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Associação entre o estado nutricional pré-gestacional e a predição do risco de intercorrências gestacionais

Association between pre-gestational nutritional status and prediction of the risk of adverse pregnancy outcome

Resumos

OBJETIVO: analisar a associação entre o estado nutricional pré-gestacional materno e os desfechos maternos - síndromes hipertensivas da gravidez, diabetes gestacional, deficiência de vitamina A e anemia - e do concepto - baixo peso ao nascer. MÉTODOS: estudo transversal, com 433 puérperas adultas (>20 anos), atendidas na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seus respectivos recém-nascidos. As informações foram coletadas em consulta a prontuários e entrevistas. O estado nutricional pré-gestacional materno foi definido por meio do índice de massa corporal pré-gestacional, segundo os pontos de corte para mulheres adultas da World Health Organization (WHO), em 1995. Estimou-se a associação entre os desfechos gestacionais e o estado nutricional pré-gestacional, por meio da odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: a freqüência de desvio ponderal pré-gestacional (baixo peso, sobrepeso e obesidade) foi de 31,6%. Considerando-se o estado nutricional pré-gestacional, aquelas com sobrepeso e obesidade apresentaram menor ganho ponderal do que as eutróficas e as com baixo peso (p<0,05). As mulheres com obesidade pré-gestacional apresentaram risco aumentado de desenvolver síndromes hipertensivas da gravidez (OR=6,3; IC95%=1,90-20,5) e aquelas com baixo peso pré-gestacional, maior chance de ter recém-nascidos com baixo peso ao nascer (OR=7,1; IC95%=1,9-27,5). Não foi evidenciada a associação entre estado nutricional pré-gestacional e o desenvolvimento de anemia, deficiência de vitamina A e diabetes gestacional. A média de ganho de peso entre as gestantes com sobrepeso e obesas foi significativamente menor, quando comparadas às eutróficas e às com baixo peso (p=0,002, p=0,049, p=0,002, p=0,009). CONCLUSÕES: a expressiva quantidade de mulheres com desvio ponderal pré-gestacional reforça a importância da orientação nutricional que favoreça o estado nutricional adequado e minimize os riscos de intercorrências maternas e do recém-nascido.

Fisiologia da nutrição materna; Avaliação nutricional; Estado nutricional; Gravidez; Antropometria; Peso corporal; Fatores de risco; Peso ao nascer


PURPOSE: to analyze the association between maternal pre-gestational nutritional status and maternal outcomes - hypertensive disorders of pregnancy, gestational diabetes, vitamin A deficiency, and anemia - and the newborn outcome - low birth weight. METHODS: cross-sectional study, with 433 adult puerperal women (> 20 years old) and their newborns, attending the Maternidade Escola of Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Data was collected through interviews and access to their medical records. Maternal pre-gestational nutritional status was established through pre-gestational body mass index according to the cut-offs for adult women defined by the World Health Organization (WHO), in 1995. The association between gestational outcomes and pre-gestational nutritional status was estimated through odds ratio (OR) and a 95% confidence interval (95%CI). RESULTS: frequency of pre-gestational weight deviation (low weight, overweight and obesity) was 31.6%. Considering the pre-gestational nutritional status, overweight and obese women presented a lower weight gain than eutrophic and low-weight women (p<0.05). Women with pre-gestational obesity presented a higher risk of developing hypertensive disordens of pregnancy (OR=6.3; 95%CI=1.9-20.5) and those with low pre-gestational weight were more likely to give birth to low birth weigh infants (OR=7.1; 95%CI=1.9-27.5). There was no evidence of the association between pre-gestational nutritional status and the development of anemia, vitamin A deficiency and gestational diabetes. The mean weight gain among overweight and obese pregnant women was significantly lower when compared to eutrophic and low-weight pregnant women (p=0.002, p=0.049, p=0.002, p=0.009). CONCLUSIONS: the high number of women with pre-gestational weight deviation reinforces the importance of a nutritional guidance that favors a good nutritional state and reduces the risks of maternal and newborn adverse outcomes.

