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Hipertensão arterial experimental e prenhez em ratas: repercussões no peso da placenta e no índice placentário

Experimental hypertension and pregnancy in rats: repercussion regarding placental weight and placental index

Resumos

Objetivo: estudar as repercussões da hipertensão sobre o peso da placenta e índice placentário. Métodos: foram utilizadas 82 ratas virgens da linhagem Wistar em idade de reprodução. Após a indução da hipertensão arterial experimental (Modelo Goldblatt I -- 1 rim-1 clipe) as ratas foram sorteadas para compor os 4 grandes grupos experimentais (controle, manipulação, nefrectomia e hipertensão). A seguir, as ratas foram distribuídas por sorteio em 8 subgrupos, sendo quatro prenhes (P) e quatro não-prenhes. Após acasalamento, dos quatro grupos prenhes obtivemos com o nascimento dos recém-nascidos (RN) os seguintes grupos: RN-C, RN-M, RN-N e RN-H, respectivamente, controle, manipulação, nefrectomizado e hipertenso. Resultados: quanto ao peso da placenta, o do grupo RN-C (<IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif"> = 0,58 ± 0,12) foi estatisticamente maior que o de todos os demais grupos. Por outro lado, verifica-se que o peso das placentas provenientes do grupo RN-M (<IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif"> = 0,51 ± 0,05) foi maior que o dos grupos RN-N (<IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif"> = 0,45 ± 0,07) e RN-H (<IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif"> = 0,42 ± 0,04), os quais não diferiram entre si. Os índices placentários dos grupos P-C (Md = 0,1085) e P-M (Md = 0,1110) não diferiram entre si, mas foram menores que os dos grupos P-N (Md = 0,1175) e P-H (Md = 0,1211), os quais também não diferiram entre si. Conclusões: a hipertensão e a nefrectomia unilateral determinaram redução do peso das placentas e aumento do índice placentário, evidenciando repercussões no desenvolvimento placentário e fetal.

Hipertensão e gravidez; Hipertensão, alterações placentárias; Hipertensão experimental em ratas


Purpose: to study the repercussion regarding placental weight and placental index determined by induced experimental hypertension in rats. Methods: a total of 82 rats in reproductive age were used. They were randomly assigned to 4 different groups (control, handled, nephrectomy and hypertension) and renal hypertension was produced by a controlled constriction of the main left renal artery, according to the technique described by Goldblatt, and contralateral nephrectomy (Goldblatt I one kidney--one clip model). Furthermore, they were distributed into non-pregnant groups and pregnant (P) groups. From the pregnant groups, the following newborn groups were obtained: RN-C (control -- newborn group from the pregnant rats without surgical treatment), RN-M (manipulation -- newborn group from the pregnant rats with surgical manipulation), RN-N (nephrectomy -- newborn group from the pregnant rats with nephrectomy) and RN-H (hypertension -- newborn group from pregnant rats with hypertension). Results: the RN-C newborn group (<IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif"> = 0.58 ± 0,12) showed placental weight higher than the other three groups (RN-M: <IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif" > or = 0.51 ± 0.05; RN-N: <IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif" > or = 0.45 ± 0.07 and RN-H: <IMG SRC="http:/img/fbpe/rbgo/v23n2/06151s1.gif" > or = 0.42 ± 0.04). On the other hand, it was possible to observe that the placental weight of the RN-M was higher than that of RN-N and RN-H, respectively, but no difference was observed between the RN-N and RN-H groups. The placental index showed no difference between P-C (Md = 0.1085) and P-M (Md = 0.1110), and also between P-N (0.1175) and P-H (0.1211), but it was observed that the placental indexes of P-C and P-M were smaller that those of P-N and P-H. Conclusion: unilateral nephrectomy and hypertension determined a reduction in placental weight and an increase in the placental index, showing a repercussion regarding placental and fetal development.

