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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 33, Número: 11, Publicado: 2011
  • A mulher e o uso de álcool Editorial

    Mendes, Maria Célia; Cunha, José Renato Ferreira da; Nogueira, Antônio Alberto
  • Prevalência da infecção por Chlamydia Trachomatis e Neisseria Gonorrhoea em mulheres jovens sexualmente ativas em uma cidade do Sul do Brasil Artigos Originais

    Piazzetta, Regina Celi Passagnolo Sérgio; Carvalho, Newton Sérgio de; Andrade, Rosires Pereira de; Piazzetta, Giovana; Piazzetta, Silvia Regina; Carneiro, Rosangela

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: conhecer a prevalência da clamídia e da gonorreia numa amostra de mulheres da cidade de Curitiba. MÉTODOS: estudo transversal com mulheres sexualmente ativas entre 16 e 23 anos, útero intacto, não gestantes, com até quatro parceiros sexuais, sem evidência de cervicite purulenta ou febre e que foram submetidas a exame pélvico e avaliadas pelo método PCR em amostra de urina para clamídia e gonorreia. Os critérios de exclusão foram: vacinação para o HPV, história de vacinação nos últimos 21 dias, citologia oncótica anterior anormal, história de verrugas genitais, esplenectomia, distúrbios imunológicos e uso de imunossupressores. Foi aplicada entrevista contendo dados sociodemográficos, gineco-obstétricos e de comportamento de risco para doença sexualmente transmissível. Para a análise estatística, utilizou-se o teste do c2 ou o teste exato de Fisher para avaliar a associação entre as variáveis. RESULTADOS: a prevalência da infecção por clamídia e gonorreia no grupo estudado foi de 10,7 e 1,5%, respectivamente, sendo a taxa de coinfecção de 0,9%. Não foi encontrada correlação entre as faixas de idade das voluntárias, a idade de início da atividade sexual, o número de parceiros sexuais e o número de novos parceiros sexuais nos últimos seis meses, com a presença de clamídia ou gonorreia. As mulheres que apresentavam corrimento ou ectrópio tiveram uma prevalência de infecção por clamídia duas vezes mais alta do que aquelas que não apresentavam esses sinais. CONCLUSÕES: os resultados foram similares aos estudos nacionais, utilizando PCR em amostra de urina para detecção de clamídia e gonorreia, com amostras de mulheres não gestantes nas mesmas faixas de idade e com os mesmos antecedentes. Por terem sido excluídas as voluntárias com mais de quatro parceiros sexuais e aquelas que apresentavam endocervicite purulenta, acredita-se que a prevalência da infecção pela clamídia e gonorreia poderia ter sido maior na população estudada.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to determine the prevalence of Chlamydia and gonorrhea in a sample of women from Curitiba. METHODS: this was a cross-sectional study with a sample of sexually active non-pregnant women aged between 16 and 23 years-old, with an intact uterus, with up to four sexual partners, without evidence of fever or purulent cervicitis, submitted to pelvic examination and PCR-based urine- testing for Chlamydia and gonorrhea. Exclusion criteria included: vaccination for HPV, vaccination history for the past 21 days, previous abnormal cytology, history of genital warts, splenectomy, immune disorders, and use of immunosuppressive drugs. An interview regarding sociodemographic and obstetric data and gynecological risk behavior for sexual transmitted diseases was applied. For statistical analysis, we used the c2 or Fisher’s exact test to assess the association between variables. RESULTS: the prevalence of Chlamydia and gonorrhea infection in the study group was 10.7 and 1.5%, respectively, and the rate of coinfection was 0.9%. No correlation was found between the age range of the volunteers, the onset of sexual activity, the number of sexual partners and of new sexual partners in the last six months, and the presence of Chlamydia or gonorrhea. In women who had vaginal discharge or ectropion, the prevalence of Chlamydia infection was two times higher than in those without such signs. CONCLUSIONS: the results of this study were similar to national studies using PCR in urine samples for the detection of Chlamydia and gonorrhea in samples of non-pregnant women of the same age groups and with the same background. Since the volunteers with more than four sexual partners and those who had purulent endocervicitis were excluded, it is believed that the prevalence of Chlamydia and gonorrhea infection could have been greater in this population.
  • Lesões cervicais intraepiteliais de alto grau: avaliação dos fatores determinantes de evolução desfavorável após conização Artigos Originais

