RESUMO
Este artigo aborda uma face ainda pouco visitada das disputas por liberdade nas décadas finais da escravidão no Brasil imperial, qual seja a das disputas de mulheres libertas pela emancipação de seus filhos. A partir da análise de autos judiciais produzidos em São Paulo, sobretudo nos anos 1880, investiga tais disputas destacando práticas de negociação e resistência empreendidas por mães libertas de filhos ainda escravizados ou ingênuos; ao mesmo tempo, sublinha as muitas barreiras que se impunham à consecução de projetos familiares de emancipação liderados por essas mulheres. Assim, busca compreender a maternidade como experiência definidora de desafios especificamente femininos na busca por liberdade.
Palavras-chave:
maternidade; escravidão; mulheres libertas; emancipação; trabalho