Maternal nutrition physiology; Nutrition assessment; Nutritional status; Pregnancy; Anthropometry; Body weight; Risk factors; Birth weight


ARTIGOS ORIGINAIS

Associação entre o estado nutricional pré-gestacional e a predição do risco de intercorrências gestacionais

Association between pre-gestational nutritional status and prediction of the risk of adverse pregnancy outcome

Patricia de Carvalho PadilhaI; Cláudia SaundersII; Raphaela Côrrea Monteiro MachadoIII; Cristina Lúcia da SilvaIV; Aline BullIV; Enilce de Oliveira Fonseca SallyV; Elizabeth AcciolyVI

IPesquisadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna e Infantil (GPSMI) do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes (NPqM) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Nutricionista do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil

IIDoutora, em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Professor Adjunto do Departamento de Nutrição e Dietética do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) e da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna e Infantil (GPSMI) do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes (NPqM) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil

IIIPesquisadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna e Infantil (GPSMI) do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes (NPqM) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Nutricionista da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Especialista em Nutrição Materno-Infantil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil

IVNutricionista aperfeiçoanda do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna e Infantil (GPSMI) do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes (NPqM) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil

VProfessora-assistente do Departamento de Nutrição Social da Universidade Federal Fluminense – UFF – Niterói (RJ), Brasil; Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna e Infantil (GPSMI) do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes (NPqM) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil

VIDoutora, Professor Adjunto do Departamento de Nutrição e Dietética do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna e Infantil (GPSMI) do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes (NPqM) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil

Correspondência Correspondência: Patricia de Carvalho Padilha Rua Gramado, 475, bloco C, apto. 202 – Campo Grande CEP 23050-090 – Rio de Janeiro/RJ E-mail: paticpadilha@yahoo.com.br

RESUMO

OBJETIVO: analisar a associação entre o estado nutricional pré-gestacional materno e os desfechos maternos – síndromes hipertensivas da gravidez, diabetes gestacional, deficiência de vitamina A e anemia – e do concepto – baixo peso ao nascer.

MÉTODOS: estudo transversal, com 433 puérperas adultas (>20 anos), atendidas na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seus respectivos recém-nascidos. As informações foram coletadas em consulta a prontuários e entrevistas. O estado nutricional pré-gestacional materno foi definido por meio do índice de massa corporal pré-gestacional, segundo os pontos de corte para mulheres adultas da World Health Organization (WHO), em 1995. Estimou-se a associação entre os desfechos gestacionais e o estado nutricional pré-gestacional, por meio da odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC) de 95%.

RESULTADOS: a freqüência de desvio ponderal pré-gestacional (baixo peso, sobrepeso e obesidade) foi de 31,6%. Considerando-se o estado nutricional pré-gestacional, aquelas com sobrepeso e obesidade apresentaram menor ganho ponderal do que as eutróficas e as com baixo peso (p<0,05). As mulheres com obesidade pré-gestacional apresentaram risco aumentado de desenvolver síndromes hipertensivas da gravidez (OR=6,3; IC95%=1,90-20,5) e aquelas com baixo peso pré-gestacional, maior chance de ter recém-nascidos com baixo peso ao nascer (OR=7,1; IC95%=1,9-27,5). Não foi evidenciada a associação entre estado nutricional pré-gestacional e o desenvolvimento de anemia, deficiência de vitamina A e diabetes gestacional. A média de ganho de peso entre as gestantes com sobrepeso e obesas foi significativamente menor, quando comparadas às eutróficas e às com baixo peso (p=0,002, p=0,049, p=0,002, p=0,009).

CONCLUSÕES: a expressiva quantidade de mulheres com desvio ponderal pré-gestacional reforça a importância da orientação nutricional que favoreça o estado nutricional adequado e minimize os riscos de intercorrências maternas e do recém-nascido.

