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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 41, Número: 10, Publicado: 2019
  • ‘Missing Adenocarcinomas’: Are They a Real Problem in Cervical Cancer Screening in Brazil? Editorial

    Vale, Diama Bhadra; Bragança, Joana Fróes; Zeferino, Luiz Carlos
  • Sabemos como evitar as LOEAs em posições de parto não supinas? Uma análise de coorte retrospectiva Original Article

    Reis, Zilma Silveira Nogueira; Pereira, Glaucia Miranda Varella; Vianini, Anna Laura Freitas; Monteiro, Marilene Vale Castro; Aguiar, Regina Amélia Lopes Pessoa

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a associação entre as posições maternas verticais e supinas ao nascimento e a taxa de incidência de lesões obstétricas do esfíncter anal (LOEAs). Métodos Estudo coorte retrospectivo que analisou os dados de 1.728 gestantes que tiveram parto vaginal cefálico simples com peso ao nascer de 2.500 g. Análises de regressão múltipla foram usadas para investigar o efeito de posições supinas ou verticais sobre a taxa de incidência de LOEAs após o ajuste para fatores de risco e intervenções obstétricas. Resultados No total, 239 (13,8%) nascimentos ocorreram nas posições verticais, e 1,489 (86,2%), nas posições supinas. Lacerações graves de grau III ocorreram em 43 (2,5%) pacientes, e de grau IV, em 3 (0,2%) mulheres. As posições supinas tiveram um efeito protetor significativo contra lacerações graves, razão de probabilidades [Intervalo de Confiança de 95%]: 0,47 [0.22-0.99], ajustado para o uso de Fórceps 4.80 [2.15-10.70], nuliparidade 2.86 [1.44-5.69], e peso ao nascer 3.30 [1.56-7.00]. Anestesia (p<0.070), aumento de ocitocina (p<0.228), distocia de ombro (p<0.670), e episiotomia (p<0.559) não estiveram associados à incidência de laceração grave. Conclusão As posições de parto verticais não estiveram associadas a uma menor taxa de ruptura perineal. A interpretação dos achados referentes a essas posições levantou dúvidas sobre a proteção perineal que ainda aguardam respostas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the association between the upright and supine maternal positions for birth and the incidence of obstetric anal sphincter injuries (OASIs). Methods Retrospective cohort study analyzed the data of 1,728 pregnant women who vaginally delivered live single cephalic newborns with a birth weight of 2,500 g. Multiple regression analyses were used to investigate the effect of the supine and upright positions on the incidence of OASIs after adjusting for risk factors and obstetric interventions. Results In total, 239 (13.8%) births occurred in upright positions, and 1,489 (86.2%) in supine positions. Grade-III lacerations occurred in 43 (2.5%) patients, and grade-IV lacerations occurred in 3 (0.2%) women. Supine positions had a significant protective effect against severe lacerations, odds ratio [95% confidence interval]: 0,47 [0.22- 0.99], adjusted for the use of forceps 4.80 [2.15-10.70], nulliparity 2.86 [1.44-5.69], and birth weight 3.30 [1.56-7.00]. Anesthesia (p<0.070), oxytocin augmentation (p<0.228), shoulder dystocia (p<0.670), and episiotomy (p<0.559) were not associated with the incidence of severe lacerations. Conclusion Upright birth positions were not associated with a lower rate of perineal tears. The interpretation of the findings regarding these positions raised doubts about perineal protection that are still unanswered.
  • Contribuição dos alimentos ultraprocessados no consumo alimentar diário de mulheres soropositivas e soronegativas para o HIV durante a gestação Original Article

    Agostini, Clarissa de Oliveira; Zoche, Ester; Corrêa, Rafaela da Silveira; Chaves, Eunice Beatriz Martin; Corleta, Helena von Eye; Bosa, Vera Lúcia

