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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 33, Número: 12, Publicado: 2011
  • Impacto dos disruptores endócrinos na função reprodutiva e sexual de homens e mulheres Editorial

    Lara, Lucia Alves da Silva; Duarte, Alejandro Antonio Fonseca; Reis, Rosana Maria
  • Oclusão traqueal para fetos com hérnia diafragmática esquerda grave isolada: um estudo experimental controlado não randomizado Artigos Originais

    Peralta, Cleisson Fábio Andrioli; Sbragia, Lourenço; Bennini, João Renato; Cavalli, Ricardo Carvalho; Rousselet, Monique Sampaio; Barini, Ricardo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Comparar a sobrevida pós-natal de fetos com hérnia diafragmática congênita esquerda grave isolada, os quais foram submetidos à oclusão traqueal, com a de controles não randomizados contemporâneos. MÉTODOS: Estudo experimental não randomizado e controlado, conduzido de abril de 2007 a setembro de 2011. Fetos portadores de hérnia diafragmática congênita esquerda isolada com herniação hepática e relação pulmão/cabeça <1,0, que foram submetidos à oclusão traqueal (grupo de estudo) ou conduta expectante (controles não randomizados contemporâneos), foram comparados quanto à relação pulmão/cabeça e ao observado/esperado da relação pulmão/cabeça no diagnóstico, à idade gestacional por ocasião do parto e sobrevida neonatal com alta do berçário. A evolução da relação pulmão/cabeça e do observado/esperado da relação pulmão/cabeça depois da oclusão traqueal foi descrita. Testes de Fisher, Mann-Whitney e Wilcoxon foram usados na análise estatística. RESULTADOS: Não houve diferenças significativas entre o grupo de estudo (n=28) e o Controle (n=13) quanto à relação pulmão/cabeça (p=0,7) e ao observado/esperado da relação pulmão/cabeça (p=0,5), no momento do diagnóstico, nem à idade gestacional no parto (p=0,146). A sobrevida com alta do berçário foi maior (p=0,012) no grupo da oclusão traqueal (10/28=35,7%) do que no Grupo Controle (0/13=0,0%). Houve aumento da relação pulmão/cabeça (p<0,001) e do observado/esperado da relação pulmão/cabeça (p<0,001) entre o momento do diagnóstico da hérnia diafragmática congênita [relação pulmão/cabeça: 0,8 (0,4-0,9); observado/esperado da relação pulmão/cabeça: 27,0 (15,3-45,0)] e um dia antes da retirada do balão traqueal [relação pulmão/cabeça: 1,2 (0,5-1,8); observado/esperado da relação pulmão/cabeça: 40,0 (17,5-60,0)]. CONCLUSÕES: Houve melhora significativa na sobrevida pós-natal com alta do berçário de fetos com hérnia diafragmática congênita esquerda isolada grave, que foram submetidos à oclusão traqueal em relação a controles não randomizados contemporâneos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To compare postnatal survival to hospital discharge of fetuses with severe isolated left-sided congenital diaphragmatic hernia, who underwent tracheal occlusion, with that of nonrandomized contemporaneous controls. METHODS: Experimental nonrandomized controlled study, performed from April 2007 to September 2011. Fetuses with severe isolated left-sided congenital diaphragmatic hernia with liver herniation into the chest and lung area-to-head circumference ratio <1.0, who underwent tracheal occlusion (study group) or expectant management (non-randomized contemporaneous controls), were compared in terms of lung area-to-head circumference ratio and observed/expected lung area-to-head circumference ratio (observed/expected lung area-to-head circumference ratio) at the time of diagnosis, gestational age at birth, and survival to hospital discharge. Modifications in lung area-to-head circumference ratio and o/e lung area-to-head circumference ratio after tracheal occlusion were also analyzed. Fisher's exact test, Mann-Whitney's or Wilcoxon's tests were used for the comparisons. RESULTS: There were no significant differences between the Study Group (TO=28) and Controls (n=13) in terms of the lung area-to-head circumference ratio (p=0.709) and the observed/expected lung area-to-head circumference ratio (p=0.5) at the time of diagnosis and gestational age at birth (p=0.146). The survival to hospital discharge was higher (p=0.012) in the tracheal occlusion group (10/28=35.7%) than in controls (0/13=0.0%). There was a significant increase in lung area-to-head circumference ratio (p<0.001) and observed/expected lung area-to-head circumference ratio (p<0.001) between the diagnosis of the congenital diaphragmatic hernia [lung area-to-head circumference ratio: 0.80 (0.40-0.94); observed/expected lung area-to-head circumference ratio: 27.0 (15.3-45.0)], and the day before retrieval of the balloon [lung area-to-head circumference ratio: 1.2 (0.50-1.80); observed/expected lung area-to-head circumference ratio: 40.0 (17.5-60.0)]. CONCLUSIONS: There was a significant improvement in the survival rate to hospital discharge of fetuses with severe isolated left-sided congenital diaphragmatic hernia, who underwent tracheal occlusion in comparison to nonrandomized contemporaneous controls.
  • Respostas cardiorrespiratórias durante e após exercício aquático em gestantes e não gestantes