Hypertension and pregnancy; Hypertension, placental disorders; Experimental hypertension in rats


Trabalhos Originais

Hipertensão Arterial Experimental e Prenhez em Ratas: Repercussões no Peso da Placenta e no Índice Placentário

Experimental Hypertension and Pregnancy in Rats: Repercussion Regarding Placental Weight and Placental index

Rogério Dias1 1 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP 2 Departamento de Urologia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP Correspondência: Rogério Dias Departamento de Ginecologia e Obstetrícia Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Caixa Postal 530 18618-970 - Botucatu - SP Este trabalho foi parcialmente financiado pelo CNPq - Processo nº 300388/98-9 , Marilza Vieira Cunha Rudge1 1 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP 2 Departamento de Urologia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP Correspondência: Rogério Dias Departamento de Ginecologia e Obstetrícia Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Caixa Postal 530 18618-970 - Botucatu - SP Este trabalho foi parcialmente financiado pelo CNPq - Processo nº 300388/98-9 , José Carlos Souza Trindade2 1 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP 2 Departamento de Urologia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP Correspondência: Rogério Dias Departamento de Ginecologia e Obstetrícia Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Caixa Postal 530 18618-970 - Botucatu - SP Este trabalho foi parcialmente financiado pelo CNPq - Processo nº 300388/98-9

RESUMO

Objetivo: estudar as repercussões da hipertensão sobre o peso da placenta e índice placentário.

Métodos: foram utilizadas 82 ratas virgens da linhagem Wistar em idade de reprodução. Após a indução da hipertensão arterial experimental (Modelo Goldblatt I ¾ 1 rim-1 clipe) as ratas foram sorteadas para compor os 4 grandes grupos experimentais (controle, manipulação, nefrectomia e hipertensão). A seguir, as ratas foram distribuídas por sorteio em 8 subgrupos, sendo quatro prenhes (P) e quatro não-prenhes. Após acasalamento, dos quatro grupos prenhes obtivemos com o nascimento dos recém-nascidos (RN) os seguintes grupos: RN-C, RN-M, RN-N e RN-H, respectivamente, controle, manipulação, nefrectomizado e hipertenso.

Resultados: quanto ao peso da placenta, o do grupo RN-C ( = 0,58 ± 0,12) foi estatisticamente maior que o de todos os demais grupos. Por outro lado, verifica-se que o peso das placentas provenientes do grupo RN-M ( = 0,51 ± 0,05) foi maior que o dos grupos RN-N ( = 0,45 ± 0,07) e RN-H ( = 0,42 ± 0,04), os quais não diferiram entre si. Os índices placentários dos grupos P-C (Md = 0,1085) e P-M (Md = 0,1110) não diferiram entre si, mas foram menores que os dos grupos P-N (Md = 0,1175) e P-H (Md = 0,1211), os quais também não diferiram entre si.

Conclusões: a hipertensão e a nefrectomia unilateral determinaram redução do peso das placentas e aumento do índice placentário, evidenciando repercussões no desenvolvimento placentário e fetal.

PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão e gravidez. Hipertensão, alterações placentárias. Hipertensão experimental em ratas.

Introdução

As dificuldades que envolvem o conhecimento da fisiologia placentária e de suas modificações têm impedido a compreensão do verdadeiro mecanismo pelo qual, em determinados quadros hipertensivos, podem ocorrer distúrbios danosos ao concepto1,2. Há algum tempo, tornou-se bem definido que a desnutrição materna leva a um retardo do crescimento fetal, em contraposição ao conceito, que por muito tempo predominou, de que o feto é um parasita materno.

A placenta que se acreditava ser um filtro, utiliza-se, na realidade, de uma série de mecanismos para a transferência de nutrientes do sangue materno para o feto1,3.

A placenta representa importante papel na relação de nutrientes, que são transferidos da circulação materna para a fetal. Tem, por exemplo, a capacidade de relacionar os aminoácidos, visto que as proteínas não atravessam a barreira placentária.

