RESUMO
O filme AmarElo: É Tudo Pra Ontem entrelaça cenas do concerto realizado pelo rapper Emicida no Theatro Municipal de São Paulo em novembro de 2019 com uma narrativa histórica que transforma o teatro em um “elo” entre o movimento modernista, a música negra e a militância política negra. A exemplo do filme, este artigo aborda o Theatro Municipal como o cenário de lutas em torno da raça, mas focaliza tensões e contradições raciais existentes entre os modernistas que se registraram na música e nos debates relacionados com ela. O artigo se centra em três eventos: a Semana de Arte Moderna, uma “noite cultural” organizada pela Ação Integralista Brasileira em 1935 e uma comemoração da abolição em 1938. A análise procura iluminar diferentes “elos” musicais que conectavam o movimento modernista com fenômenos políticos divergentes e atavam a vanguarda ao passado.
Palavras-chave:
Emicida; música; raça; Semana de Arte Moderna; Mário de Andrade; integralismo