    Finkelstein, Ilana; Figueiredo, Paulo André Poli de; Alberton, Cristine Lima; Bgeginski, Roberta; Stein, Ricardo; Kruel, Luiz Fernando Martins

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: comparar as respostas da pressão arterial e do consumo de oxigênio (VO2) no exercício em bicicleta ergométrica, realizado na terra e na água, por gestantes e não gestantes. MÉTODOS: dez gestantes (entre 27 e 29 semanas) e dez não gestantes realizaram dois testes em cicloergômetro (um na água e um na terra), na frequência cardíaca correspondente ao primeiro limiar ventilatório (O2LV), com duração de 30 minutos cada. A pressão arterial foi aferida a cada cinco minutos durante o exercício e a frequência cardíaca e o VO2 a cada 20 segundos. Foi utilizada a análise de variância two-way e α=0,05 (SPSS 17.0). RESULTADOS: não houve diferença nas respostas cardiovasculares entre gestantes e não gestantes durante o exercício. O Grupo Gestante apresentou valores significativamente mais baixos de pressão arterial sistólica (131,6±8,2; 142,6±11,3 mmHg), diastólica (64,8±5,9; 74,5±5,3 mmHg) e média estimada (87,0±4,1; 97,2±5,7 mmHg), no exercício aquático comparado ao terrestre, respectivamente. O Grupo Não gestante também apresentou valores de pressão arterial sistólica (130,5±8,4; 135,9±8,7 mmHg), diastólica (67,4±5,7; 69,0±10,1 mmHg) e média (88,4±4,8; 91,3±7,8 mmHg) mais baixos no exercício na água do que na terra, respectivamente. Os valores de VO2 absoluto não apresentaram diferenças significativas, durante o exercício entre gestantes e não gestantes, como também nos meios aquáticos e terrestres. Após cinco minutos de repouso pós-exercício, tanto a pressão arterial quanto o VO2 já apresentavam valores semelhantes aos de repouso pré-exercício. CONCLUSÕES: para gestantes entre 27 e 29 semanas de gestação, a escolha pelo exercício aquático realizado na frequência cardíaca correspondente ao O2LV é fisiologicamente adequada. Essas mulheres também apresentam um comportamento de pressão arterial mais baixo na água comparado ao meio terrestre.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to compare the blood pressure and oxygen consumption (VO2) responses between pregnant and non-pregnant women, during cycle ergometer exercise on land and in water. METHODS: ten pregnant (27 to 29 weeks of gestation) and ten non-pregnant women were enrolled. Two cardiopulmonary tests were performed on a cycle ergometer (water and land) at the heart rate corresponding to VO2, over a period of 30 minutes each. Exercise measurements consisted of recording blood pressure every five minutes, and heart rate and VO2 every 20 seconds. Two-way ANOVA was used and α=0.05 (SPSS 17.0). RESULTS: there was no difference in cardiovascular responses between pregnant and non-pregnant women during the exercise. The Pregnant Group demonstrated significant differences in systolic (131.6±8.2; 142.6±11.3 mmHg), diastolic (64.8±5.9; 74.5±5.3 mmHg), and mean blood pressure (87.0±4.1; 97.2±5.7 mmHg), during water and land exercise, respectively. The Non-pregnant women Group also had a significantly lower systolic (130.5±8.4; 135.9±8.7 mmHg), diastolic (67.4±5.7; 69.0±10.1 mmHg), and mean blood pressure (88.4±4.8; 91.3±7.8 mmHg) during water exercise compared to the land one. There were no significant differences in VO2 values between water and land exercises or between pregnant and non-pregnant women. After the first five-minute recovery period, both blood pressure and VO2 were similar to pre-exercise values. CONCLUSIONS: for pregnant women with 27 to 29 weeks of gestation, water exercise at the heart rate corresponding to VO2 is physiologically appropriate. These women also present a lower blood pressure response to exercise in water than on land.
  • Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em maternidade do Ceará, no Brasil, correlacionando com os resultados perinatais Artigos Originais