    Fonseca, Fernanda Villar; Tomasich, Flávio Daniel Saavedra; Jung, Juliana Elizabeth

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar os fatores determinantes de evolução desfavorável da neoplasia intraepitelial cervical (NIC), tratada por conização. MÉTODOS: Foi feito um estudo retrospectivo com acompanhamento de pacientes, com diagnóstico cito-histológico de NIC, tratadas por conização (técnica clássica e cirurgia de alta frequência), no período de janeiro de 1999 a janeiro de 2006. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Estudo (evolução desfavorável: persistência, recorrência ou progressão da lesão) e Controle (cura clínica, amostra aleatória dentro do grupo conizado), num seguimento mínimo de 18 meses. Foram feitas análises estatísticas uni e bivariada das variáveis, usando-se teste das proporções (teste do c2 ou teste exato de Fischer) e considerando-se valor p£0,05. RESULTADOS: Quarenta e oito pacientes apresentaram recorrência ou progressão da doença (grupo estudo) e 65 apresentaram cura clínica (grupo controle). A idade e a paridade foram semelhantes nos dois grupos, conforme média e desvio padrão calculados. Não houve diferença entre os grupos quanto ao hábito de fumar e ao método anticoncepcional utilizado. O percentual de recorrência nessa amostra foi de 14,6%. Somente margens excisionais comprometidas por lesão foram preditoras de recorrência/progressão da doença (p<0,001). A técnica de conização, o cirurgião, o grau da NIC, a presença de extensão glandular e o volume de colo uterino retirados não foram determinantes de evolução desfavorável da doença, após o tratamento cirúrgico, nesta amostra. CONCLUSÃO: A recidiva/persistência ou progressão de NIC2 e 3, pós-tratamento cirúrgico por conização, foi relacionada apenas à margens excisionais comprometidas do produto de conização.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the ability of various factors related to the conization process in cytological/histological cervical intraepithelial neoplasias (CIN), after therapeutic conization. METHODS: A retrospective review was conducted of patients who had undergone conization due to CIN 2 and 3, from January 1999 to January 2006. They were divided into two groups: case group (residual disease or recurrence) and control group (without residual disease or recurrence), during 18 months of follow up. Univariate and multivariate analysis were used to define the predictive factors of disease recurrence. The c2 test or Fisher exact test was used for statistical analysis, with the level of significance set at p£0.05. RESULTS: Forty-eight patients showed recurrence/progression of CIN (case group) and 65 showed no recurrence/progression of disease (control group). Age and parity were similar in the two groups, as determined by calculation of the mean and standard deviation. There was no difference in smoking habits or in the use of contraceptive methods. The recurrence rate was 14.6%. Only conization positive margins were predictors of recurrence/progression (p<0.001). The conization techinique, the surgeon, CIN grade, gland involvement, and size of the uterine volume removed were not related to the evolution of disease after surgery. CONCLUSION: The recurrence of CIN 2 and 3 was related to positive margins in the product of conization.
  • Estimulação ovariana controlada e inseminação intrauterina: uma terapia atual? Artigos Originais

    Almeida, Joana Palmira Martins; Pinelo, Sueli; Serra, Helena; Barbosa, António; Felgueira, Eduarda; Pires, Ilda; Tavares, Angelina

