RESUMO
O artigo analisa os efeitos do comércio interprovincial de escravos sobre as transformações sociais das últimas décadas da escravidão utilizando como fio condutor a experiência de Martinho, escravo de engenho de cana de Alagoas vendido para o Rio de Janeiro em 1873 e retornado à província alguns meses depois. Tendo em vista o diálogo com a historiografia, busca-se problematizar os efeitos da grande migração de mão de obra escrava na segunda metade do século XIX nas províncias compradoras e também naquelas que venderam seus cativos, tratando especificamente da estratégia de se colocarem no comércio escravos insubmissos. Reflete sobre os efeitos do comércio nas comunidades escravas, pautando os momentos em que homens e mulheres estiveram sujeitos à migração forçada como uma experiência em si, a qual permitiu ampliar o conhecimento sobre a realidade social do país e viabilizou troca de informações entre os grupos subalternos.
Palavras-chave:
comércio interprovincial de escravos; história social; século XIX.