Vários autores já observaram que diversos fatores, tais como hipertensão, desnutrição materna, infecção intra-uterina e fumo, prejudicam o desenvolvimento placentário, determinando placentas pequenas e com baixo conteúdo de DNA, RNA e proteínas1,2,4-7.

A estas constatações, soma-se o fato de a hipertensão materna provocar diminuição do fluxo sangüíneo placentário, com redução na transferência de nutrientes específicos como glicose e aminoácidos. Essa condição resulta em baixo peso fetal e placentário1,6,8-10.

O estudo da placenta é importante, pois este órgão se interpõe entre as circulações materna e fetal; vem, ainda, elucidar os distúrbios referentes ao desenvolvimento fetal na gestação complicada pela hipertensão.

Entretanto, o papel deste órgão no controle geral do crescimento fetal ainda é pouco conhecido1,6,11.

A partir destas considerações objetivamos, no presente estudo, verificar a repercussão da hipertensão induzida experimental sobre a prenhez em relação ao peso da placenta e o índice placentário.

Material e Métodos

Foram utilizadas 82 ratas virgens, Wistar, em idade de reprodução, que foram colocadas em gaiolas individuais, com temperatura ambiente entre 22º e 25ºC, recebendo água e ração normal para animais de laboratório (Batavo®) ad libitum.

Após a indução da hipertensão arterial experimental as ratas foram distribuídas, por sorteio, em quatro grandes grupos experimentais: controle (1), manipulação (2), nefrectomia (3) e hipertensão (4).

A seguir, as ratas foram novamente sorteadas para compor os subgrupos prenhe (P) e não-prenhe (NP), constituindo desta forma 8 grupos experimentais: quatro prenhes e quatro não-prenhes (Tabela 1).

No período de acasalamento as ratas dos grupos prenhes foram acasaladas e a prenhez diagnosticada pela análise microscópica do esfregaço vaginal. A presença de espermatozóide caracterizou o "dia zero" da prenhez. No período de prenhez, os animais permaneceram em gaiolas individuais.

Com o nascimento dos recém-nascidos provenientes dos respectivos grupos prenhes, obtivemos os seguintes grupos: RN P-1, RN P-2, RN P-3 e RN P-4 respectivamente, controle, manipulação, nefrectomizado e hipertenso.

Utilizamos os seguintes métodos estatisticos: análise de variância paramétrica12, análise de variância não-paramétrica e teste de Kruskal¾Wallis13.

Resultados

A Figura 1 evidencia as médias (), desvios-padrão (DP), coeficientes de variação (CV) e tamanho amostral (n) do peso da placenta dos recém-nascidos provindos de ratas sem tratamento cirúrgico ¾ grupo controle (RN-C), com manipulação cirúrgica (RN-M), com nefrectomia (RN-N) e com hipertensão (RN-H). Pela análise estatística Fcalc = 10,27*, Fcrit = 2,86, a = 0,05 observamos que mRNC > mRN-M > (mRN-N = mRN-H) ou seja os grupos RN-N e RN-H não diferiram entre si e apresentaram os menores pesos de placenta em relação ao grupo controle RN-C.


Na Tabela 2 observamos a mediana (Md) e tamanho amostral (n) dos valores dos índices placentários em gramas correspondentes aos recém-nascidos e placentas dos 4 grupos experimentais de ratas P-C, P-M, P-N e P-H. Pela análise estatística calculada (H) observamos que os grupos diferiram da seguinte maneira: (P-C = P-M) < (P-N = P-H), ou seja os maiores índices placentários foram apresentados pelos grupos nefrectomizado e hipertenso.