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar a taxa de gravidez na inseminação intrauterina (IIU), aferindo eventuais fatores prognósticos de sucesso. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de ciclos de IIU ocorridos de janeiro de 2007 a julho de 2010 em uma Unidade de Medicina da Reprodução do Hospital Vila Nova de Gaia. Os ciclos foram precedidos por estimulação ovárica controlada e monitorizada por ecografia endovaginal. Avaliou-se a taxa de gravidez em função da idade da mulher, tipo e duração da infertilidade, motilidade no espermograma, número de folículos e fármaco usado na estimulação ovárica. A análise estatística foi efetuada com o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 17), com um nível de significância 5% (p<0,05). RESULTADOS: O estudo integrou 139 casais submetidos a 220 ciclos de IIU. A taxa global de gravidez por ciclo foi de 18,6% e, das 41 grávidas, 5 foram gemelares (12,1%). Ocorreu maior taxa de gravidez abaixo dos 30 anos (28,5 vs 15,7%; p=0,02), duração de infertilidade <3 anos (23,8 vs 13,9%; p=0.05), espermograma sem alterações da motilidade (23,2 vs 10,3%; p=0,01) e na presença de dois folículos no momento da ovulação face ao desenvolvimento monofolicular (27,7 vs 14,2%; p=0,030). As taxas gravídicas com citrato de clomifeno, gonadotrofinas e a sua associação foram de 13,0, 26,1 e 28,6%, respectivamente, com diferença significativa na taxa de gravidez clínica entre citrato de clomifeno e gonadotrofinas. CONCLUSÕES: A IIU mantém-se como um natural ponto de partida para casais convenientemente selecionados. Idades mais jovens, menor duração da infertilidade e espermograma sem alterações na motilidade constituem fatores de bom prognóstico e a estimulação com gonadotrofinas contribui para melhoria da taxa de gravidez.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the pregnancy rate in intrauterine insemination (IUI), and to determine possible prognostic factors of successful pregnancy. METHODS: A retrospective study of IUI cycles performed in the Reproductive Medicine Unit of Vila Nova de Gaia Hospital, between January 2007 and July 2010. The IUI cycles were preceded by ovarian stimulation and monitored by vaginal ultrasound. Clinical pregnancy rates were analyzed according to the woman’s age, type and duration of infertility, spermatozoa parameters assessed in the spermogram, number of mature follicles and the drug used for ovarian stimulation. Statistical analysis was performed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS17), with the level of significance set at p<0.05. RESULTS: The study comprised 139 couples who underwent 220 IUI cycles. The absolute pregnancy rate per cycle was 18.6%. Of the 41 clinical pregnancies, 5 were twin pregnancies (12.1%). The pregnancy rate was higher at ages <30 years (28.5 vs 15.7%; p=0.024), duration of infertility <3 years (23.8 vs 13.9%; p=0.05), normal sperm motility (23.2 vs 10.3%; p=0.01) and with two follicles at the time of insemination (27.7 vs 14.2% for monofollicular growth; p=0.030). The pregnancy rates obtained with clomiphene citrate, gonadotropins and combined clomiphene citrate/gonadotropin were 13.0, 26.1 and 28.6%, respectively, with a statistically significant difference in clinical pregnancy rate between clomiphene citrate and gonadotropin. CONCLUSIONS: IUI remains a natural starting point for conveniently selected couples with infertility. Younger age and normal sperm motility are good prognostic factors. Gonadotrophin stimulation seems to be an important tool for improving the pregnancy rate of IUI.
  • Sobrepeso e obesidade pré-gestacionais: prevalência e desfechos associados à gestação Artigos Originais

    Seabra, Gisele; Padilha, Patricia de Carvalho; Queiroz, Juliana Agrícola de; Saunders, Cláudia