    Linhares, José Juvenal; Cavalcante Neto, Pedro Gomes; Vasconcelos, Janssen Loiola Melo; Saraiva, Thiago de Vasconcelos; Ribeiro, Amélia Mayara Frota; Siqueira, Tamises Melo; Rocha, Francisco Ruliglésio

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar a prevalência de Streptococcus agalactiae, um estreptococo do Grupo B, em gestantes e seus possíveis fatores de risco, bem como o impacto perinatal e a suscetibilidade antimicrobiana das colonizadas. MÉTODOS: Foram avaliadas 213 gestantes a partir de 20 semanas de gestação, independente dos fatores de risco, atendidas em um hospital-escola terciário da zona Norte do Estado de Ceará, no Brasil. O cálculo do tamanho amostral ocorreu por conveniência. Foi utilizada técnica do swab estéril único para coleta de secreção das regiões vaginal e perianal. As amostras recém-obtidas eram armazenadas em meio de transporte Stuart e, no laboratório, inoculadas em meio seletivo Todd-Hewitt adicionado de gentamicina (8 ug/mL) e ácido nalidíxico (15 ug/mL), com posterior subcultivo em placas em ágar-sangue. Nos materiais eram realizados teste de Gram, catalase com peróxido de oxigênio e CAMP (Christie, Atkins, Munch-Petersen), sendo confirmados sorologicamente com Streptococcal Grouping Kit, Oxoid®. As positivas foram submetidas a testes de suscetibilidade antimicrobiana. Foram também avaliadas variáveis socioeconômicas, reprodutivas, clínico-obstétricas e neonatais. Os dados foram analisados utilizando o programa Epi-Info 6.04. RESULTADOS: A prevalência de colonização encontrada foi de 9,8% pelo teste de CAMP, embora apenas 4,2% pelo sorológico. O único fator de proteção observado foi cor da pele branca (p=0,01, 0.45>OR>0.94, IC95%). Não foi observada diferença de prevalência do estreptococo do Grupo B com outras variáveis reprodutivas ou obstétricas. Ocorreu infecção em apenas um dos recém-nascidos de mães colonizadas, entretanto revelou-se infecção por Pseudomonas spp. Foi encontrada resistência para ampicilina (4/9) e cefalotina (4/9), penicilina (4/9 casos), eritromicina (3/9), clindamicina (7/9) e cloranfenicol (1/9). CONCLUSÕES: A taxa de infecção foi inferior à encontrada em outros estudos, embora também notou-se grande taxa de resistência aos antibióticos mais utilizados no tratamento. São necessários novos estudos no Brasil, com grupos geograficamente semelhantes, para a validação desses resultados.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To assess the prevalence of Streptococcus agalactiae, a Group B streptococcus, in pregnant women, and their possible risk factors, as well as the impact of perinatal colonization and antimicrobial susceptibility. METHODS: We evaluated 213 pregnant women from 20 weeks of gestation, regardless of risk factors, attending a tertiary teaching hospital. The technique used was a single sterile swab to collect secretions from the vaginal and perianal regions. The newly obtained samples were stored in Stuart transport medium and taken to the laboratory, where they were inoculated in Todd-Hewitt selective medium supplemented with Gentamicin (8 ug/mL) and nalidixic acid (15 ug/mL), with subsequent cultivation on blood agar plates. The materials were tested with Gram, catalase with hydrogen peroxide and CAMP (Christie, Atkins, Munch-Petersen), and results were serologically confirmed with the Streptococcal Grouping Kit, Oxoid®. The positive samples were tested for antimicrobial susceptibility. We also assessed socioeconomic, reproductive, clinical, and obstetric variables, and newborn care. Statistical analysis was performed with Epi-Info 6.04. RESULTS: The prevalence of colonization obtained by field tests was 9.8% by CAMP test, but only 4.2% by serology. The only protective factor was white skin color (p=0.01, 0.45>OR>0.94, 95%CI). There was no difference in prevalence of Group B streptococcus regarding other reproductive and obstetric variables. Infection occurred in only one of the newborns from colonized mothers; although it was revealed infection with Pseudomonas spp. High resistance to ampicillin (4/9), cephalothin (4/9), penicillin (4/9), erythromycin (3/9), clindamycin (7/9), and cloramphenicol (1/9) was detected. CONCLUSIONS: The infection rate was lower than that found in other studies, although a high rate of resistance to antibiotics commonly used for treatment was detected. Since there are no studies on the prevalence of Group B streptococcus in Ceará, we cannot perform a comparative analysis of the population, and further studies are needed with geographically similar groups to validate these results.
  • Aspectos ginecológicos e obstétricos de pacientes atendidas nos serviços público e privado de saúde: há diferenças? Artigos Originais