A Figura 2 evidencia as médias (), desvios-padrão (DP), coeficientes de variação (CV) e tamanho amostral (n) do peso corpóreo dos recém-nascidos provindos de ratas sem tratamento cirúrgico ¾ grupo controle (RN-C), com manipulação cirúrgica (RN-M), com nefrectomia (RN-N) e com hipertensão (RN-H). Pela análise estatística Fcalc = 37,81*, Fcrit = 2,86, a = 0,05 observamos que (µRN-C = µRN-M) > µRN-N > µRN-H, ou seja, os grupos RN-N e RN-H apresentaram os menores pesos corpóreos em relação ao grupo controle RN-C.


Discussão

O papel da placenta no controle geral do crescimento fetal ainda é pouco conhecido1,14,15.

Este fato constitui uma lacuna importante em nossos conhecimentos, porque provavelmente a placenta, juntamente com o coração do feto, é órgão muito importante durante a vida intra-uterina. A placenta desempenha, entre outras, a função de respiração, de excreção, de hematopoese e ainda tem a função de produzir hormônios, todas diretamente relacionadas com a nutrição fetal e destinadas a preparar o feto para a vida extra-uterina1,14.

Vários autores observaram redução no peso placentário, tanto na espécie humana como em outros animais, devida a diversas causas: insuficiência placentária, infecção intra-uterina, fumo, desnutrição materna, etc.2,6,7,16. A idéia de que se poderia avaliar a função placentária através do seu peso foi sugerida por Barcroft17. Esse autor referiu que a capacidade da placenta em transferir nutrientes e oxigênio é proporcional a seu tamanho, fator este que explicaria a correlação entre peso placentário e peso fetal.

Atualmente, sabe-se que o grau de transferência de vários elementos difusíveis não é função apenas do tamanho da placenta, embora ainda prevaleça a importância desse parâmetro para avaliação do crescimento fetal2,6.

No presente estudo observa-se que o peso da placenta do grupo controle RN P-1 é estatisticamente maior que o de todos os demais grupos. Por outro lado, verifica-se que a média dos pesos das placentas provenientes do grupo manipulado foi maior que a dos grupos nefrectomizado e hipertenso, as quais não diferem estatisticamente entre si (Tabela 1 e Figura 1).

Entretanto, deve-se ressaltar que a repercussão foi maior nas placentas dos grupos nefrectomizados e hipertensos. Essas observações evidenciam que discretas alterações metabólicas ou de outra natureza são suficientes para determinar repercussões no peso da placenta, que indiretamente podem refletir alteração de fisiologia placentária.

Vários autores observaram que a hipertensão leva à redução do fluxo sangüíneo placentário e a desnutrição fetal e, consequentemente, ao baixo peso fetal e placentário6,18,19. Entretanto, Karlsson et al.8, em estudo experimental com ratas grávidas tornadas hipertensas pela técnica de Goldblatt I, observaram redução de fluxo sangüíneo miometrial e placentário nesses animais, porém, não constataram diminuição do peso placentário.

Nossos dados estão em desacordo com os de Karlsson et al.8, porém concordes com os de Nitzan et al.4 que, estudando o efeito da hipertensão induzida por nefrectomia subtotal em ratas prenhes, observaram que o peso placentário das ratas hipertensas era menor quando comparado com o grupo controle normal. Wigglesworth10, produzindo insuficiência vascular causada por ligadura de artéria uterina em um dos cornos do útero de rata, e sendo o outro utilizado como controle, observou correlação entre retardo de crescimento placentário e o de outros orgãos fetais.

Cibils14 observou, em humanos, que as placentas de mães hipertensas eram significativamente menores em tamanho e peso quando comparadas as de mães normais, sugerindo que o processo patológico interfere no crescimento normal da placenta.

As placentas humanas de recém-nascidos com baixo peso para a idade gestacional apresentaram alta incidência de alterações circulatórias, entre as quais o enfarte e essas alterações se-riam responsáveis pelo baixo peso do recém-nascido1,20. Entretanto, outros autores admitem que a placenta apresenta grande reserva funcional e apenas enfartes superiores a 10% da área placentária determinariam redução no suprimento fetal e, conseqüentemente desnutrição fetal e baixo peso placentário1,21.

