Resumo
Objetivo
O uso de marcadores moleculares pode identificar subtipos tumorais com diferentes taxas de recidiva. O objetivo do presente estudo é caracterizar a expressão imunohistoquímica da vimentina (VIM), da E-caderina (CDH1) e de CK5 em pacientes com carcinoma ductal invasivo (CDI) da mama.
Métodos
Utilizamos uma matriz de amostras teciduais (TMA, na sigla em inglês) de 87 pacientes com CDI da mama. Para avaliar a expressão dos receptores de estrogênio (RE) e receptores de progesterona (RP), HER2, VIM, CDH1, CK5 e Ki67, utilizamos imunohistoquímica. Os tumores foram classificados como luminal A e B (n = 39), HER2+ (n = 25) e triplo negativo (TNBC) (n = 23).
Resultados
Foi observado que tumores luminais A e B não expressaram o fenótipo VIM+/CDH1-/low. Este fenótipo foi observado em 16,5% dos tumores HER2+ e em 60% dos tumores TNBC (p = 0,0001). Dos 20 tumores TNBC, a CK5 (marcador de tumor basalóide) foi super expressa em 11 amostras. O fenótipo VIM+/CDH1-/low foi observado em 5 tumores CK5+ TNBC (45%) e em 7 dos 9 tumores CK5- TNBC (78%) (p = 0,02). A expressão média de Ki67 nos tumores VIM+/CDH1-/low foi 13.6 (amplitude de 17,8 a 45,4) comparado com 9,8 (amplitude de 4,1 a 38,1) nos outros tumores (p = 0,0007). A presença demetástase linfonodal foimenor em tumores com fenótipo VIM+/CDH1-/low (23% contra 61%; teste X2; p = 0,01).
Conclusão
Nossos achados sugerem que a expressão de VIM e CDH1 pode identificar um subtipo de CDI da mama com fenótipo mesenquimal associado a pior prognóstico, lesões de alto grau e alto índice mitótico.
Palavras-chave:
câncer de mama; transição epitelialmesenquimal; vimentina; e-caderina; fatores prognósticos