    Zimmermmann, Juliana Barroso; Nani, Amanda Carolina Garcia; Junqueira, Camila Barbosa; Iani, Gabriela Campos de Melo; Gomes, Gustavo; Bahia, Souza

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar os aspectos epidemiológicos e clínicos de pacientes ginecológicas atendidas nas redes privada e pública de saúde. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, no qual foram estudados prontuários de 243 pacientes (122 pacientes no serviço público e 121 no privado), de janeiro de 2007 a janeiro de 2008. Excluíram-se os prontuários de pacientes grávidas, com sangramento genital, histórico de uso de cremes ou géis vaginais em intervalos inferiores há 15 dias e pacientes que tiveram relação sexual em prazo inferior a cinco dias da consulta avaliada. A análise dos dados foi realizada com recursos de processamento estatístico do software Stata, versão 9.2, considerando-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: A média de idade das pacientes foi de 27±12 anos entre pacientes da rede pública, e de 25,9±10,4 anos na rede particular, não havendo diferença estatística entre estas médias (F=0,5 e p=0,4). As pacientes da rede pública apresentaram escolaridade mais baixa (p<0,001), eram preferencialmente do lar (p<0,001), iniciaram vida sexual mais precocemente, tiveram maior número de parceiros (p<0,001), de gestações (p<0,001) e de partos (p=0,004) e utilizavam principalmente a camisinha como método contraceptivo (p=0,013). Não houve diferença estatística em relação aos antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis, ao diagnóstico de candidíase, vaginose bacteriana, tricomoníase ou neoplasia. CONCLUSÕES: As pacientes da rede pública de saúde apresentam maior número de gestações e partos. São, em geral, donas de casa, com baixa escolaridade, iniciam vida sexual mais precocemente e com maior número de parceiros. Entretanto, não houve diferença entre os grupos quando se avaliaram doenças mamárias, infecções ginecológicas ou neoplasias de colo uterino, o que sugere que o nível socioeconômico não é o único elemento no determinismo da doença e, por isso, outras variáveis devem ser avaliadas.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the epidemiological and clinical aspects of gynecological patients seeking care in the private and public health networks. METHODS: In this cross-sectional study we analyzed the records of 243 patients (122 public service patients and 121 private service ones), from January 2007 to January 2008. We excluded records of pregnant patients with vaginal bleeding, history of using vaginal creams or gels at intervals of less than 15 days and patients who had sexual intercourse within less than five days before their visit and with incomplete clinical data. Data were analyzed statistically using the Stata software, version 9.2, with a 5% level of significance. RESULTS: The mean age of the patients attending the public health service was 27±12 years-old and 25.9±10.4 years-old for patients attending the private health service, with no statistical difference between means (F=0.5 and p=0.4). Patients attending the public health service had lower education (p<0.001), they were preferentially housewives (p<0.001), began sexual life early, had a greater number of partners (p<0.001), of pregnancies (p<0.001) and of deliveries (p=0.004), and mainly used the condom as a contraceptive method (p=0.013). There was no statistical difference between groups regarding the history of sexual transmitted diseases, diagnosis of candidiasis, bacterial vaginosis, trichomoniasis, or neoplasia. CONCLUSIONS: Patients attending the public health service have a higher number of pregnancies and births. They are usually housewives with low educational level, their sex life begins early, and they have more partners. However, there was no difference between groups when evaluating breast diseases, gynecological infections, or cancer of the cervix, which suggests that socioeconomic status is not the only element in the determination of the disease and, therefore, other variables should be evaluated.
  • Impacto da atividade física na qualidade de vida de mulheres de meia idade: estudo de base populacional Artigos Originais

    Gonçalves, Ana Katherine da Silveira; Canário, Ana Carla Gomes; Cabral, Patrícia Uchôa Leitão; Silva, Rayanna Assunção Henrique da; Spyrides, Maria Helena Constantino; Giraldo, Paulo César; Eleutério Jr, José