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Descrever o resultado obstétrico de mulheres com sobrepeso/obesidade atendidas no serviço de pré-natal de uma maternidade pública no Rio de Janeiro. MÉTODOS: Estudo do tipo descritivo transversal, tendo sido incluídas 433 puérperas (³20 anos, sem enfermidades crônicas) e seus respectivos recém-nascidos atendidos em maternidade pública do Rio de Janeiro. As informações foram coletadas em prontuários e por meio de entrevistas. As características maternas e dos recém-nascidos avaliadas foram agrupadas em maternas (hábitos sociais, antropométricas, da assistência pré-natal, clínicas e obstétricas) e dos recém-nascidos (condições ao nascer). A avaliação da razão de chance entre as categorias de estado nutricional os desfechos gestacionais se deu por meio da odds ratio (OR), com intervalos de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: A prevalência de sobrepeso/obesidade nesta casuística foi de 24,5% (n=106). Observou-se uma associação entre ganho de peso inadequado e a frequência de sobrepeso/obesidade (OR 2,7; IC95% 1,5-4,9; p<0,05). As mulheres com sobrepeso/obesidade apresentaram maior risco para pré-eclâmpsia (OR 3,3; IC95% 1,1-9,9; p=0,03). Quanto às condições ao nascimento, verificou-se peso médio ao nascer de 3291,3 g (±455,2), sendo as taxas de baixo peso de 4,7% (n=5) e macrossomia de 2,8% (n=3). CONCLUSÕES: Observou-se uma prevalência alarmante de inadequação do estado nutricional pré e gestacional, que pode associar-se ao maior risco de morbimortalidade perinatal. Com isso, sugere-se a necessidade de monitoramento nutricional dessas gestantes.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To describe the obstetric outcome of women with overweight/obesity treated at the prenatal care clinic of a public maternity hospital in Rio de Janeiro. METHODS: A descriptive cross-sectional study which investigated 433 women (³20 years-old, without any chronic diseases) and their newborns treated at public hospitals in Rio de Janeiro. Information was collected from medical records and through interviews. The characteristics of mothers and newborns evaluated were divided into maternal (social habits, anthropometric measurements and clinical, obstetric, and prenatal care) and newborn groups (birth conditions). Data regarding the categories of nutritional status were analyzed using the odds ratio (OR) and 95% confidence interval (CI). RESULTS: The prevalence of overweight/obesity in this sample was 24.5% (n=106). There was an association between inadequate weight gain and the prevalence of overweight/obesity (OR 2.7, 95%CI 1.5-4.9, p<0.05). Overweight/obese women had an increased risk for preeclampsia (OR 3.3, 95%CI 1.1--9.9, p=0.03). Regarding birth conditions, mean birth weight was 3291.3 g (±455.2), with rates of low birth weight of 4.7% (n=5) and rates of macrosomia of 2.8% (n=3). CONCLUSIONS: There was an alarming prevalence of inadequate nutritional status before and during pregnancy, which may be associated with increased risk of perinatal morbidity and mortality. This suggests the need for nutritional monitoring of these pregnant women.
  • Associação de gravidez na adolescência e prematuridade Artigos Originais

    Martins, Marília da Glória; Santos, Graciete Helena Nascimento dos; Sousa, Márcia da Silva; Costa, Janne Eyre Fernandes Brito da; Simões, Vanda Maria Ferreira

