1,268; IC 95: 1,090–1,475; p=0,002), incontinência urinária (OR 1,330; IC 95%: 1,153–1,535; p<0,001), alterações no padrão de marcha (OR 1,483; IC 95%: 1,287–1,709; p<0,001), circunferência de panturrilha (OR 0,956; IC 95%: 0,932–0,982; p=0,001), IMC (OR 1,026; IC 95%: 1,008–1,044; p=0,005). Conclusão A idade avançada, os quadros demenciais, sintomatologia depressiva, alterações esfincterianas e da marcha associaram-se com fragilidade. Destacam-se a associação entre fragilidade com mensurações reduzidas da circunferência de panturrilha e valores aumentados de IMC e o diagnóstico de demência como a maior força de associação com a síndrome de fragilidade.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To analyze the health predictors associated with frailty in the older population treated at a Secondary Care Service in Geriatrics and Gerontology, Belo Horizonte, Minas Gerais state, Brazil. Methods A cross-sectional observational study involving a sample of 4,323 individuals aged 60 years or older that underwent a clinical-functional evaluation was conducted. Sociodemographic and clinical-functional variables were analyzed and compared against the dependent variable of the study: clinical-functional stratum, as measured by the Visual Frailty Scale, dichotomized into frail and non-frail. Univariate logistic regressions were performed and the variables with p-value <0.2 were submitted to multivariate regression by stepwise and forward methods of selecting variables in the equation. Results The potential explanatory value of the model was 70.4%. Seven variables were associated with frailty: age (OR 1.016; 95%CI: 1.001–1.028; p<0.001), dementia (OR 5.179; 95%CI: 3.839–5.961; p<0.001), depressive symptoms (OR 1.268; 95%CI: 1.090–1.475; p=0.002), urinary incontinence (OR 1.330; 95%CI: 1.153–1.535; p<0.001), changes in gait speed (OR 1.483; 95%CI: 1.287–1.709; p<0.001), calf circumference (OR 0.956; 95%CI: 0.932–0.982; p=0.001), and BMI (OR 1.026; 95%CI: 1.008–1.044; p=0.005). Conclusion Advanced age, dementia, depressive symptoms, and continence and gait changes were associated with frailty. The study results reveal an association of reduced calf circumference and increased BMI values with frailty in older adults and that dementia diagnosis had the strongest association with the frailty syndrome.
  • Impacto da pandemia da covid-19 nas funções cognitivas e motoras de pessoas idosas: um estudo coorte de 3 anos Artigos Originais

    Silva, Thaís Cardoso da; Scarmagnan, Gabriella Simões; Batiston, Adriane Pires; Santos, Mara Lisiane de Moraes dos; Christofoletti, Gustavo

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Analisar o impacto da pandemia da covid-19 sobre as funções cognitivas e motoras de pessoas idosas. Método Neste estudo coorte, 90 idosos foram submetidos a testes cognitivos (Mini Exame do Estado Mental e Bateria de Avaliação Frontal) e motores (teste Timed Up and Go e Questionário Internacional de Queda) em dois momentos: antes do primeiro caso da pandemia ser identificado no Brasil e após o fim do estado de emergência em saúde pública. O teste de análise múltipla de variâncias para medidas repetidas foi aplicado junto ao teste lambda de Wilk para verificar o impacto da covid-19 sobre os fatores “momento” (pré × pós-pandemia), “grupo” (sexo, estado civil e escolaridade) e “interação” (momento × grupo). Tamanho do efeito e poder estatístico foram reportados. Significância foi admitida em 5%. Resultados Pessoas idosas sofreram declínio cognitivo durante a pandemia da covid-19 (tamanho do efeito: 0,43; poder estatístico: 99,8%; p=0,001). O declínio foi semelhante segundo sexo (p=0,864), estado civil (p=0,910) e escolaridade (p=0,969). Os participantes sofreram ainda declínio das funções motoras durante a pandemia (tamanho do efeito: 0,74; poder estatístico: 99,9%; p=0,001). O declínio foi semelhante segundo sexo (p=0,542) e estado civil (p=0,260). Participantes com menor escolaridade sofreram maior declínio físico do que pessoas com maiores níveis escolares (tamanho do efeito: 0,38; poder estatístico: 97,6%; p=0,004). Conclusão A pandemia da covid-19 afetou as funções cognitivas e motoras de pessoas idosas. Participantes com baixa escolaridade sofreram maior impacto da pandemia sobre sua saúde física, fato que deve incentivar novos estudos a explorar essa temática.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To analyze the impact of the COVID-19 pandemic on the cognitive and motor functions in older people. Method In this cohort study, 90 older persons underwent cognitive (Mini-Mental State Examination and Frontal Assessment Battery) and motor (Timed Up and Go test and International Fall Questionnaire) tests in two moments: before the first case of the COVID-19 pandemic have been identified in Brazil and after the end of the state of public health emergency. The multiple analysis of variance was applied with the Wilk’s lambda test to verify the impact of the COVID-19 pandemic on the factors “time” (pre × post-pandemic), “group” (sex, marital status and education) and “interaction” (time × group). Effect size and statistical power are reported. Significance was set at 5%. Results Older persons presented cognitive decline during the COVID-19 pandemic (effect size: 0.43; statistical power: 99.8%; p=0.001). The decline was similar according to sex ( p=0.864), marital status ( p=0.910) and schooling ( p=0.969). The participants also suffered a motor decline during COVID-19 pandemic (effect size: 0.74; statistical power: 99.9%; p=0.001). The decline was similar according to sex ( p=0.542) and marital status ( p=0.260). Participants with lower educational level suffered greater physical decline than persons with higher schooling (effect size: 0.38; statistical power: 97.6%; p=0.004). Conclusion The COVID-19 pandemic affected the cognitive and motor functions of older persons. Participants with low schooling suffered a greater decline of their physical health during the pandemic, a fact that should encourage further studies on this thematic.
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