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar o consumo alimentar diário e a contribuição dos alimentos ultraprocessados na dieta de gestantes soropositivas e soronegativas para o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Métodos Estudo de caso-controle com 77 puérperas soropositivas e 79 soronegativas entre 2015 e 2016. Analisaram-se dados socioeconômicos e demográficos maternos, e aplicou-se um questionário de frequência alimentar (QFA) adaptado para gestantes. Utilizou-se o teste exato de Fisher e o teste de Mann-Whitney para detectar diferenças entre os grupos. A regressão linear avaliou a associação entre o consumo de ultraprocessados e de energia, macro e micronutrientes. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Resultados O grupo de puérperas soropositivas foi mais velho (p < 0,001), com menor renda familiar (p = 0,016) e escolaridade (p < 0,001) quando comparado com o grupo das soronegativas. Ambos os grupos apresentaram médias de consumo semelhantes, com 4.082,99 Kcal/dia entre as puérperas soropositivas e 4.369,24 kcal/dia entre as soronegativas (p = 0,258). Observou-se que as puérperas soropositivas consumiam menos proteínas (p = 0,048), carboidratos (p = 0,028) e cálcio (p = 0,001), e mais gorduras totais (p = 0,003). Os ultraprocessados corresponderam a 39,80% das calorias entre as soropositivas, e a 40,10% entre as soronegativas (p = 0,893). O consumo destes alimentos esteve associado a um maior consumo de carboidratos (p < 0,001), gordura trans (p = 0,013) e sódio (p < 0,001), e a um menor consumo de proteínas (p < 0,001) e fibras (p = 0,022). Conclusão Esses achados demonstram que o consumo de energia e de alimentos ultraprocessados foram semelhantes nos dois grupos, o que reforça a tendência ao consumo elevado de alimentos ultraprocessados na população geral. O consumo de alimentos ultraprocessados foi positivamente associado ao consumo de carboidratos, gorduras trans e sódio, e negativamente associado ao consumo de proteínas e fibras.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To assess the daily dietary intake and energy contribution of ultraprocessed foods among women who are positive and negative for the human immunodeficiency virus (HIV) during pregnancy. Methods This case-control study included 77 HIV-positive and 79 HIV-negative puerperal women between 2015 and 2016. The socioeconomic and maternal demographic data were assessed, and a food frequency questionnaire (FFQ) adapted for pregnant women was applied. The Fisher exact test and the Mann-Whitney test were applied to detect differences between the groups. Linear regression was used to assess the associations between the intake of ultra-processed food and energy, macro- and micronutrients, with values of p < 0.05 considered significant. Results The HIV-positive group was older (p< 0.001) and had lower income (p= 0.016) and level of schooling (p< 0.001) than the HIV-negative group. Both groups presented similar average food intake: 4,082.99 Kcal/day and 4,369.24 Kcal/day for the HIV-positive and HIV-negative women respectively (p= 0.258).The HIV-positive group consumed less protein (p= 0.048), carbohydrates (p= 0.028) and calcium(p= 0.001), andmore total fats (p= 0.003). Ultra-processed foods accounted for 39.80% and 40.10% of the HIV-positive and HIV-negative groups’ caloric intake respectively (p= 0.893). The intake of these foods was associated with a higher consumption of carbohydrates (p < 0.001), trans fat (p= 0.013) and sodium (p< 0.001), as well as lower protein (p < 0.001) and fiber intake (p= 0.022). Conclusion These findings demonstrate that the energy consumption and ultraprocessed food intake were similar in both groups, which reinforces the trend toward a high intake of ultra-processed food in the general population. The intake of ultraprocessed food was positively associated with the consumption of carbohydrates, trans fat and sodium, and negatively associated with the consumption of protein and fiber.
  • Tendências associadas à natimortalidade em umamaternidadeescola na zona norte de São Paulo: um estudo transversal Original Article

    Fonseca, Raissa Magalhães de Mendonça; Garcia, Carolina Laila; Angimahtz, Talita Sampaio; Battaglia1, Cindy Fazio; Chalem, Elisa; Sass, Nelson