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar o impacto da prática de atividade física na qualidade de vida de mulheres de meia idade. MÉTODOS: Estudo de base populacional e corte transversal, que incluiu uma amostra estratificada de 370 mulheres de meia idade entre 40 a 65 anos, recrutadas a partir de uma população de 20.801 mulheres atendidas no período de um ano nas redes básicas de saúde, inseridas nos quatro distritos (Norte, Sul, Leste e Oeste) que compõem o sistema de saúde da cidade de Natal, Rio Grande do Norte, de junho a setembro de 2011. O cálculo da amostra teve por base um nível de confiança de 95%, com poder do teste de 80%, erro de estimativa de 5% e considerou-se a proporção de pacientes classificadas com qualidade de vida adequada (indicador >26) da amostra piloto. Os dados foram coletados enquanto as mulheres aguardavam na sala de espera para a consulta de rotina. Para avaliar a qualidade de vida geral, utilizou-se a versão abreviada do WHOQOL (WHOQOL-Bref-WHO Quality of Life - BREF), e sua relação com os sintomas do climatério foi avaliada por meio do Menopause Rating Scale (MRS). O nível de atividade física foi avaliado pelo questionário International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), versão curta, semana usual. Para obter-se a classificação dos níveis de atividade física, utilizaram-se três categorias: sedentária, moderadamente ativa e muito ativa. A análise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico Minitab, versão 16. RESULTADOS: A média de idade das mulheres foi de 49,8 anos (±8.1), foram predominantemente caucasianas (72,7%), casadas (61,6%), não fumantes (93,5%) e com o Ensino Médio completo (47,8%). Considerando os domínios presentes no WHOQOL-Bref para avaliar qualidade de vida, os escores foram significativamente diferentes entre os grupos de mulheres sedentárias, moderadamente ativas e muito ativas (p<0,01). Em relação à atividade física e aos sintomas do climatério, foram observadas diferenças significativas para todos os domínios: psicológico (p<0,01), somático-vegetativo (p<0,01) e urogenital (p<0,01). CONCLUSÕES: A prática de atividade física melhora significativamente a qualidade de vida das mulheres de meia idade.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the influence of physical activity on the quality of life of middle-aged women. METHODS: A population-based cross-sectional study was conducted on 370 women aged 40 to 65 years-old recruited from a population-based sample. Enrollment took place in Basic Health Units in each health district of the city (North, South, East, and West) from June to September 2011. According to the Municipal Health Department of the City, 20,801 women were assisted at the Basic Health Units during a one-year period. The sample size calculation was stratified by district and based on a 95% confidence level with a power of 80%, as well as an error estimate of 5% and it was considered proportional to the number of patients classified as having adequate quality of life (indicator >26) in the general population. Data were collected while women waited for their routine appointment at the Health Unit. WHOQOL-Bref was used to evaluate the quality of life, and menopause rating scale (MRS) was used to determine climacteric symptoms. The level of physical activity was assessed by means of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). To obtain the classification of PA levels, we used three categories: sedentary, moderately active, and very active. Statistical analysis was performed using the Minitab software, version 16. RESULTS: The mean age of the subjects was 49.8 years-old (±8.1) and they were predominantly Caucasian (72.7%), married (61.6%), non-smokers (93.5%), and had High School education (47.8%). Using the WHOQOL, mean scores were found to be significantly different between the groups (low, moderate, and vigorous physical activity), classified according to the domains of quality of life (p<0.01). Concerning physical activity and climacteric symptoms, significant differences were found for all domains: psychological (p<0.01), vegetative-somatic (p<0.01), and urogenital (p<0.01). CONCLUSIONS: Physical activity improves quality of life in middle-aged women.
  • Diabetes melito como fator associado às disfunções do trato urinário inferior em mulheres atendidas em serviço de referência Artigos Originais

    Oliveira, Eneida Gonçalves de; Marinheiro, Lizanka Paola Figueiredo; Silva, Kátia Silveira da