Palavras-chave: Fisiologia da nutrição materna, Avaliação nutricional, Estado nutricional, Gravidez, Antropometria, Peso corporal, Fatores de risco, Peso ao nascer

ABSTRACT

PURPOSE: to analyze the association between maternal pre-gestational nutritional status and maternal outcomes – hypertensive disorders of pregnancy, gestational diabetes, vitamin A deficiency, and anemia – and the newborn outcome – low birth weight.

METHODS: cross-sectional study, with 433 adult puerperal women (> 20 years old) and their newborns, attending the Maternidade Escola of Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Data was collected through interviews and access to their medical records. Maternal pre-gestational nutritional status was established through pre-gestational body mass index according to the cut-offs for adult women defined by the World Health Organization (WHO), in 1995. The association between gestational outcomes and pre-gestational nutritional status was estimated through odds ratio (OR) and a 95% confidence interval (95%CI).

RESULTS: frequency of pre-gestational weight deviation (low weight, overweight and obesity) was 31.6%. Considering the pre-gestational nutritional status, overweight and obese women presented a lower weight gain than eutrophic and low-weight women (p<0.05). Women with pre-gestational obesity presented a higher risk of developing hypertensive disordens of pregnancy (OR=6.3; 95%CI=1.9-20.5) and those with low pre-gestational weight were more likely to give birth to low birth weigh infants (OR=7.1; 95%CI=1.9-27.5). There was no evidence of the association between pre-gestational nutritional status and the development of anemia, vitamin A deficiency and gestational diabetes. The mean weight gain among overweight and obese pregnant women was significantly lower when compared to eutrophic and low-weight pregnant women (p=0.002, p=0.049, p=0.002, p=0.009).

CONCLUSIONS: the high number of women with pre-gestational weight deviation reinforces the importance of a nutritional guidance that favors a good nutritional state and reduces the risks of maternal and newborn adverse outcomes.

Keywords: Maternal nutrition physiology, Nutrition assessment, Nutritional status, Pregnancy, Anthropometry, Body weight, Risk factors, Birth weight

Introdução

As medidas antropométricas são recomendadas e empregadas para o acompanhamento nutricional de gestantes, devido à sua importância reconhecida na prevenção da morbimortalidade perinatal, prognóstico do desenvolvimento fetal e na promoção de saúde da mulher1. Características como fácil aplicabilidade, baixo custo e caráter pouco invasivo reforçam a importância da antropometria na avaliação do estado nutricional de gestantes2.

Achados de estudos epidemiológicos apontam que a inadequação do estado antropométrico materno, tanto pré-gestacional quanto gestacional, se constitui em problema de saúde pública inquestionável, pois favorece o desenvolvimento de intercorrências gestacionais e influencia as condições de saúde do concepto e a saúde materna no período pós-parto2.

Dadas as repercussões na saúde da mãe e de seu filho, as alterações nutricionais necessitam ser compreendidas e trabalhadas na atenção básica, na lógica da integração com os programas de saúde materno-infantil, com vistas à melhoria do resultado obstétrico – redução dos índices de morbimortalidade materna, melhoria das condições ao nascimento (peso e idade gestacional ao nascer) e redução da mortalidade perinatal3,4.

Os países em desenvolvimento enfrentam duas situações extremas de má-nutrição: de um lado, a subnutrição e, do outro, o aumento do sobrepeso, da obesidade e das enfermidades crônicas5. O Brasil, em particular, encontra-se numa fase de transição epidemiológica, com alteração no perfil de morbimortalidade populacional, na qual as doenças infecciosas e parasitárias estão dando lugar às doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade, por exemplo5.

Nucci et al.3, a partir de informações do serviço de pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS), encontraram prevalência de 19,2% de mulheres com sobrepeso e apenas 5,7% de baixo peso pré-gestacional.

O ganho ponderal ao longo da gestação é um fator importante para o crescimento fetal e guias de recomendações para ganho de peso adequado na gestação, baseadas no índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional, vêm sendo propostas ao longo da última década4 .

Na última década, tem sido discutido o diagnóstico nutricional inicial de gestantes, com o uso do IMC pré-gestacional6. É fato que podem ser encontradas diferenças na classificação do estado nutricional pré-gestacional quando se utilizam pontos de corte de IMC diferentes7.