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar a associação da gravidez na adolescência com prematuridade. MÉTODOS: Foram incluídas todas as pacientes que pariram num hospital terciário universitário do Maranhão, no período de julho a dezembro de 2006, alocando-as em dois grupos: adolescentes (10 a 19 anos de idade) e adultas (20 a 34 anos). As variáveis estudadas foram: escolaridade, situação conjugal, número de consultas no pré-natal, idade gestacional no início do pré-natal, duração da gestação, tipo de parto e peso ao nascer. Os dados foram processados no programa Epi-Info, versão 3.4.1, e foram analisadas as associações entre as variáveis pela razão dos produtos cruzados, a odds ratio (OR), com intervalo de confiança (IC) de 95%; utilizaram-se também modelos de regressão logística. O nível de significância adotado foi de 0,05. RESULTADOS: Foram avaliadas 1.978 pacientes. Verificou-se frequência de 25,4% de partos em adolescentes, que apresentaram baixa escolaridade, ausência de companheiro, menor número de consultas no pré-natal, início tardio do pré-natal, baixo peso ao nascer (BPN) e prematuridade. Realizando a análise, tendo como variável desfecho a prematuridade, verificou-se nítida associação com baixo número de consultas do pré-natal (OR 3,0; IC95% 2,2-4,0) e início tardio do pré-natal (OR 1,9; IC95% 1,3-2,6), baixa escolaridade (OR 1,9; IC95% 1,4-2,5) em relação com a adolescência (OR 1,5; IC95% 1,1-1,9). As adolescentes tiveram menor incidência de cesárea (33,3%) que as adultas (49,4%), com diferença significativa, além de menor associação com pré-eclâmpsia e desproporção cefalopélvica. CONCLUSÕES: A gravidez na adolescência esteve associada a início tardio do pré-natal e baixo número de consultas pré-natal, além de baixa escolaridade, BPN, prematuridade e menor incidência de desproporção cefalopélvica e pré-eclâmpsia.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To analyze the association of pregnancy in adolescence and prematurity. METHODS: The study included all the patients who delivered at a teaching hospital in Maranhão State, from July to December 2006. The patients were divided into two groups: adolescents (10 to 19 years old) and adults (20 to 34 years old). The variables studied were: educational level, marital status, number of prenatal visits, gestational age at the onset of prenatal care, duration of gestation, delivery route and birth weight. Statistical analysis was performed using the Epi-Info software, version 3.4.1, and the associations between variables were analyzed by the odds ratio (OR), with a 95% confidence interval (CI). Models of logistic regression were also used. The level of significance adopted was 0.05. RESULTS: The study evaluated 1,978 patients. The frequency of deliveries in adolescents was 25.4%. This group presented low educational level, no mates, low number of prenatal visits, late onset of prenatal care, low birth weight and prematurity. In the analysis of prematurity as the outcome variable, there was a clear association with low number of prenatal visits (OR 3.0; 95%CI 2.2-4.0) and late onset of prenatal care (OR 1.9; 95%CI 1.3-2.6) and low educational level (OR 1.9; 95%CI 1.4-2.5) related to adolescence (OR 1.5; 95%CI 1.1-1.9). The incidence of caesarean delivery was significantly lower among adolescents (33.3%) than among adults (49.4%), with a lower association with pre-eclampsia and cephalo-pelvic disproportion. CONCLUSIONS: Pregnancy in adolescence was associated with late onset of prenatal care and low number of visits, as well as low educational level, low birth weight, prematurity and a lower incidence of cephalo-pelvic disproportion and pre-eclampsia.
  • Ultrassonografia do colo uterino versus índice de Bishop como preditor do parto vaginal Artigos Originais

    Aragão, José Richelmy Brazil Frota; Feitosa, Francisco Edson de Lucena; Alencar Júnior, Carlos Augusto; Vasconcelos, Rodney Paiva; Amorim, Melânia Maria Ramos de; Passini Júnior, Renato