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar aspectos relacionados à ocorrência da condição de natimortalidade em uma maternidade-escola na zona norte de São Paulo e possíveis tendências associadas aos fatores causais. Métodos Estudo observacional, transversal, realizado no Hospital Maternidadeescola Vila Nova Cachoeirinha com 1.139 óbitos fetais (OF) no período de 2003 a 2017. Foram comparados os casos de OF intermediários (OFI) (peso entre 500 e 999 g) e OF tardios (OFT) (≥ 1,000 g). Avaliamos dados clínicos, exames laboratoriais, e estudos do feto e da placenta; estes foram armazenados em planilhas de Windows Excel (Microsoft Corp., Redmond, WA USA0, utilizando-se para avaliação estatística o programa SPSS v.18 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). Foram ainda estimadas a razão de prevalência (RP) e a razão de chances (RC), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados Ocoeficiente de natimortalidade geral foi de 11,9% e o intra-hospitalar foi de 2,8%. Gestantes com menos de 16 anos de idade apresentaram maior chance de ter OFI (RC 0.32, 0.15-0.76) enquanto que pacientes com mais de 40 anos de idade apresentaram maior chance de OFT (RP 0,85; 0,72-0,99). Não fizeram prenatal 25,7% da população geral, sendo que em 77,1% dos casos, a morte fetal já tinha sido apresentada na internação. Os casos de OFI apresentaram associação estatisticamente significante com parto domiciliar (RC 0,42; 0,23-0,75). A cesárea foi realizada em 16,1% das pacientes, sendo o misoprostol o método mais utilizado para indução. Necropsia foi feita em 94,2% dos fetos, e 97,3% das placentas foram para estudo. As causas associadas não foram identificadas em 22,1% dos casos, sendo que as principais causas identificadas foram infecções do saco amniótico e membranas (27,9%), malformações (12,5%), descolamento prematuro de placenta (11,2%), síndromes hipertensivas (8,5%), e sífilis (3,9%), sendo esta última com uma tendência crescente. Conclusão Destacaram-se como fatores associados à natimortalidade: síndromes hipertensivas, corioamnionites, malformações fetais, descolamento placentário e sífilis. Houve tendência de aumento no número de casos de sífilis, o que traduz uma alerta. Limitações diagnósticas justificam as causas indeterminadas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate conditions associated with stillbirth (SB), and possible trends related with it, in a maternity hospital school in the North zone of São Paulo. Methods An observational, cross-sectional study conducted at the Hospital Maternidade- escola de Vila Nova Cachoeirinha with 1,139 SBs in the period of 2003 to 2017. Cases of intermediate SB (ISB) (weight between 500 and 999 g) and late SB (LSB) (weight ≥ 1,000 g) were compared. We evaluated clinical data, laboratory tests, and fetal and placental studies. Data were stored in Windows Excel (Microsoft Corp., Redmond, WA, USA) worksheets, according to which graphs and tables were constructed. We used the statistical software SPSS for Windows version 18.0 (SPSS In., Chicago, IL, USA), estimating the prevalence ratio (PR) and odds ratio (OR), considering the 95% confidence interval (95% CI). Results The general SB rate was 11.9%, and the in-hospital SB rate was 2.8%. Pregnant women younger than 16 years of age were more likely to have ISB (OR 0.32, 0.15- 0.76), while patients older than 40 years old had a higher chance of LSB (PR 0.85, 0.72- 0.99). A total of 25.7% of the general population did not have prenatal care, and 77.1% of the cases presented fetal death at admission. The cases of ISB had a statistically significant association with home birth (OR 0.61, 0.46-0.80). Cesarean section was performed in 16.1% of the subjects, and misoprostol was the most used method for induction. Necropsy and placental study of the fetuses were performed, respectively, in 94.2% and 97.3% of the cases. Associated causes were not identified in 22.1% of the cases, and the main causes identified were amniotic sac infections (27.9%), fetal malformations (12.5%), placental abruption (11.2%), hypertensive syndromes (8.5%), and maternal syphilis (3.9%), the latter with an increasing trend. Conclusion Among the factors associated to SB were: hypertensive syndromes, amniotic sac infections, fetal malformations, placental abruption and syphilis. There was a growing trend in the number of cases of syphilis, which translates an alert. Diagnostic limitations justify indeterminate causes.
  • Empoderando mães adolescentes na escolha do método contraceptivo no pós-parto: Evitando-se a gravidez subsequente Original Article