Tem sido demonstrada que, ao nascimento, há uma correlação positiva entre o peso placentário e peso fetal, mas a base fisiológica desta correlação ainda está obscura22. Até o momento não se tem um método para avaliar o crescimento intra-uterino da placenta no evoluir da gestação1,6,23. Entretanto, alguns autores relatam que o crescimento placentário pode ser acompanhado por meio de parâmetros como DNA, RNA e proteínas e da enzima ribonuclease (RNase) presente no núcleo e citoplasma das células2,7.

Entretanto, o índice placentário (relação peso placenta/peso do feto) é usado com padrão de função placentária1,23,24,25.

Os valores dos índices placentários dos 4 grupos experimentais em estudo mostram que os grupos controle e manipulação não diferem estatisticamente entre si. Por outro lado, esses dois grupos apresentam índices placentários estatisticamente menores do que os grupos nefrectomizado e hipertensão, os quais também não diferem estatisticamente entre si.

Verifica-se estes últimos grupos apresentaram os maiores índices placentários, o que traduz uma maior repercussão da nefrectomia e da hipertensão no desenvolvimento placentário fetal. Entretanto, se confrontarmos os gráficos dos pesos placentários e dos pesos fetais observamos que foi o peso fetal o fator determinante do maior índice placentário, tanto no grupo nefrectomizado com no grupo hipertenso.

Nas condições de nosso trabalho e com base nos resultados obtidos, podemos concluir que a hipertensão e a nefrectomia unilateral determinaram redução do peso das placentas e aumento do índice placentário, evidenciando repercussões no desenvolvimento placentário e fetal.

SUMMARY

Purpose: to study the repercussion regarding placental weight and placental index determined by induced experimental hypertension in rats.

Methods: a total of 82 rats in reproductive age were used. They were randomly assigned to 4 different groups (control, handled, nephrectomy and hypertension) and renal hypertension was produced by a controlled constriction of the main left renal artery, according to the technique described by Goldblatt, and contralateral nephrectomy (Goldblatt I one kidney¾one clip model). Furthermore, they were distributed into non-pregnant groups and pregnant (P) groups. From the pregnant groups, the following newborn groups were obtained: RN-C (control ¾ newborn group from the pregnant rats without surgical treatment), RN-M (manipulation ¾ newborn group from the pregnant rats with surgical manipulation), RN-N (nephrectomy ¾ newborn group from the pregnant rats with nephrectomy) and RN-H (hypertension ¾ newborn group from pregnant rats with hypertension).

Results: the RN-C newborn group ( = 0.58 ± 0,12) showed placental weight higher than the other three groups (RN-M: = 0.51 ± 0.05; RN-N: = 0.45 ± 0.07 and RN-H: = 0.42 ± 0.04). On the other hand, it was possible to observe that the placental weight of the RN-M was higher than that of RN-N and RN-H, respectively, but no difference was observed between the RN-N and RN-H groups. The placental index showed no difference between P-C (Md = 0.1085) and P-M (Md = 0.1110), and also between P-N (0.1175) and P-H (0.1211), but it was observed that the placental indexes of P-C and P-M were smaller that those of P-N and P-H.

Conclusion: unilateral nephrectomy and hypertension determined a reduction in placental weight and an increase in the placental index, showing a repercussion regarding placental and fetal development.

KEY WORDS: Hypertension and pregnancy. Hypertension, placental disorders. Experimental hypertension in rats.

Referências

Trabalho realizado no Laboratório de Investigação Experimental do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP

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  • 1
    Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP
    2
    Departamento de Urologia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP
    Correspondência:
    Rogério Dias
    Departamento de Ginecologia e Obstetrícia
    Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP
    Caixa Postal 530
    18618-970 - Botucatu - SP
    Este trabalho foi parcialmente financiado pelo CNPq - Processo nº 300388/98-9
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Jun 2003
    • Data do Fascículo
      Mar 2001
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