Acessibilidade / Reportar erro

Interesse e práticas relacionadas à oncologia ginecológica entre os membros da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Resumo

Objetivo

Opresente estudotemcomo objetivo obter informações demográficas básicas, o nível de interesse e de treinamento em ginecologia oncológica entre obstetras e ginecologistas (OB-GYNs) brasileiros para criar um perfil destes profissionais.

Métodos

Umquestionário online foi enviado a 16.008 ginecologistas filiados à Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Nós consideramos ginecologistas dedicados à oncologia ginecológica (OB-GYNsONCO) aqueles que referiram atuar em > 50% de sua prática diária com o tratamento do câncer feminino.

Resultados

Um total de 1.608 (10%) dos 16.008 membros da FEBRASGO responderam ao questionário. Os OB-GYNs estão concentrados nos estados do sul e sudeste do Brasil. A oncologia ginecológica foi considerada a 8ª área de maior interesse em ginecologia entre os OB-GYNs. Um total de 95 (5,9%) dos OB-GYNs foram considerados ginecologistas dedicados à oncologia ginecológica (OB-GYNs ONCO). Obstetras e ginecologistas estão ativamente envolvidos no tratamento do câncer: > 60% deles dedicam até 25% de sua prática diária à oncologia. O papel dosmédicos na triageme na prevenção, no diagnóstico, no tratamento de lesões pré-cancerosas e em procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade é notavelmente alto. Ginecologistas dedicados à oncologia ginecológica no Brasil têm umperíodo de treinamento emoncologia ginecológica heterogêneo, não padronizado e curto. Estes profissionais tiveram um papel mais significativo na realização de operações de média e alta complexidade em comparação com OB-GYNs (65,2% versus 34%, e 47,3% versus 8,4%, respectivamente).

Conclusão

Os papéis dos OB-GYN e dos OB-GYNs ONCO parecem ser complementares. Os OB-GYNs frequentemente atuam emtriageme prevenção e em procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade, enquanto os OB-GYNs ONCO estão mais envolvidos em casos demais alta complexidade. Estratégias para elevar os padrões de treinamento em oncoginecologia e incentivar o reconhecimento da oncologia ginecológica como uma subespecialidade devem ser adotadas no Brasil.

Descritores:
ginecologia; mulheres - doenças; oncologia; câncer - cirurgia; ginecologistas; obstetras

Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: editorial.office@febrasgo.org.br