    Borovac-Pinheiro, Anderson; Jesus, Erica Almeida Ramos; Surita, Fernanda Garanhani

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Cerca de 80% das gestações na adolescência não são planejadas, e entre 28 e 63% das mães adolescentes apresentam repetição da gravidez em 18 meses. Entre as meninas com gravidez repetida, dois terços relataram que a gravidez não foi planejada. Métodos Estudo observacional retrospectivo realizado na Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, SP, Brasil, envolvendo novos grupos de educação pré-natal e pósparto para adolescentes. Nas consultas pós-parto, os adolescentes optaram pela contracepção. Os dados foram comparados com uma série de casos seguida em um período anterior à implementação do grupo de educação pré-natal - um grupo de controle histórico. Resultados Foram incluídas 129 adolescentes no período pós-parto de 1° de janeiro de 2015 a 31 de julho de 2017. Destas, 63% já tinham usado métodos contraceptivos antes da gravidez, e o método prévio mais frequente foi contraceptivo oral combinado (33%) seguido por preservativo (21%). Na primeira consulta pós-parto, o anticoncepcional mais comumente escolhido foi o dispositivo intrauterino (DIU) (37,2%) e o acetato de medroxiprogesterona de depósito (DMPA) (34,1%). Ao comparar as taxas antes e depois das intervenções de educação pré-natal, houve um aumento de três vezes no uso de DIUs. Conclusão Educação pré-natal e pós-parto mostraram um aumento significativo na escolha de métodos contraceptivos reversíveis de longa duração entre mães adolescentes. Grupos educativos realizados durante o pré-natal e alémdo período gestacional são ferramentas para promoção da saúde e são de fácil aplicação mundial, com baixa dependência de financiamento.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective Almost 80% of adolescent pregnancies are unplanned, and between 28 and 63% of adolescent mothers had a repeated pregnancy within 18 months. Among girls with repeated pregnancies, two-thirds reported that the pregnancy was unplanned. We aim to assess contraceptive use by adolescent mothers with increasing choice for long-acting reversible contraception (LARC) methods in postpartum consultation after a semistructured group intervention involving adolescent mothers. Methods Retrospective observational study conducted at the Universidade Estadual de Campinas, Campinas, state of São Paulo, Brazil, involving new antenatal and postpartum education groups for adolescents. At postpartum consultations, the adolescents chose their contraceptive. The datawas compared with previous series followed in a period before the implementation of the education group - a historical control group. Results We included 129 adolescent after childbirth from January 1st, 2015 through July 31st, 2017. Out of this total, 63% had ever used contraceptive methods before pregnancy, and the most frequent method was combined oral contraceptives (33%) followed by condoms (21%). At the first postpartum consultation, the most common contraceptive chosen was intrauterine contraception (IUC) (37.2%) and depot-medroxyprogesterone acetate (DMPA) (34.1%).When comparing the rates before and after the education interventions, there was a 3-fold increase in the use of IUCs. Conclusion Antenatal and postpartum education have shown a significant increase in the choice for LARC methods among adolescent mothers, with very high acceptability after a period using the method. The educational groups performed during the antenatal care and beyond the gestational period are easy to be applied worldwide with low dependence on funding.
  • Atitudes e atributos pessoais relativos à receptividade das pacientes à participação de estudantes de medicina em consultas ginecológicas: Um estudo de corte transversal Original Article

    Wanderley, Miriam da Silva; Sobral, Dejano Tavares; Lima, Brenda Alves de Oliveira; Freire, Maria Elisa de Bessa; Silva, Mariana Albuquerque Campos da; Rosa, Marina Prado e Silva Gonçalves; Souza, Thaís Ferreira