Evidências anteriores também trazem à discussão que a diversidade dos pontos de corte varia de acordo com o grupo étnico, motivo pelo qual diferentes recomendações devem ser propostas8,9. Tais achados ressaltam a necessidade de estudos que tenham por finalidade a classificação do estado nutricional materno e, em conseqüência, proponham faixas de adequação de ganho ponderal recomendadas.

Visando reforçar a importância da adequação do estado nutricional em mulheres na idade reprodutiva, o presente estudo objetivou verificar a associação entre o estado nutricional pré-gestacional com os desfechos síndromes hipertensivas da gravidez (SHG), diabetes gestacional (DG), deficiência de vitamina A (DVA), anemia e com o baixo peso ao nascer (BPN).

Métodos

Foram utilizadas informações de 433 puérperas adultas (com mais de 20 anos), atendidas na Maternidade Escola (ME) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e seus respectivos recém-nascidos, incluídos originalmente nos estudos "Carência de vitamina A no binômio mãe-filho e distribuição intraplacentária de retinol" (n=225) e "Avaliação do impacto da assistência nutricional no resultado obstétrico" (n=208).

O primeiro estudo mencionado traçou o perfil de saúde e nutrição das puérperas e seus recém-nascidos, e o segundo testou uma proposta de assistência nutricional pré-natal, visando fornecer subsídios para o estabelecimento de um modelo de assistência nutricional.

Na tentativa de obter um tamanho amostral mais expressivo, juntaram-se as informações de ambos os estudos citados acima num único banco de dados. A junção das casuísticas foi possível devido à similaridade apresentada quanto às médias das variáveis IMC pré-gestacional (p=0,561), ganho de peso gestacional total (p=0,161), peso (p=0,490) e comprimento (p=0,143) ao nascer.

A referida unidade de saúde atende gratuitamente em torno de 1.400 a 1.500 puérperas por ano, provenientes de várias regiões do município do Rio de Janeiro. Confirmou-se a similaridade entre as características da clientela atendida nessa maternidade com as características verificadas para o conjunto das puérperas atendidas pelo setor saúde no município do Rio de Janeiro, conforme informações disponibilizadas pelo Sistema Nacional de Informação sobre Nascidos Vivos – Sinasc do Ministério da Saúde.

Os critérios de inclusão no estudo foram: gestantes não-portadoras de enfermidades crônicas, com gestação de feto único, de peso pré-gestacional conhecido ou medido até o final da 13ª semana gestacional2, que tiveram acesso à assistência pré-natal e que não apresentaram restrição alimentar.

Informações sobre peso pré-gestacional, peso pré-parto ou o peso registrado na última consulta da assistência pré-natal10 e estatura materna foram obtidas por entrevista à gestante ou pela consulta aos prontuários. Os instrumentos de coleta de dados foram pré-testados em estudo piloto.

Avaliou-se a concordância entre as informações referentes ao peso materno pré-gestacional referido e o medido até a 13ª semana gestacional e verificou-se boa concordância entre as medidas (ICC=0,961, intervalo de confiança de 95% (IC95%=0,939-0,976).

O IMC pré-gestacional foi classificado de acordo com os seguintes pontos de corte: baixo peso (IMC<18,5 kg/m2), sobrepeso (25,0 kg/m2<IMC<30 kg/m2) e obesidade (IMC>30,0 kg/m2 ), segundo a WHO2.

Para a avaliação antropométrica dos recém-nascidos, foram coletadas dos prontuários as informações sobre peso, comprimento e idade gestacional ao nascimento11. Quanto ao peso ao nascer, os recém-nascidos foram classificados como BPN quando o peso ao nascimento fosse inferior a 2.500 g2.

As informações sobre as intercorrências gestacionais foram obtidas por meio de consulta aos pareceres da equipe médica e avaliação dos exames laboratoriais incluídos nos prontuários, considerando-se as recomendações do Ministério da Saúde12.