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Descrever as disfunções do trato urinário inferior e as características demográficas e clínicas de mulheres com queixas urinárias, estimando a prevalência de diabetes melito e de alterações urodinâmicas nestas mulheres. MÉTODOS: Estudo observacional, transversal, retrospectivo, com análise de 578 prontuários. As prevalências de diabetes melito e de cada diagnóstico urodinâmico nas pacientes com disfunções do trato urinário inferior foram estimadas, com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Foram calculadas as razões de prevalência das alterações urodinâmicas segundo o diagnóstico de diabetes. RESULTADOS: Setenta e sete pacientes (13,3%) eram diabéticas e a maioria (96,1%) tinha diabetes tipo 2. O diagnóstico urodinâmico mais frequente nas pacientes diabéticas foi o de incontinência urinária de esforço (39%), seguido de hiperatividade do detrusor (23,4%). A prevalência de urodinâmica alterada foi associada à de diabetes melito (RP=1,31; IC95%=1,17-1,48). As alterações de contratilidade do detrusor (hiper ou hipoatividade) estiveram presentes em 42,8% das pacientes diabéticas e em 31,5% das não diabéticas. CONCLUSÕES: As mulheres diabéticas apresentaram maior prevalência de alterações urodinâmicas do que as não diabéticas. Não houve associação entre o diabetes e as alterações de contratilidade do detrusor (p=0,80).

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to describe lower urinary tract dysfunctions and clinical demographic characteristics of patients with urinary symptoms. This study assessed the prevalence of diabetes mellitus and urodynamic changes in these women. METHODS: We conducted a cross-sectional, retrospective study on 578 women. The prevalence of diabetes mellitus and urodynamic diagnoses was assessed in patients with lower urinary tract dysfunctions, with their respective 95% confidence intervals. The prevalence ratios of urodynamic alterations were calculated according to the diabetes mellitus diagnoses. RESULTS: Seventy-seven patients (13.3%) had diabetes and type 2 diabetes was predominant (96.1%). Stress urinary incontinence was the most frequent urodynamic diagnosis (39%) in diabetic patients, followed by detrusor overactivity (23.4%). The prevalence of urodynamic alterations was associated with diabetes (PR=1.31; 95%CI=1.17-1.48). Changes in detrusor contractility (over- or underactivity) were diagnosed in 42.8% diabetic patients and in 31.5% non-diabetic patients. CONCLUSIONS: Diabetic women had a greater prevalence of urodynamic alterations than the non-diabetic ones. There was no association between diabetes mellitus and detrusor contractility alterations (p=0.80).
  • Lesão vascular da placenta condicionando RCIU e hidropisia fetal não imune em gestação gemelar Relato De Caso

    Pereira, Nuno Ricardo Gonçalves Baptista; Branco, Miguel Pedro da Rocha; Silva, Maria Isabel Santos; Galhano, Eulália Maria Bento; Pina, Raquel Maria Pereira Ortins; Matos, Luís Filipe Costa Dias de; Mesquita, José Agostinho Valentim Barros de

    Resumo em Português:

    As lesões vasculares da placenta constituem um grupo de entidades distintas, mas inter-relacionadas, em que se incluem os corioangiomas e a corangiomatose multifocal difusa. O corioangioma é uma lesão nodular expansiva com incidência de cerca de 1%. A corangiomatose multifocal difusa é rara (0,2%) e predominante em placentas em idade gestacional inferior a 32 semanas. Os autores apresentam um caso de gestação gemelar monocoriônica/biamniótica, no qual um dos fetos, à 26ª semana de gestação, apresentou quadro de restrição de crescimento intrauterino, hidropisia e anemia associado à formação tumoral da placenta com vascularização aumentada verificada pela doplervelocimetria. O estudo anatomopatológico da placenta permitiu o diagnóstico de corangiomatose multifocal difusa. Este raro caso de corioangiomatose multifocal difusa com forma de apresentação pré-natal mimetizando a de um corioangioma comprova que a detecção ultrassonográfica de um tumor da placenta com vascularização aumentada deve suscitar outras hipótese diagnóstica, além do corioangioma.

    Resumo em Inglês:

    Placenta vascular lesions are a group of distinct yet related entities that include chorangiomas and diffuse multifocal chorangiomatosis. Chorangioma is an expansive nodular lesion with an incidence of about 1%. Diffuse multifocal chorangiomatosis is rare (0.2%) and mostly seen in placentas before the 32nd gestational week. The authors present a case of a monochorionic/biamniotic twin pregnancy, in which, at the 26th gestational week, one fetus developed intrauterine growth restriction (IUGR), hydrops, and anemia associated with a tumor of the placenta with increased vascularization in the Doppler study. Pathological examination of the placenta diagnosed diffuse multifocal chorangiomatosis. This rare case report of diffuse multifocal chorangiomatosis with prenatal manifestations resembling those of a chorangioma proves that prenatal ultrasound detection of a placenta tumor, with increased vascularization at Doppler study, must raise other diagnostic possibilities beside chorangioma.
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