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a associação entre as razões das pacientes para consentir ou recusar a presença de estudantes de medicina no ambulatório de Ginecologia, considerando seus fatores demográficos, experiência prévia com alunos, e sensibilidade com relação ao gênero. Métodos Entrevistas com as pacientes que aguardavam consultas ginecológicas previamente agendadas no Hospital Universitário de Brasília. Análises de contingência foram utilizadas para determinar os níveis de associação entre as variáveis das pacientes. Valores de p<0.05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados Foram entrevistadas 469 pacientes. Observou-se forte associação entre o conforto com a presença do estudante e o número destes presentes à consulta (V de Cramér=0.671). A tendência ao consentimento (relação de motivos para consentir ou discordar da presença do estudante) relacionou-se significativamente (p<0.001) à maior receptividade à participação dos alunos (ρ=0.482), a uma avaliação positiva do comportamento aluno-médico em consultas anteriores (ρ =0.253, N=408), e a maior escolaridade das pacientes (ρ =0.158). Observou-se associação significativa entre receptividade das pacientes (p<0.001) e ausência de discriminação quanto ao gênero do médico (V de Cramér=0.388), experiência prévia com estudantes (V de Cramér =0.235), ciência de que estariam presentes à consulta (V Cramér=0.217), idade mais avançada (ρ=0.136; p=0.003), e multiparidade (ρ=0.102; p=0.027). Conclusão Maior receptividade à participação dos estudantes relacionou-se a cinco condições em ordem decrescente de força de associação: ausência de discriminação quanto ao gênero do médico ginecologista-obstetra, experiência prévia com estudantes, conhecimento antecipado sobre a presença deles, idade mais avançada, e multiparidade. Também foi observada correlação positiva entre maior tendência ao consentimento e maior receptividade à participação dos alunos e comportamento adequado médico-estudante.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the association between the acceptance on the part of the patients and their reasons to consent to or refuse medical student attendance during gynecological outpatient care, considering the participants’ demographic characteristics, consultation experience, and gender bias or lack thereof. Methods Face-to-face interviews with patients waiting for gynecological consultations that had been scheduled in advance at Hospital Universitário de Brasília. Contingency analyses were used to determine the levels of association among the patient variables. The accepted significance level was values of p<0.05. Results We interviewed 469 patients. The comfort level with the presence of a student was strongly related to the number of students present during the consultation (Cramér V=0.671). The inclination to grant consent (a series of reasons to consent to or refuse student attendance) was significantly related (p<0.001) to the overall receptivity to student participation (ρ=0.482), the positive appraisal of student-doctor demeanor in previous consultations (ρ=0.253, N=408), and to greater levels of schooling (ρ=0.158). The patients’ receptivity was significantly related (p<0.001) to the lack of bias regarding the gender of the physician (CramérV=0.388), previous experience with students (Cramér V=0.235) and awareness of the fact that they would be present (Cramér V=0.217), older age (ρ=0.136, p=0.003), and multiparity (ρ=0.102, p=0.027). Conclusion Greater receptivity to student participation related significantly to five conditions in decreasing order of strength of association: lack of bias regarding the gender of the Ob-Gyn, previous experience with student involvement, awareness of the presence of students, older age, and multiparity. We also found that a more positive inclination to consent to student attendance correlated positively with a greater receptivity to student participation and to a suitable student-doctor demeanor.
  • Síndrome Anticorpo Antifosfolípide e Infertilidade Review Article

    Rodrigues, Vivian de Oliveira; Soligo, Adriana de Góes e Silva; Pannain, Gabriel Duque

    Resumo em Português:

    Resumo A Síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) é uma doença sistêmica, autoimune e prótrombótica caracterizada por anticorpos antifosfolípides, trombose, aborto recorrente, complicações durante a gestação, e, ocasionalmente, trombocitopenia. O objetivo do presente estudo foi revisar a fisiopatologia da SAF e sua associação com a infertilidade feminina. Foi feita uma revisão bibliográfica dos últimos 20 anos nas bases de dados PubMed, Scielo e Bireme. A SAF pode estar associada à infertilidade primária, interferindo na decidualização endometrial e combaixas reservas ovarianas. Os anticorpos antifosfolípides também apresentam efeito negativo direto na placentação, se ligando ao trofoblasto e diminuindo sua capacidade de invasão, além de efeitos pró-inflamatórios, tais como ativação do sistema de complemento e recrutamento de neutrófilos, contribuindo para a insuficiência placentária, crescimento intrauterino restrito e perda fetal.Quanto a trombose, a SAF resulta em distúrbios trombóticos difusos, com uma desregulação do balanço homeostático. Conhecer a fisiopatologia da SAF, que apresenta associação importante com a infertilidade feminina, é essencial para novas abordagens terapêuticas, principalmente no que tange imunomodulação e os caminhos de ativação inflamatórios.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Antiphospholipid antibody syndrome (APS) is a systemic, autoimmune, prothrombotic disease characterized by persistent antiphospholipid antibodies (aPLs), thrombosis, recurrent abortion, complications during pregnancy, and occasionally thrombocytopenia. The objective of the present study was to review the pathophysiology of APS and its association with female infertility. A bibliographic review of articles of the past 20 yearswas performed at the PubMed, Scielo, and Bireme databases. Antiphospholipid antibody syndrome may be associated with primary infertility, interfering with endometrial decidualization and with decreased ovarian reserve. Antiphospholipid antibodies also have direct negative effects on placentation, when they bind to the trophoblast, reducing their capacity for invasion, and proinflammatory effects, such as complement activation and neutrophil recruitment, contributing to placental insufficiency, restricted intrauterine growth, and fetal loss. In relation to thrombosis, APS results in a diffuse thrombotic diathesis, with global and diffuse dysregulation of the homeostatic balance. Knowing the pathophysiology of APS, which is closely linked to female infertility, is essential for new therapeutic approaches, specialized in immunomodulation andinflammatory signaling pathways, to provide important advances in its treatment.
  • Caso raro de carcinoma espinocelular sarcomatoide que surge em um teratoma ovariano maduro Case Report

    Pedrosa, Isabel Sofia de Sousa; Alpendre, Filipa da Cunha Almeida; Sousa, Rita; Dinis, Sofia Raposo; Gomes, Daniela

    Resumo em Português:

    Resumo Embora o teratoma cístico maduro (MCT) seja benigno, a transformação maligna (MT) ocorre em cerca de 1% a 2% dos casos, e geralmente apresenta-se sob a forma de carcinoma espinocelular (CEC), responsável por cerca de 80% dos casos. O carcinoma (sarcomatoide) de células fusiformes (CSCF) é um tipo incomum de CEC, compreendendo até 3% de todos os casos. A falta de sintomas característicos e achados imagiológicos específicos pode levar a erros diagnósticos pré-operatórios. Além disso, as características clinico-patológicas, o tratamento, os fatores prognósticos e o mecanismo da MT ainda não são bem compreendidos devido à raridade de tais tumores, principalmente em mulheres em idade reprodutiva. Os autores apresentam um caso de uma paciente de 34 anos com 14 semanas de gestação que foi diagnosticada comumamassa anexial sugestiva de teratoma do ovário. A anexectomia laparoscópica foi realizada após 6 meses do parto, e o exame histológico revelou um CEC sarcomatoide tendo como origem um MCT.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Although mature cystic teratoma (MCT) is benign, malignant transformation (MT) occurs in ~ 1% to 2% of all cases, and usually consists of squamous cell carcinoma (SCC), which accounts for ~ 80% of the cases. Spindle-cell (sarcomatoid) carcinoma (SCSC) is an uncommon type of SCC, comprising up to 3% of all cases. The lack of characteristic symptoms and specific imaging findings may lead to preoperative misdiagnosis. Moreover, the clinicopathologic characteristics, the treatment, the prognostic factors and the mechanism of MT have not yet been well understood due to the rarity of such tumors, especially in women of reproductive age. The authors present a case of a 34- year-old patient with 14 weeks of gestation who was diagnosed with an adnexal mass suggestive of ovarian teratoma. A laparoscopy salpingo-oophorectomy was performed after 6 months of delivery, and the histological exam revealed a sarcomatoid SCC in the MCT.
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