Os valores de hemoglobina foram obtidos por meio de consulta aos prontuários, sendo adotado o ponto de corte de 11,0 g/dL para o diagnóstico de anemia12. A DVA foi identificada pela entrevista padronizada para diagnóstico de cegueira noturna gestacional13.

O DG foi diagnosticado, segundo a recomendação preconizada pelo Ministério da Saúde, com a realização do teste oral de tolerância a glicose com 75 g de glicose, sendo resultado positivo os valores em jejum >110 mg/dL e duas horas após >140 mg/dL. As SHG foram identificadas quando os níveis de pressão arterial eram iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica e iguais ou maiores que 90 mmHg de pressão diastólica, mantidos em duas ocasiões12; os casos de pré-eclâmpsia e eclâmpsia foram identificados segundo os pareceres médicos.

A fim de avaliar a qualidade dos dados, realizou-se a avaliação da confiabilidade de aplicação e observou-se a concordância interobservadores na coleta das informações contidas no instrumento de coleta de dados de ambas as pesquisas que originaram esta amostra. Essa análise foi feita em 13 e 11% do valor amostral dos respectivos estudos.

As análises estatísticas foram realizadas no pacote estatístico SPSS for Windows, versão 13.0. Na análise exploratória dos dados, foram calculadas as medidas de tendência central (média e desvio padrão) para caracterização da amostra. A análise de variância (ANOVA) foi adotada para testar a comparação da diferença entre as médias de ganho de peso gestacional segundo categoria de estado nutricional materno pré-gestacional, e o post hoc escolhido foi o Tukey. Para testar a homogeneidade das variâncias, aplicou-se o teste Levene.

Em seguida, foi feita a regressão logística múltipla com as variáveis que, na análise bivariada, apresentaram significância menor que 25%, de acordo com a recomendação de Hosmer e Lemeshow14, com o objetivo de estimar a associação entre as variáveis dependentes – SHG, DG, DVA, anemia e BPN – e o fator de exposição – classificação do estado nutricional antropométrico pré-gestacional, expressa pela odds ratio (OR), com IC de 95%. As variáveis controladas no modelo estatístico foram o número de consultas na assistência pré-natal (APN) e o ganho de peso total no período da gestação. Em todos os testes, foi adotado o nível de significância de 5%.

Os estudos considerados nesta casuística foram apreciados pela Comissão de Ética Médica da Maternidade Escola da UFRJ e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ. Todas as mulheres, nos respectivos estudos que concordaram em participar, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Resultados

Cerca de 31,6% das mulheres iniciaram a gestação com algum desvio ponderal, segundo a avaliação do estado antropométrico pré-gestacional. Quanto à classificação do estado nutricional pré-gestacional, 6,2% eram de baixo peso, 68,2% eutróficas, 19,9% sobrepeso e 5,5% obesas. A idade materna média foi de 27 anos (±5,1) e dados da APN indicaram que a média do número de consultas foi de 8,2 (±2,9), sendo a cobertura da assistência nutricional pré-natal realizada em apenas 58,7% (n=46) da amostra, com o número médio de consultas de 2,3 (±2,3). A maioria das mulheres (32,1%) apresentava ensino fundamental incompleto e o número médio de gestações entre as multíparas foi de 2,3 (±1,5).

Em relação ao recém-nascido, o peso médio ao nascer foi de 3285,2 g (±479,6) e o comprimento médio ao nascimento de 49,1 cm (±2,8).

A Tabela 1 mostra o ganho de peso durante a gestação, de acordo com a classificação do estado nutricional pré-gestacional. As médias de ganho de peso foram 13,5±4,8; 15,2±4,6; 11,1±5,4 e 10,7±6,6 kg, entre as eutróficas, baixo peso, com sobrepeso e obesas, respectivamente. Observou-se que as gestantes com sobrepeso e obesas tenderam a ganhar menos peso do que as eutróficas e com baixo peso, sendo as diferenças estatisticamente significativas.

