O artigo discute a consolidação da Revolta da Chibata (Rio de Janeiro, 1910) como um tema da memória nacional brasileira, pela análise de diferentes momentos e tentativas de recuperação, apropriação e comemoração do levante. Discute como a edificação do marinheiro negro João Cândido como herói nacional foi, ao longo do século XX, um processo complexo, que revela valores de diferentes temporalidades, contextos e lugares sociais. Analisando três níveis de memória - coletiva, nacional e individual -, busco compreender como as celebrações relacionadas a essa revolta revelam também violências, silêncios e esquecimentos, ao mesmo tempo em que embates são travados na procura por reconhecimento e legitimação de um ícone na época da celebração de seu centenário.
Revolta da Chibata; memórias; Marinha; herói nacional; questões raciais