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: comparar a acurácia da mensuração ultrassonográfica transvaginal do colo uterino com o escore de Bishop para predição do parto vaginal após indução do trabalho de parto com misoprostol a 25 mcg. MÉTODOS: realizou-se estudo de validação de técnica diagnóstica com 126 gestantes com indicação para indução do trabalho de parto, as quais foram avaliadas pelo escore de Bishop e por ultrassonografia transvaginal para mensuração cervical. As pacientes foram submetidas, também, à ultrassonografia obstétrica transabdominal para avaliação da estática, pesos fetais e índice de líquido amniótico, e à cardiotocografia basal para avaliação da vitalidade fetal. Procedeu-se à indução do trabalho de parto com misoprostol vaginal e sublingual, um dos comprimidos contendo 25 mcg da droga e o outro apenas placebo. Os comprimidos foram administrados a cada seis horas, em um número máximo de oito. Construíram-se tabelas de distribuição de frequência e calcularam-se medidas de tendência central e de dispersão. Curvas ROC foram construídas para avaliação do escore de Bishop e da medida ultrassonográfica do colo uterino para predição de parto vaginal. RESULTADOS: obteve-se uma área sob a curva ROC de 0,5 (p=0,8) para medição do colo uterino pela ultrassonografia transvaginal, enquanto a curva ROC do escore de Bishop (ponto de corte ³4) apresentou área de 0,6 (p=0,02). O escore de Bishop ³4 apresentou sensibilidade de 56,2% e especificidade de 67,9% para predição de parto vaginal, com razão de verossimilhança positiva de 1,75 e negativa de 0,65. CONCLUSÕES: a medida ultrassonográfica transvaginal do colo uterino não foi boa preditora da evolução para parto vaginal em pacientes com trabalho de parto induzido com misoprostol. O escore de Bishop foi melhor preditor para parto vaginal nestas circunstâncias.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to compare the accuracy of transvaginal ultrasonographic measurement of the uterine cervix with Bishop’s score for the prediction of vaginal delivery after labor induction, with 25 mcg of misoprostol. METHODS: a prospective study for the validation of a diagnostic test was conducted on 126 pregnant women with indication for labor induction. The patients were evaluated by Bishop’s score and transvaginal ultrasonography for cervical measurement. They also undergone obstetric transabdominal ultrasound to evaluate static and fetal weight, as well as the amniotic fluid index, and basal cardiotocography for the evaluation of fetal vitality. Labor was induced with vaginal and sublingual misoprostol, one of the tablets containing 25 mcg of the drug and the other only placebo. The tablets were administered every six hours, with a maximum number of eight. Frequency tables were obtained, and measures of central tendency and dispersion were calculated. ROC curves were constructed for the evaluation of Bishop’s score and ultrasonographic measurement of the uterine cervix for the prediction of vaginal delivery. RESULTS: the area under the ROC curve was 0.5 (p=0.8) for the ultrasonographic measurement of the uterine cervix, and 0.6 (p=0.02) for Bishop’s score (cut point ³4). Bishop’s score had a sensitivity of 56.2% and specificity of 67.9% for prediction of vaginal delivery, with a positive likelihood ratio of 1.75 and a negative one of 0.65. CONCLUSIONS: ultrasonographic measurement of the uterine cervix was not a good predictor of evolution to vaginal delivery among patients with misoprostol-induced labor. Bishop’s score was a better predictor of vaginal delivery under these circumstances.
  • Rastreamento precoce da pré-eclampsia

    Costa, Fabrício da Silva; Murthi, Padma; Keogh, Rosemary; Woodrow, Nicole

    Resumo em Português:

    A pré-eclâmpsia, que afeta cerca de 3 a 5% das mulheres grávidas, é a mais frequente complicação médica durante a gestação e a mais importante causa de morbidade e mortalidade maternal e perinatal. Durante as últimas três décadas, numerosos testes de rastreamento clínicos, biofísicos e bioquímicos foram propostos para a detecção precoce da pré-eclâmpsia. A literatura mostra grandes discrepâncias na sensibilidade e no valor preditivo de muitos desses testes. Nenhum teste de rastreamento isolado usado para a predição da pré-eclâmpsia tem ganhado ampla aceitação na prática clínica. Ao contrário, parece que o valor preditivo aumenta com a inclusão de um painel de testes, os quais incluem outros parâmetros clínicos. O objetivo desta revisão foi examinar a combinação dos fatores de risco maternos, a pressão arterial média, o Doppler das artérias uterinas com os marcadores séricos, na predição da pré-eclâmpsia.

    Resumo em Inglês:

    Preeclampsia, which affects about 3 to 5% of pregnant women, is the most frequent medical complication in pregnancy and the most important cause of maternal and perinatal morbidity and mortality. During the past three decades, numerous clinical, biophysical, and biochemical screening tests have been proposed for the early detection of preeclampsia. Literature shows large discrepancies in the sensitivity and predictive value of several of these tests. No single screening test used for preeclampsia prediction has gained widespread acceptance into clinical practice. Instead, its value seems to be in increasing the predictive value of panels of tests, which include other clinical measurements. The aim of this review was to examine the combination of maternal risk factors, mean arterial blood pressure, and uterine artery Doppler, together with biomarkers in the preeclampsia prediction.
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