As prevalências dos desfechos gestacionais analisados encontram-se resumidas na Tabela 2. Neste estudo, dentre os desfechos maternos analisados, mereceram destaque as carências nutricionais específicas como anemia (22,9%) e DVA (12,7%) e as SHG (5,8%), pois representaram as intercorrências maternas mais prevalentes.

As mulheres com obesidade pré-gestacional apresentaram risco aumentado de desenvolver SHG (OR=6,3; IC95%=1,9-20,5) e aquelas com baixo peso pré-gestacional estiveram mais propícias a ter recém-nascidos com BPN (OR=7,1; IC95%=1,8-27,4). O ganho de peso também se demonstrou associado ao BPN (OR=0,8; IC95%=0,7-0,9), assim como um maior número de consultas da APN representou um fator de proteção para DVA. Não foi evidenciada a associação entre estado nutricional pré-gestacional e o desenvolvimento de anemia e DVA, do mesmo modo que para DG (Tabela 3).

Discussão

Os percentuais encontrados para as categorias do estado nutricional antropométrico ao início da gestação foram muito similares aos obtidos por Nucci et al.3, em estudo multicêntrico realizado em seis capitais brasileiras, com gestantes adultas (>20 anos), entre 20 e 28 semanas gestacionais, atendidas em serviços de pré-natal geral do SUS. No estudo citado, os desvios ponderais pré-gestacionais associaram-se a intercorrências gestacionais, como DG e SHG. Paralelamente, confirmam a atual transição epidemiológica e nutricional em que se encontra o Brasil, caracterizada por uma mudança entre as duas tendências de sentidos opostos: declínio da desnutrição concomitante à emergência do sobrepeso e obesidade.

A falta de padronização nos pontos de corte do IMC para classificação do estado nutricional inicial para gestantes pode levar a diferenças nos resultados entre os estudos. Em estudo conduzido por Andreto et al.15, em serviço pré-natal no município de Recife, constatou-se elevado percentual de baixo peso em mulheres ao iniciarem a assistência pré-natal. Tais diferenças podem ter ocorrido em função do uso da classificação do estado nutricional inicial para gestantes proposta pelo Institute of Medicine (IOM).

As faixas de IMC propostas pelo referido comitê americano baseiam-se em dados do Metropolitan Life Insurance, o que tem sido alvo de críticas. Neste contexto, os pontos de corte propostos pela WHO2 seriam mais adequados, já que foram estabelecidos a partir de sua associação com morbidade e, conseqüentemente, com as condições do concepto ao nascimento.

Mais recentemente, alguns autores têm utilizado os pontos de corte recomendados pela WHO2 para a população adulta na avaliação do estado nutricional pré-gestacional. Esta proposta é mais sensível para o diagnóstico do desvio ponderal sobrepeso (25,0 m2/kg, em contraposição a 26,0 m2/kg sugerido pelo IOM), preocupação atual do ponto de vista da saúde pública. Este critério também é mais específico para classificação de indivíduos com baixo peso, reduzindo o número de falsos-positivos3,6.

Os dados demonstram claramente o risco de resultado obstétrico desfavorável para as gestantes com desvio ponderal pré-gestacional, de modo que, entre as obesas, observou-se um risco expressivo de apresentar SHG. Resultados semelhantes foram obtidos por um estudo cuja conclusão é que a categoria de estado nutricional pré-gestacional de maior risco para a SHG é a obesidade16. Representa um risco cinco vezes superior para o desenvolvimento de pré-eclâmpsia entre as mulheres com IMC igual ou superior a 35 kg/m2.

Os mecanismos explicativos para a predisposição das mulheres com sobrepeso e obesidade pré-gestacionais à SHG ainda não estão bem elucidados na literatura. Acredita-se que o aumento do IMC pré-gestacional está diretamente relacionado ao maior risco de SHG, podendo ser mediado pela proteína C reativa, um potente marcador inflamatório, e triglicerídeos17. Outros importantes mediadores, presentes na SHG, podem ser o stress oxidativo, a resistência insulínica, a disfunção endotelial, a função imune, outros marcadores de dislipidemia, ou fatores relacionados ao estilo de vida, como qualidade da dieta pré-natal e inatividade física16.

