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Colpopexia sacroespinhal: análise de sua aplicação em portadoras de prolapso uterovaginal e de cúpula vaginal pós-histerectomia

Sacrospinal colpopexy: analysis of its application to patients with uterovaginal and vaginal dome prolapse after hysterectomy

RESUMO DE TESE

Colpopexia sacroespinhal: análise de sua aplicação em portadoras de prolapso uterovaginal e de cúpula vaginal pós-histerectomia

Sacrospinal colpopexy: analysis of its application to patients with uterovaginal and vaginal dome prolapse after hysterectomy

Autor: Octacílio Figueirêdo Netto

Orientador: Prof. Dr. José Rafael Macéa

Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, para obtenção do Título de Doutor em Medicina, em 19 de Dezembro de 2003

OBJETIVO: desenvolveu-se uma variante técnica de colpopexia sacroespinhal para tratamento cirúrgico do prolapso de cúpula pós-histerectomia, e também como medida adjuvante nos casos de prolapso uterovaginal total, visando facilitar o procedimento e estimular sua maior utilização no nosso meio.

METODOS: quarenta e seis pacientes foram operadas e acompanhadas por um período de 12 a 44 meses, com média de 32 meses. Vinte e três pacientes apresentavam prolapso de cúpula vaginal (grupo A), e 23 eram portadoras de prolapso uterovaginal total (grupo B). Os resultados obtidos em ambos os grupos foram comparados. O método utilizado obedece a princípios anatômicos bem definidos, e difere da técnica original pelo emprego de um porta-agulha curvo orientado de cima para baixo para transfixar o ligamento sacro espinhal direito com suturas sob visão direta, aproximadamente 2 cm medialmente à espinha isquiática, minimizando assim o risco de lesão dos vasos e nervo pudendo, principal fator que tem limitado a popularização da colpopexia sacroespinhal no nosso meio.

RESULTADOS: a média de idade das pacientes foi de 67,0 anos no grupo A e 67,5 anos no grupo B (p > 0,05). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto à paridade e incidência de obesidade. Oito pacientes do grupo A (34,7%) já haviam sido submetidas à cirurgia para correção do problema, sem sucesso. Doze das 46 cirurgias (26,0%) foram realizadas por residentes sob supervisão do autor. Observou-se diferença significativa entre as médias de duração da cirurgia entre os grupos (grupo A: 90,0 min.; grupo B: 119,5 min.; p < 0,05). Ocorreram 3 transfusões sanguíneas, uma no grupo A e duas no grupo B, não havendo lesões vesicais, retais, ureterais ou óbitos em nenhum dos grupos. A incidência e tipo de complicação pós-operatória foi semelhante nos dois grupos estudados. Não foi verificada associação entre idade, obesidade ou cirurgias realizadas por residentes e a incidência de complicações intra e pós-operatórias. O comprimento vaginal médio após a operação foi de 7,6 cm nas pacientes do grupo A, e de 7,3 cm nas do grupo B (p > 0,05). O resultado anatômico dos compartimentos vaginais apical, anterior e posterior foi satisfatório em mais de 90% das pacientes de ambos os grupos. O resultado funcional também foi semelhante entre os grupos, sendo que das pacientes com vida sexual ativa, apenas uma (7,7%) do grupo A e duas (13,3%) do grupo B queixaram-se de dispareunia após a cirurgia. Não foi verificada associação entre idade, paridade, obesidade ou cirurgias realizadas por residentes e os resultados anatomofuncionais.

CONCLUSÃO: a análise dos dados obtidos demonstra que esta variante de colpopexia sacroespinhal é tecnicamente simples, reprodutível, segura e eficaz, fornecendo resultados semelhantes nos dois grupos de pacientes estudadas.

Palavras-chave: Prolapso genital. Colpopexia. Histerectomia. Cirurgia: complicações.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Maio 2004
  • Data do Fascículo
    Mar 2004
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