Dados da literatura relacionam o aumento da incidência de DG em mulheres obesas3. Tal associação é atribuída à resistência insulínica, mais freqüente entre as obesas, combinada com uma deficiente secreção deste hormônio. O crescimento fetal excessivo e a alta adiposidade são marcadores de gestação com obesidade materna e baixa tolerância à glicose, duas condições associadas com a redução da sensibilidade insulínica materna18. Uma prevalência de 10,6% e um risco relativo de 6,6 para DG em obesas foram observados por um estudo que descreveu o impacto da obesidade na idade reprodutiva19. No presente estudo não se encontrou associação entre estado nutricional pré-gestacional e a ocorrência de DG, provavelmente pela baixa freqüência desta morbidade na população estudada.

As deficiências de micronutrientes, dentre elas a anemia e DVA, caracterizam-se como um importante problema de saúde e nutrição entre mulheres e crianças, em função do seu impacto negativo para a saúde reprodutiva e o desenvolvimento infantil, contribuindo para o incremento dos índices de morbimortalidade no binômio mãe-filho20. Portanto, o estado nutricional de micronutrientes da mulher não afeta somente sua própria saúde, mas também as gerações futuras21.

Com relação à anemia, o Ministério da Saúde12 vem preconizando a suplementação universal no pré-natal, a partir da 20ª semana de gestação. Por outro lado, uma crítica deve ser feita à cobertura do programa de suplementação de vitamina A, pois, apesar de vários trabalhos mostrarem que, mesmo no principal eixo econômico da região sudeste do Brasil, os resultados obtidos apontam a DVA como um problema de proporções preocupantes13,22, as medidas intervencionistas estão limitadas às áreas do território brasileiro tradicionalmente incluídas no mapa de regiões endêmicas da carência, como Nordeste, Vale do Jequitinhonha, Vale do Murici na região norte de Minas Gerais e Vale do Ribeira, em São Paulo.

No presente estudo, não foi observada associação entre estado antropométrico pré-gestacional e as carências nutricionais específicas como anemia e DVA, reforçando o crescente conceito de que esses agravos podem ocorrer mesmo entre indivíduos com adequado estado antropométrico, mas com inadequado consumo de alimentos fonte, que constitui a principal etiologia dessas carências23-25.

Como evidenciado, o efeito protetor do número de consultas na APN no acometimento por DVA ressalta a importância da promoção da saúde materna e do concepto, por meio da assistência pré-natal, contemplando a recomendação do número ideal e da qualidade das consultas, conforme estabelecido no programa de assistência pré-natal.

Dados de um estudo recente que investigou a associação entre DVA e condições sociodemográficas em 291 puérperas de diferentes estratos socioeconômicos e seus respectivos recém-nascidos, atendidos em uma maternidade pública do município do Rio de Janeiro, apontam a falta de associação entre a DVA e a condição sociodemográfica. Esta constatação aponta para o baixo consumo de vitamina A como fator determinante da carência e o aumento da ingestão de alimentos fonte como uma importante estratégia no combate à carência no grupo materno-infantil22.

Além disso, a cegueira noturna (XN) é reconhecida como um instrumento importante para a predição do risco de morbimortalidade no grupo materno-infantil, sendo considerada um marcador da gestação de risco25. Deste modo, os autores acreditam que o maior número de consultas facilitou o diagnóstico e a intervenção, uma vez que a unidade de saúde estudada também é pioneira na investigação da XN gestacional13.

É importante ressaltar que a entrevista proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigação da XN gestacional foi validada por um estudo pioneiro na utilização deste indicador para gestantes na América Latina, segundo o indicador bioquímico (retinol sérico materno), no qual 46,2% dos casos foram observados em mulheres com níveis de retinol sérico menor que 1,05 µmol/L e, dessas, 38,5% apresentaram níveis entre 0,70 e 1,05 µmol/L, sugerindo que o indicador funcional pode ser útil para diagnosticar os casos de DVA ainda no estágio subclínico da deficiência13. Portanto, recomenda-se a incorporação desta na assistência nutricional pré-natal, a fim de diagnosticar precocemente e minimizar o impacto da DVA na díade mãe-filho.

Em estudo realizado na Tanzânia, Wedner et al.26 identificaram a XN como um pobre marcador da DVA em sua população, contrariando a maioria dos achados. Trata-se de um trabalho caso-controle, que não utilizou o ponto de corte para deficiência subclínica (<1,05 µmol/L), apontado por vários autores como o limite para apresentação de sinais de deficiência marginal de vitamina A em pré-escolares, gestantes e puérperas13,22,24,25. Deste modo, os casos de XN relatados pela entrevista podem ter sido subestimados, refletindo na sua associação com o indicador bioquímico.

É unânime a associação entre o inadequado estado antropométrico pré-gestacional de baixo peso com o BPN. Em estudo nos Estados Unidos, cujo objetivo foi descrever a proporção de crianças com BPN, concluiu-se que o IMC materno apropriado à concepção, seguido por um adequado ganho de peso durante a gestação, pode ter uma substancial influência na redução do risco de BPN27. A associação entre o IMC pré-gestacional de baixo peso com BPN foi expressivamente demonstrada nesta casuística. A literatura é consensual ao reconhecer a influência do estado nutricional materno pré-gestacional e gestacional no resultado obstétrico, sobretudo no peso ao nascer, que é considerado um importante indicador do crescimento e desenvolvimento infantil28.

Evidências ressaltam que o peso ao nascer é o fator isolado de maior impacto na determinação da sobrevivência infantil, sendo o BPN preditor de maior vulnerabilidade de complicações clínico-nutricionais no período neonatal, aumentando os índices de mortalidade nos primeiros anos de vida. Entretanto, diversos achados também demonstram que o BPN está associado à maior incidência de doenças cardiovasculares e desordens metabólicas, trazendo repercussões para o desenvolvimento das doenças crônico-degenerativas na vida adulta28.

Yekta et al.29 sugerem que desvios no ganho ponderal materno, assim como IMC pré-gestacional inadequado, atuam como marcadores do peso do recém-nascido. Nesse mesmo estudo, os autores reconhecem a importância do acompanhamento da evolução ponderal durante o pré-natal, visando a um melhor resultado obstétrico. As metas a serem priorizadas são a identificação das gestantes em risco nutricional e a proposta do aconselhamento nutricional.

Apesar de as gestantes obesas e com sobrepeso apresentarem média de ganho de peso inferior as eutróficas, estas gestantes obtiveram ganho ponderal médio acima do recomendado, segundo o IMC pré-gestacional, o que também reforça os dados da literatura6,14. É difícil determinar os fatores associados à variação do ganho ponderal na gestação entre as diferentes classificações do estado nutricional, uma vez que poucos estudos abordam a relação do estado nutricional pré-gestacional e ganho de peso na gestação30,31.

Estes achados reforçam a importância da avaliação nutricional pré-concepcional, não somente com enfoque nos desvios ponderais, mas no combate às carências nutricionais específicas.

A expressiva quantidade de mulheres com desvio ponderal pré-gestacional reforça a importância de serem instituídas ações específicas que promovam o estilo de vida saudável, destacando-se a orientação nutricional que favoreça o estado nutricional adequado e minimize os riscos de intercorrências maternas e do recém-nascido.

Recebido: 23/07/2007

Aceito com modificações: 23/10/2007

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Trabalho realizado na Maternidade Escola (ME) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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  • Correspondência:

    Patricia de Carvalho Padilha
    Rua Gramado, 475, bloco C, apto. 202 – Campo Grande
    CEP 23050-090 – Rio de Janeiro/RJ
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      09 Jan 2008
    • Data do Fascículo
      Out 2007

    Histórico

    • Aceito
      23 Out 2007
    • Recebido
      23 Jul 2007
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